terça-feira, 14 de setembro de 2010
Spring in Australia (English version)
There are many, extremely talented Brazilians in Australia, who manifest themselves in different cultural arenas, and we are fully aware of the hardships of trying to get your work seen and making a living from it, since the support is practically null.
About a month ago, we had a photo expo about Winter in Sydney here on the blog, and the amount of contributions was fantastic. Now, the idea is to go beyond the pictures, and possibly, the virtual realm.
Primavera Australia by Júlio Araujo
We’re going to organize the First Virtual Expo of Brazilians (and Brazilian culture enthusiasts) in Australia. The theme: Spring in Australia. Within that concept, anyone, from any part of the country, can enter their works to be published on a big post here on the blog.
For now, we have the following confirmed:
- Theme song
- Photos
- Video
- Gastronomical recipes
- Wine recommendations
- A whole Vibez Brazil show (Eastside Radio) dedicated to the theme
- Comics
- Fashion
We’d also like to add:
- Short stories
- Poems
- Paintings
- Illustrations
- Graphic and digital art
- And of course, more photos, videos, songs, recipes, and anything else related to Spring in Australia.
After all these works get put up on the blog, there is the possibility of taking it all to a “real” location, and holding a sort of multimedia expo, including music, exhibitions, wine-tasting and whatever else comes our way. It would be the embryo of a much bigger project, which we’re working hard to make happen.
But for now, we’ll focus on whatever can be posted to the blog. That’s, actually, the first thing to keep in mind when creating whatever artwork you’re considering.
The deadline for submissions is October 31. When submitting please write something relevant in the title, otherwise I’ll think it’s a virus, and will delete it. Send submissions to pablonacer@terra.com.br.
And just to make sure you all understand this is for real, the photo above is of edible flowers, made from a recipe specifically developed for this project, and the above song: Primavera Australia was composed and recorded by Julio Araújo with Armando Manduka on guitar (both from the band: Vote for Mary).
So, who’s in?
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Primavera na Austrália
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Queimando os livros sagrados até a última ponta
Hoje, a taxa de desemprego na Austrália está por volta de 5.2%, mas nas próximas horas deve ganhar um reforço.
Alex Stewart, funcionário da Queensland University of Technology, inflamado pela polêmica em torno da declaração de um pastor norte-americano que sugeriu queimar exemplares do alcorão durante o nono aniversário do 11 de setembro, resolveu virar estatística.
Ateísta Graças a Deus, Alex pegou uma Bíblia, um Alcorão e preparou um cigarrinho para ver qual dos dois livros sagrados queimava mais rápido. O conteúdo do cigarro parecia ser a erva do capeta, mas ele afirma que não passava de grama.
Se fizesse isso com os amigos durante um churrasco, provavelmente niguém ficaria sabendo. Mas o blasfemo de Brizzie filmou o test-drive e publicou no YouTube, despertando a ira de grupos islâmicos, da igreja católica e também desagradando a direção da universidade.
Resultado: a ideia era mostrar que tanto a Bíblia quanto o Alcorão são apenas livros (o que não há nada de errado). Porém, a forma escolhida deverá lhe custar o emprego e talvez a vida. Basta lembrar o que aconteceu com o chargista dinamarquês Kurt Westergard, que em 2005 publicou charge de Maomé com um turbante em forma de bomba e sofreu tentativa de assassinato. O vídeo já foi retirado do YouTube, mas a heresia está feita. Vai ter que arcar com as consequências.
Ah, a Bíblia ganhou!
Alex Stewart, funcionário da Queensland University of Technology, inflamado pela polêmica em torno da declaração de um pastor norte-americano que sugeriu queimar exemplares do alcorão durante o nono aniversário do 11 de setembro, resolveu virar estatística.
Ateísta Graças a Deus, Alex pegou uma Bíblia, um Alcorão e preparou um cigarrinho para ver qual dos dois livros sagrados queimava mais rápido. O conteúdo do cigarro parecia ser a erva do capeta, mas ele afirma que não passava de grama.
Se fizesse isso com os amigos durante um churrasco, provavelmente niguém ficaria sabendo. Mas o blasfemo de Brizzie filmou o test-drive e publicou no YouTube, despertando a ira de grupos islâmicos, da igreja católica e também desagradando a direção da universidade.
