sexta-feira, 20 de março de 2009

Papelão jornalístico à vista

Este caso tem tudo para virar objeto de estudo em 10 entre 10 faculdades de jornalismo em todo o mundo. Por aqui, editor deve perder a cabeça - e talvez vá em cana - assim como jornal grande deve perder credibilidade e milhões de dólares. Tudo por conta de algumas fotos de uma parlamentar seminua que, na verdade, não era ela (entenderam? Tipo novela mexicana – ops, australiana).



Pauline Hanson, ex-vendedora de fish n´ chips, é uma polêmica parlamentar que está em campanha no estado de Queensland. Conhecida por suas posições radicais (sem trocadilho) em relação a questões como imigração (ela é contra) e aborígenes (ela odeia os silvícolas), Hanson volta e meia está metida em encrenca.

A última foi no final de semana passado, quando o jornal The Sunday Telegraph publicou supostas fotos dela seminua, tiradas no início da década de 1970 por um ex-namorado, quando Pauline tinha 19 anos. A repercussão foi imediata, não só aqui como na Nova Zelândia, na Inglaterra e em países asiáticos outrora atacados por ela como Singapura.



Porém, na quarta-feira, o jornal concorrente The Sydney Morning Herald divulgou o parecer de um renomado perito em anatomia que analisou as fotos publicadas e as fotos dela da época.

A boa notícia para o jornal é que as chapas não foram alteradas em Photoshop ou em algum outro programa de computador. Já a má notícia é o fato de não se tratar da mesma pessoa. Segundo Meiya Sutisno, o perito, o pescoço muito curto e o nariz estreito são as principais diferenças.

Polêmicas e processos à vista. A mídia agradece!

quarta-feira, 18 de março de 2009

ESTRATÉGIA



Domingo passado fez 11 anos que o grande Tim Maia gritou “ESTRATÉGIA” pela última vez. Para quem não sabe, toda vez que ele proferia a palavra, os músicos paravam no acorde que estavam, guardavam os instrumentos e puxavam o carro, pois Tim Maia havia pressentindo calote no ar. Não foram poucas as vezes que ele gritou “ESTRATÉGIA” e fugiu com a banda do palco.



Terça-feira passada, como havia dito em um dos posts anteriores, participei de um programa de rádio em homenagem ao homem. Raphael e Mau, dois chapas que apresentam o Vibez Brazil, ótimo programa de música brasileira na East Side FM (89.7), me convidaram para falar e levar algumas músicas. Topei na hora! Foi a primeira vez que estive em um programa de rádio, ao vivo, e em inglês.

A experiência foi fantástica e após uma hora e meia de muitos clássicos, algumas raridades e muita diversão, fechamos o programa da única maneira que podíamos (vejam o vídeo abaixo):



Viva Sebastião Rodrigues Maia, o gordinho mais simpático da Tijuca!

domingo, 15 de março de 2009

Eles voltaram (mas só por algumas horas e uma boa causa)!



Perter Garret, nosso ministro do meio ambiente que lembra muito um boneco de Olinda versão Outback, reuniu o Midnight Oil para se apresentar no Sound Relief, festival que rolou simultaneamente em Melbourne e Sydney, no último sábado, em prol das vítimas dos incêndios de Victoria.

O Midnight Oil, grande banda australiana dos anos 80 e 90, terminou oficialmente em 2002, e o último show havia sido em 2005, quando voltaram a tocar ao vivo por outra boa causa: ajudar as vítimas do Tsunami de 2004.



Peter Garret nem precisou de autorização do nosso primeiro-minstro para tocar. Apenas consultou alguns colegas de governo, ligou para os outros ex-integrantes da banda, deixou a fantasia de ministro no armário e agitou um público recorde de 80 mil pessoas, que contribuiu para arrecadar AU$ 5 milhões.

Antes da apresentação em Melbourne, o Midnight Oil havia feito dois shows no Canberra's Royal Theatre para desenferrujar. Os fãs gostaram!



Eu não fui ao Sound Relief, mas em breve farei a minha parte. E da melhor maneira possível: bebendo vinho.