Resultado: a ideia era mostrar que tanto a Bíblia quanto o Alcorão são apenas livros (o que não há nada de errado). Porém, a forma escolhida deverá lhe custar o emprego e talvez a vida. Basta lembrar o que aconteceu com o chargista dinamarquês Kurt Westergard, que em 2005 publicou charge de Maomé com um turbante em forma de bomba e sofreu tentativa de assassinato. O vídeo já foi retirado do YouTube, mas a heresia está feita. Vai ter que arcar com as consequências.
Ah, a Bíblia ganhou!
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Queensland
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Finais da Rugby League e AFL
Tirem as crianças da sala, pois agora é pra valer. Neste final de semana começam as finais da Rugby League. Detalhe: daqui até a decisão, em 3 de outubro, todos os jogos serão transmitidos ao vivo em canal aberto pelo Channel 9. Haja VB!
Os oito times classificados são:
1. St George Illawarra Dragons
2. Penrith Panthers
3. Wests Tigers
4. Gold Coast Titans
5. New Zealand Warriors
6. Sydney Roosters
7. Canberra Raiders
8. Manly Sea Eagles
A grande ausência, claro, é o Melbourne Storm, atual campeão que teve participação apenas figurativa nesta temporada, já que se envolveu em um escândalo salarial e jogou sem disputar pontos (tipo aquele seu irmão mais novo que era café com leite nos jogos do prédio).
A partida de abertura acontece nesta sexta, às 19h45, entre Titans e Warriors. Apesar dos Titans jogarem em casa, acho que os Warriors do meu amigo Paul podem surpreender. Vou torcer pelos kiwis e apostar em uma vitória com margem mínima de diferença.
No sábado, aniversário da Vezita, teremos dois jogos. Às 18h30, Tigers e Roosters se enfrentam no Sydney Football Stadium. Jogo equilibrado, o West Tigers tem Lote Tuqiri, que voltou este ano para a League e está voando, porém, Benji Marshall sempre afina em decisões. Sendo assim, vou com Minichiello, Mitchell Pearcee, Nate Myles e, principalmente, Todd Carney, acreditando que os Roosters do meu amigo Todd Olivier ganham.
Jás às 20h30, os Panthers, mesmo com a ausência do capitão Petero Civoniceva (suspenso), uma versão aborígene e mais técnica do nosso tetracampeão Mauro Silva, irão atropelar os Raiders. Por gentileza, alguém anote a placa.
E no domingo, às 16h, Dragons e Sea Eagles fecham a primeira rodada das finais. Esse jogo terá um sabor de revanche e talvez vingança, já que no ano passado, após fazer a melhor campanha a exemplo deste ano, os Dragons foram eliminados pelo time de Manly. Acredito que domingão a história será completamente diferente, os Dragons, que possuem uma defesa impressionante, têm em Brett Morris, Matt Cooper, Jason Nightingale, Jamie Soward e Ben Hornby o quinteto que pode fazer a diferença e conduzir o time de Illawarra para a grande final.
Veremos!
Enquanto isso, a situação da AFL é a seguinte:
O Collingwood, que tem o brasileiro Harry O’Brien, fez a melhor campanha da fase classificatória e já está na preliminar da final (um estágio entre a semi e a final - coisa de anglo-saxão nascido no Outback). Eles aguardam o vencedor de Geelong e Fremantle, que se enfrentam nesta sexta às 19h45, no MCG. Podem cravar Geelong, o atual campeão, para ganhar com folga.
No sábado, às 19h20, o meu Sydney Swans, único time da cidade na competição, disputará o jogo da vida contra o Western Bulldogs, uma equipe marrenta com jogadores detestáveis. Será muito difícil, principalmente porque o jogo será em Melbourne, mas acho que os Swans consegum um feito heróico vencendo no finalzinho. Quem passar enfrenta o St Kilda, meu segundo time na liga, que na semana passada venceu o Geelong numa espécie de pré-semi-final-com-direito-a-repescagem (coisa de anglo-saxão nascido no Outback), e aguarda de camarote.
Os vencedores destas duas chaves, digamos assim, se enfrentam na grande final.
Sei que parece complicado, o regulamento das finais provavelmente foi feito pelo mesmo cara que faz o do Campeonato Carioca, o único torneio do planeta que 5 times jogam o quadrangular final, e o único do universo que um time foi tricampeão em 2 anos (o Flamengo em 1978/79). Mas no final dá tudo certo e vale a pena acompanhar os jogos, pois são batalhas homéricas. Que vençam os melhores (ou os times nos quais farei uma fezinha)!
Os oito times classificados são:
1. St George Illawarra Dragons
2. Penrith Panthers
3. Wests Tigers
4. Gold Coast Titans
5. New Zealand Warriors
6. Sydney Roosters
7. Canberra Raiders
8. Manly Sea Eagles
A grande ausência, claro, é o Melbourne Storm, atual campeão que teve participação apenas figurativa nesta temporada, já que se envolveu em um escândalo salarial e jogou sem disputar pontos (tipo aquele seu irmão mais novo que era café com leite nos jogos do prédio).
A partida de abertura acontece nesta sexta, às 19h45, entre Titans e Warriors. Apesar dos Titans jogarem em casa, acho que os Warriors do meu amigo Paul podem surpreender. Vou torcer pelos kiwis e apostar em uma vitória com margem mínima de diferença.
No sábado, aniversário da Vezita, teremos dois jogos. Às 18h30, Tigers e Roosters se enfrentam no Sydney Football Stadium. Jogo equilibrado, o West Tigers tem Lote Tuqiri, que voltou este ano para a League e está voando, porém, Benji Marshall sempre afina em decisões. Sendo assim, vou com Minichiello, Mitchell Pearcee, Nate Myles e, principalmente, Todd Carney, acreditando que os Roosters do meu amigo Todd Olivier ganham.
Jás às 20h30, os Panthers, mesmo com a ausência do capitão Petero Civoniceva (suspenso), uma versão aborígene e mais técnica do nosso tetracampeão Mauro Silva, irão atropelar os Raiders. Por gentileza, alguém anote a placa.
E no domingo, às 16h, Dragons e Sea Eagles fecham a primeira rodada das finais. Esse jogo terá um sabor de revanche e talvez vingança, já que no ano passado, após fazer a melhor campanha a exemplo deste ano, os Dragons foram eliminados pelo time de Manly. Acredito que domingão a história será completamente diferente, os Dragons, que possuem uma defesa impressionante, têm em Brett Morris, Matt Cooper, Jason Nightingale, Jamie Soward e Ben Hornby o quinteto que pode fazer a diferença e conduzir o time de Illawarra para a grande final.
Veremos!
Enquanto isso, a situação da AFL é a seguinte:
O Collingwood, que tem o brasileiro Harry O’Brien, fez a melhor campanha da fase classificatória e já está na preliminar da final (um estágio entre a semi e a final - coisa de anglo-saxão nascido no Outback). Eles aguardam o vencedor de Geelong e Fremantle, que se enfrentam nesta sexta às 19h45, no MCG. Podem cravar Geelong, o atual campeão, para ganhar com folga.
No sábado, às 19h20, o meu Sydney Swans, único time da cidade na competição, disputará o jogo da vida contra o Western Bulldogs, uma equipe marrenta com jogadores detestáveis. Será muito difícil, principalmente porque o jogo será em Melbourne, mas acho que os Swans consegum um feito heróico vencendo no finalzinho. Quem passar enfrenta o St Kilda, meu segundo time na liga, que na semana passada venceu o Geelong numa espécie de pré-semi-final-com-direito-a-repescagem (coisa de anglo-saxão nascido no Outback), e aguarda de camarote.
Os vencedores destas duas chaves, digamos assim, se enfrentam na grande final.
Sei que parece complicado, o regulamento das finais provavelmente foi feito pelo mesmo cara que faz o do Campeonato Carioca, o único torneio do planeta que 5 times jogam o quadrangular final, e o único do universo que um time foi tricampeão em 2 anos (o Flamengo em 1978/79). Mas no final dá tudo certo e vale a pena acompanhar os jogos, pois são batalhas homéricas. Que vençam os melhores (ou os times nos quais farei uma fezinha)!
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Vote For Mary, Abuka e Fernando Aragones
Errata: o show do Aragones será no InSitu, também em Manly, e não no 4 Pines, como eu havia escrito antes. Lá, foi ontem.
Hoje à noite rolam três shows imperdíveis. Bem, na verdade dois deles infelizmente serão "perdíveis", pois assim como dois corpos não ocupam o mesmo espaço, um corpo não ocupa três espaços ao mesmo tempo. Principalmente quando sobem ao palco, praticamente no mesmo horário, em lugares não tão próximos como Surry Hills, Kings Cross e Manly (desculpem, acordei com um certo saudosismo da sétima série).
A partir das 19h30, no The Gaelic (64 Devonshire St, Surry Hills), o Vote For Mary, banda que tem o "primavérico" Júlio na bateria (o homem que compôs o tema da nossa Mostra Virtual), abre o festival que também terá Tales in Space às 20h40, Go With Colours às 21h35 (parece nome de cavalo) e Bhanglassi às 22h30. Portanto, parafraseando a Laura, vocalista do VFM, cheguem cedo, caso contrário só o bartender assistirá a banda. Segue 'Bout Dreams do Vote For Mary.
Do outro lado da Oxford St, no Hugo's Lounge, o Abuka se apresenta em Duo com Tiago De Lucca e Sandro Bueno tocando sons originais e clássicos da música brasileira. Detalhe: pizza + taça de vinho a $10. E a pizza de lá quebra tudo! O Hugo's fica na Level 1/ 33 Bayswater Road.
Guilherme Infante
Descendo um pouco e atravessando a Sydney Harbour, Fernando Aragones, que entre outros projetos tem o Toca Jorge, faz show solo no InSitu, bar e restaurante com excelentes cocktails na 1/18 Sydney Rd, em Manly.
Ou seja, hoje ninguém tem desculpa para ficar em casa. É sonzeira da melhor qualidade tocada por alguns dos mais talentosos músicos brasileiros (e uma australiano) que há no terceiro continente à sua escolha. Vejo vocês lá (a questão é: onde?)!
Hoje à noite rolam três shows imperdíveis. Bem, na verdade dois deles infelizmente serão "perdíveis", pois assim como dois corpos não ocupam o mesmo espaço, um corpo não ocupa três espaços ao mesmo tempo. Principalmente quando sobem ao palco, praticamente no mesmo horário, em lugares não tão próximos como Surry Hills, Kings Cross e Manly (desculpem, acordei com um certo saudosismo da sétima série).
A partir das 19h30, no The Gaelic (64 Devonshire St, Surry Hills), o Vote For Mary, banda que tem o "primavérico" Júlio na bateria (o homem que compôs o tema da nossa Mostra Virtual), abre o festival que também terá Tales in Space às 20h40, Go With Colours às 21h35 (parece nome de cavalo) e Bhanglassi às 22h30. Portanto, parafraseando a Laura, vocalista do VFM, cheguem cedo, caso contrário só o bartender assistirá a banda. Segue 'Bout Dreams do Vote For Mary.
Do outro lado da Oxford St, no Hugo's Lounge, o Abuka se apresenta em Duo com Tiago De Lucca e Sandro Bueno tocando sons originais e clássicos da música brasileira. Detalhe: pizza + taça de vinho a $10. E a pizza de lá quebra tudo! O Hugo's fica na Level 1/ 33 Bayswater Road.
Guilherme Infante
Descendo um pouco e atravessando a Sydney Harbour, Fernando Aragones, que entre outros projetos tem o Toca Jorge, faz show solo no InSitu, bar e restaurante com excelentes cocktails na 1/18 Sydney Rd, em Manly.
Ou seja, hoje ninguém tem desculpa para ficar em casa. É sonzeira da melhor qualidade tocada por alguns dos mais talentosos músicos brasileiros (e uma australiano) que há no terceiro continente à sua escolha. Vejo vocês lá (a questão é: onde?)!
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Abuka Trio,
Fernando Aragones,
Vote For Mary
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Good Food Guide (um chapéu e uma degola)
Segunda-feira à noite, o Sydney Morning Herald realizou a festa do Good Food Guide Awards 2011, que nada mais é do que uma grande function para apresentar o guia gastronômico mais influente de Sydney e New South Wales através da distribuição de chapéus e da degola de cabeças (o que resulta em perda de chapéus). O ranking do jornal vai de um a três hats.
Vendo a lista completa, fiquei muito feliz com um chapéu recém-adquirido e intrigado com a queda de outro.
Um dos meus melhores amigos desde que cheguei na Austrália atende pelo nome de Tercio Alexandro. Colorado de Ijuí, ele tem a qualidade mais indispensável para qualquer pessoa que trabalha numa cozinha: a paixão para cozinhar.
Tercio é um apaixonado por comida e gastronomia, adora aprender, sabe ensinar e, sobretudo, é craque pra fazer. Resumindo: é o profissional que todo head chef quer ter por perto.
Seja para a Radar Magazine, para este blog ou por pura diversão etílica, temos desenvolvido algumas coisas bem bacanas. Claro, ele com a mão na massa e eu cornetando com a mão na taça. O último prato publicado foi o Estrogonofe de canguru com mandioca palha e purê de batata com fundo de palmito, que saiu na edição 12 da Radar; um inesquecível foi o Nhoque de batata doce roxa com ervilhas frescas e presunto (tudo orgânico), da edição 6; para o blog arrebentamos com a inédita Feijoada online e, a mais recente, foi um prato com flores comestíveis que sairá no especial da primavera. Sem contar nos homéricos e suculentos churrascos, famosos em North Bondi e Eastern Suburbs.
Pois bem, Tercio trabalha há 3 anos no Mad Cow, restaurante de alta gastronomia especializado em carnes que acaba de faturar seu primeiro chapéu, entrando numa seleta lista de aproximadamente 30 estabelecimentos. Tenho certeza de que o Chef tem muito mérito nessa conquista, assim como o Dennis, sommelier chileno que dá um coro na maioria dos sommeliers australianos que atuam no mercado.
Parabéns, Tercio e Denis!
Já a citada degola fica por conta da perda de um chapéu do Tetsuya's, que passou de três para dois.
Ainda no Brasil, quando decidi vir para a Austrália, em maio de 2007, e comecei a pesquisar, o único restaurante que eu sabia que existia no terceiro continente à sua escolha era o Tetsuya's.
Depois que cheguei, então, pelo que li e, principalmente, ouvi, a reputação só aumentou. E não estou falando apenas das pessoas que foram jantar, mas também de amigos e conhecidos que passaram por lá - mesmo que para um dia de treinamento - e não pouparam elogios à organização e limpeza da cozinha, à qualidade dos alimentos e, acima de tudo, ao chef-proprietário Tetsuya Wakuda, uma das figuras mais admiradas de Sydney. Para terem uma ideia, quando entrevistei o chef Alex Atala no começo do ano, um dos programas obrigatórios que ele falou que faria quando estivesse em Sydney seria visitar o Tetsuya's.
Eu ainda não fui ao restaurante, portanto não posso falar. Porém, mais do que nunca, vou fazer a minha reserva, esperar alguns dias ou poucas semanas (há dois anos eram seis meses de espera) e tirar a minha própria conclusão. Falo isso porque fui ao est., um dos três restaurantes que possuem três chapéus (ao lado do Marque e do Quay), e acho pouco provável que esteja acima do Tetsuya's.
Uma coisa é verdade. Na Pellegrino World's 50 Best Restaurants List, que hoje é a mais influente do mundo da gastronomia, o Tetsuya's vem caindo. Ele chegou a ser o 4 do mundo e melhor da Australásia, em 2005. Em 2007, estava ranqueado como 5 do mundo e melhor da Australásia. Em 2008, caiu para 9. No ano seguinte, para 17 mas recuperando o posto de melhor da Australásia. E, em 2010, encontra-se em 38. O Quay, 3 chapéus no Good Food Guide deste ano, aparece em 27 no Pellegrino's e como o melhor da Australásia. Ou seja, há uma coerência entre os dois rankings. Já o est. não aparece nem entre os 100 no Pellegrino's (quem sabe na próxima edição).
Pode ser que o Tetsuya's realmente não esteja no melhor da sua forma ou mesmo em decadência. Coincidência ou não, desde que Martin Benn, chef que trabalhou anos com Tetsuya Wakuda deixou o restaurante, em 2007, o Tetsuya's nunca mais foi o mesmo. Detalhe: Martin Benn montou o Sepia, que este ano foi avaliado pela primeira vez pelo Good Food, e não só estreou com dois chapéus como também foi eleito Chef do Ano.
Outro fator. Recentemente, Mr. Wakuda abriu o Waku Ghin, restaurante de 25 lugares em Singapura que tem uma adeguinha com 3 mil botejas. Tamanho empreendimento pode ter desviado o foco, o que particularmente acho difícil para um chef japonês que ralou muito para chegar aonde chegou em quase três décadas de Austrália.
O que me assustou um pouco foi o comentário do co-editor do Good Food Guide, Terry Durack, que na segunda-feira falou que o "Tetsuya em Singapura é demais, deu uma revitalizada nele, mas em Sydney Tetsuya continua fazendo o que ele acha que as pessoas esperam dele." O co-editor completa: "O 'Tets' em Singapura é o 'Tets' que queremos em Sydney. É o 'Tets' que Sydney merece."
Tratando-se de alta gastronomia e da relação chefs/críticos gastronômicos - o que inclui egos mesopotâmicos, ciumeira e politicagem -, essa última frase não caiu bem. Por isso, o melhor a fazer é ir lá e provar pessoalmente, aguardar a nova Pellegrino's para ver se o 'Tets', como eles dizem, está realmente fora dos 50 e, na pior das hipóteses, tentar identificar para onde a alta gastronomia de Sydney caminha (e se o caminho é bom ou não).
Vendo a lista completa, fiquei muito feliz com um chapéu recém-adquirido e intrigado com a queda de outro.
Um dos meus melhores amigos desde que cheguei na Austrália atende pelo nome de Tercio Alexandro. Colorado de Ijuí, ele tem a qualidade mais indispensável para qualquer pessoa que trabalha numa cozinha: a paixão para cozinhar.
Tercio é um apaixonado por comida e gastronomia, adora aprender, sabe ensinar e, sobretudo, é craque pra fazer. Resumindo: é o profissional que todo head chef quer ter por perto.
Seja para a Radar Magazine, para este blog ou por pura diversão etílica, temos desenvolvido algumas coisas bem bacanas. Claro, ele com a mão na massa e eu cornetando com a mão na taça. O último prato publicado foi o Estrogonofe de canguru com mandioca palha e purê de batata com fundo de palmito, que saiu na edição 12 da Radar; um inesquecível foi o Nhoque de batata doce roxa com ervilhas frescas e presunto (tudo orgânico), da edição 6; para o blog arrebentamos com a inédita Feijoada online e, a mais recente, foi um prato com flores comestíveis que sairá no especial da primavera. Sem contar nos homéricos e suculentos churrascos, famosos em North Bondi e Eastern Suburbs.
Pois bem, Tercio trabalha há 3 anos no Mad Cow, restaurante de alta gastronomia especializado em carnes que acaba de faturar seu primeiro chapéu, entrando numa seleta lista de aproximadamente 30 estabelecimentos. Tenho certeza de que o Chef tem muito mérito nessa conquista, assim como o Dennis, sommelier chileno que dá um coro na maioria dos sommeliers australianos que atuam no mercado.
Parabéns, Tercio e Denis!
Já a citada degola fica por conta da perda de um chapéu do Tetsuya's, que passou de três para dois.
Ainda no Brasil, quando decidi vir para a Austrália, em maio de 2007, e comecei a pesquisar, o único restaurante que eu sabia que existia no terceiro continente à sua escolha era o Tetsuya's.
Depois que cheguei, então, pelo que li e, principalmente, ouvi, a reputação só aumentou. E não estou falando apenas das pessoas que foram jantar, mas também de amigos e conhecidos que passaram por lá - mesmo que para um dia de treinamento - e não pouparam elogios à organização e limpeza da cozinha, à qualidade dos alimentos e, acima de tudo, ao chef-proprietário Tetsuya Wakuda, uma das figuras mais admiradas de Sydney. Para terem uma ideia, quando entrevistei o chef Alex Atala no começo do ano, um dos programas obrigatórios que ele falou que faria quando estivesse em Sydney seria visitar o Tetsuya's.
Eu ainda não fui ao restaurante, portanto não posso falar. Porém, mais do que nunca, vou fazer a minha reserva, esperar alguns dias ou poucas semanas (há dois anos eram seis meses de espera) e tirar a minha própria conclusão. Falo isso porque fui ao est., um dos três restaurantes que possuem três chapéus (ao lado do Marque e do Quay), e acho pouco provável que esteja acima do Tetsuya's.
Uma coisa é verdade. Na Pellegrino World's 50 Best Restaurants List, que hoje é a mais influente do mundo da gastronomia, o Tetsuya's vem caindo. Ele chegou a ser o 4 do mundo e melhor da Australásia, em 2005. Em 2007, estava ranqueado como 5 do mundo e melhor da Australásia. Em 2008, caiu para 9. No ano seguinte, para 17 mas recuperando o posto de melhor da Australásia. E, em 2010, encontra-se em 38. O Quay, 3 chapéus no Good Food Guide deste ano, aparece em 27 no Pellegrino's e como o melhor da Australásia. Ou seja, há uma coerência entre os dois rankings. Já o est. não aparece nem entre os 100 no Pellegrino's (quem sabe na próxima edição).
Pode ser que o Tetsuya's realmente não esteja no melhor da sua forma ou mesmo em decadência. Coincidência ou não, desde que Martin Benn, chef que trabalhou anos com Tetsuya Wakuda deixou o restaurante, em 2007, o Tetsuya's nunca mais foi o mesmo. Detalhe: Martin Benn montou o Sepia, que este ano foi avaliado pela primeira vez pelo Good Food, e não só estreou com dois chapéus como também foi eleito Chef do Ano.
Outro fator. Recentemente, Mr. Wakuda abriu o Waku Ghin, restaurante de 25 lugares em Singapura que tem uma adeguinha com 3 mil botejas. Tamanho empreendimento pode ter desviado o foco, o que particularmente acho difícil para um chef japonês que ralou muito para chegar aonde chegou em quase três décadas de Austrália.
O que me assustou um pouco foi o comentário do co-editor do Good Food Guide, Terry Durack, que na segunda-feira falou que o "Tetsuya em Singapura é demais, deu uma revitalizada nele, mas em Sydney Tetsuya continua fazendo o que ele acha que as pessoas esperam dele." O co-editor completa: "O 'Tets' em Singapura é o 'Tets' que queremos em Sydney. É o 'Tets' que Sydney merece."
Tratando-se de alta gastronomia e da relação chefs/críticos gastronômicos - o que inclui egos mesopotâmicos, ciumeira e politicagem -, essa última frase não caiu bem. Por isso, o melhor a fazer é ir lá e provar pessoalmente, aguardar a nova Pellegrino's para ver se o 'Tets', como eles dizem, está realmente fora dos 50 e, na pior das hipóteses, tentar identificar para onde a alta gastronomia de Sydney caminha (e se o caminho é bom ou não).
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terça-feira, 7 de setembro de 2010
God Save the Redhead Queen!
Foi demorado, foi sofrido, mas a decisão saiu.
Após 17 dias da eleição, finalmente chegou-se a um acordo sobre quem governará a Austrália pelos próximos 3 anos.
Para se legitimar no poder, o primeiro-ministro preciso ter mínimo de 76 das 150 cadeiras do Parlamento.
Até hoje na hora do almoço, Julia Gillard, a atual primeira-ministra, tinha 74 assentos, enquanto Tony Abbott, líder da oposição, tinha 73.
Ainda restavam 3 cadeiras em jogo e "los tres amigos", como ficaram conhecidos os parlamentares independentes que decidiriam o plério, comunicariam a decisão final hoje, às 15h.
Pouco antes das 15h, Bob Katter, uno de los tres amigos, separou-se dos demais e convocou a imprensa para dizer que fechara com Tony Abbott e a Coalition/Liberal Party: 74 a 74.
Três minutos passados das três da tarde, Tony Windsor e Rob Oakeshott iniciaram a coletiva. Claro, o circo estava armado e eles aproveitaram ao máximo os últimos 15 segundos de fama (que na verdade duraram 17 dias) para anunciarem que apoiariam Julia Gillard e o Labor Party, cravando 76 a 74 e garantindo governabilidade para os próximos 3 anos. Os principais motivos alegados foram:
- Política de infra-estrutura e banda larga
- Política ambiental/mudança climática
- Estabilidade
Sendo assim, o país segue dividido ao meio, Julia Gillard terá muito mais trabalho nos próximos 3 anos do que nos últimos meses, desde que "furou o olho" de Kevin Rudd e assumiu o "puder", mas a decisão foi soberana e finalmente a eleição de 21 de agosto chegou ao fim.
God Save the Redhead Queen!
Após 17 dias da eleição, finalmente chegou-se a um acordo sobre quem governará a Austrália pelos próximos 3 anos.
Para se legitimar no poder, o primeiro-ministro preciso ter mínimo de 76 das 150 cadeiras do Parlamento.
Até hoje na hora do almoço, Julia Gillard, a atual primeira-ministra, tinha 74 assentos, enquanto Tony Abbott, líder da oposição, tinha 73.
Ainda restavam 3 cadeiras em jogo e "los tres amigos", como ficaram conhecidos os parlamentares independentes que decidiriam o plério, comunicariam a decisão final hoje, às 15h.
Pouco antes das 15h, Bob Katter, uno de los tres amigos, separou-se dos demais e convocou a imprensa para dizer que fechara com Tony Abbott e a Coalition/Liberal Party: 74 a 74.
Três minutos passados das três da tarde, Tony Windsor e Rob Oakeshott iniciaram a coletiva. Claro, o circo estava armado e eles aproveitaram ao máximo os últimos 15 segundos de fama (que na verdade duraram 17 dias) para anunciarem que apoiariam Julia Gillard e o Labor Party, cravando 76 a 74 e garantindo governabilidade para os próximos 3 anos. Os principais motivos alegados foram:
- Política de infra-estrutura e banda larga
- Política ambiental/mudança climática
- Estabilidade
Sendo assim, o país segue dividido ao meio, Julia Gillard terá muito mais trabalho nos próximos 3 anos do que nos últimos meses, desde que "furou o olho" de Kevin Rudd e assumiu o "puder", mas a decisão foi soberana e finalmente a eleição de 21 de agosto chegou ao fim.
God Save the Redhead Queen!
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segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Duas (possíveis) ótimas notícias aéreas
Se você se encaixa em algumas das categorias abaixo, este post é pra você:
- Sou brasileiro e vivo na Austrália.
- Sou brasileiro e meu/minha filho (a) vive na Austrália.
- Sou brasileiro e pretendo viver na Austrália.
- Sou brasileiro e meu/minha filho (a) pretende viver na Austrália.
- Sou brasileiro e não desisto nunca.
A Qantas, a popular Linhas Aéreas Canguru, a principal da Austrália, está estudando a possibilidade de criar um vôo direto para o Brasil, de Sydney a São Paulo ou Rio de Janeiro.
Por ora, é somente especulação, mas está sendo altamente comentado lá dentro. Atualmente, o mais próximo que a Qantas faz é até Buenos Aires ou então até Santiago operando em conjunto com a Lan Chile no trecho para o Brasil.
Se tivermos um vôo da Qantas, a companhia que se orgulha de nunca ter caído - apesar de volta a meia fazer pousos de emergência e ter partes da aeronave explodindo no ar -, será muito bom.
A outra boa notícia é boluda. Parece que a Aerolineas Argentinas está pensando em voar de Sydney direto para Buenos Aires, sem fazer a chatíssima parada de 3 horas na Nova Zelândia.
É verdade! Não ter que aguentar os oficiais de aeroporto mais antipáticos do Pacífico sul em Auckland seria fantástico. Se isso realmente acontecer, diez puntos (leia-se dié púnto) para a Aerolineas e seus ônibus com asas.
E, claro, a pergunta que jamais se cala em um vôo da companhia: carne o pojo?
- Sou brasileiro e vivo na Austrália.
- Sou brasileiro e meu/minha filho (a) vive na Austrália.
- Sou brasileiro e pretendo viver na Austrália.
- Sou brasileiro e meu/minha filho (a) pretende viver na Austrália.
- Sou brasileiro e não desisto nunca.
A Qantas, a popular Linhas Aéreas Canguru, a principal da Austrália, está estudando a possibilidade de criar um vôo direto para o Brasil, de Sydney a São Paulo ou Rio de Janeiro.
Por ora, é somente especulação, mas está sendo altamente comentado lá dentro. Atualmente, o mais próximo que a Qantas faz é até Buenos Aires ou então até Santiago operando em conjunto com a Lan Chile no trecho para o Brasil.
Se tivermos um vôo da Qantas, a companhia que se orgulha de nunca ter caído - apesar de volta a meia fazer pousos de emergência e ter partes da aeronave explodindo no ar -, será muito bom.
A outra boa notícia é boluda. Parece que a Aerolineas Argentinas está pensando em voar de Sydney direto para Buenos Aires, sem fazer a chatíssima parada de 3 horas na Nova Zelândia.
É verdade! Não ter que aguentar os oficiais de aeroporto mais antipáticos do Pacífico sul em Auckland seria fantástico. Se isso realmente acontecer, diez puntos (leia-se dié púnto) para a Aerolineas e seus ônibus com asas.
E, claro, a pergunta que jamais se cala em um vôo da companhia: carne o pojo?
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