Sim! Dia 8 de abril vai rolar uma degustação de Pinot Noir com arrecadação revertida para os vinicultores de Victoria atingidos pelos incêndios. Serão mais de 100 tipos diferentes pinots. Eu não perderei por nada (mas tudo por uma boa causa, claro!).

quinta-feira, 12 de março de 2009

Me, Myself, Publa and Kevin Rudd

No final do ano passado, descobri que economicamente falando, eu me dividia em 3 pessoas: o jornalista, o escritor e quem paga essa conta.



O jornalista, desde que chegou na Austrália, se banca graças ao trabalho que faço na gloriosa Ozzy Study Brazil, agência de intercâmbio educacional que traz estudantes brasileiros pra cá. O jornalista não bebe tanto quanto o escritor, é mais responsável e, vez ou outra, arruma algumas coisas na faixa.

Já o escritor, a exemplo de 97.8% da classe, é beberrão, curte uma fanfarra e, apesar de sempre descolar coisas na faixa, não se sustenta. E é aí que entra em campo o quem paga essa conta.

Até novembro do ano passado, quem pagava essa conta era o Publa, garçom que trabalhava em um restaurante mexicano entregando burrito e chimichanga. Deu certo, e Me, Myself and Publa, além de ter uma vida financeira saudável, viviam felizes para sempre (bem, não tão felizes e muito menos para sempre).



No comecinho de dezembro, com a crise mundial se aproximando, resolvi me solidarizar com o restante do planeta. Assim, antes mesmo dela me pegar, aderi, pedindo demissão do restaurante (na verdade, eu já estava de saco cheio de entregar burrito e chimichanga, mas uso a crise como desculpa). E o óbvio aconteceu: o escritor quebrou e derrubou o jornalista (foi a minha segunda falência em 16 meses de Austrália).

Era apenas o início do verão e, sem dinheiro, morando ao lado da praia e escrevendo de casa, só tive uma saída: trabalhar mais como jornalista e viver o restante do tempo como escritor falido. Deu certo! Fiquei praticamente dois meses sem sair de Bondi Beach, de chinelo e bermuda, cozinhando diariamente em casa e passando dois cafezinhos todo santo dia (aqui só tomamos fora).

Além disso, Ovelhelps e Ventura Hackarena, dois malucos de São Paulo, vieram passar uns dias em casa, incendiando absolutamente tudo e me levando ainda mais à bancarrota. Foi um grande verão, mas absolutamente falido.



Com a chegada do outono, o jornalista tem trabalhado cada vez mais para tentar sustentar o escritor e as contas do novo château (em breve texto sobre o novo apartamento). Mas ainda não é o suficiente. E isso significa que caminho a passos largos para uma terceira falência.



Na verdade, caminhava, pois graças à crise financeira mundial (aquela mesmo que aderi), Kevin Rudd, nosso primeiro-ministro afobadão, lançou um pacote liberando cerca de 20 bilhões de dólares para manter a economia aquecida. E eu, que em 2008 paguei todos os impostos do jornalista e do garçom, receberei 900 doletas do governo, evitando a terceira falência em 20 meses.

O escritor, que mesmo quebrado escreve da sacada com vista para o mar, agradece!



That’s Australia!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Quiksilver Pro (sem tubarão)



A final do Quiksilver "Shark"Pro, a primeira etapa do circuito mundial de 2009, terminou agora a pouco. Disputada na praia de Kirra, na Gold Coast (QLD), o surfista brasileiro Adriano de Souza foi derrotado pelo australiano Joel Parkinson, que somou 18.83 pontos e recebeu um cheque gordo de US$ 40 mil.



Já Adriano, que fechou com 11.30 pontos, só tem motivos para comemorar:

- O homem começou a temporada com um ótimo segundo lugar.
- Faturou US$ 24 mil.
- Saiu da água sem interagir com nenhum tubarão – o que no verão 2008/09 da Austrália é uma proeza.

Good on ya Adriano e demais sobreviventes!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Chama o Síndico (Tim Maia!)



Amanhã (terça, 10/3), o programa Vibez Brazil, da dupla dinâmica Mauricio e Raphael, homenageará o síndico-mor do Brasil, o grande Tim Maia. Morto em 15 de março de 1998, o programa será inteiro dedicado ao cantor e compositor que mais comparecia a shows no país.

Eu, fã há quase 3 décadas e testemunha ocular de uma das últmas apresentações do homem, no final de 1997, em Florianópolis, participarei levando músicas (tocaremos faixas de todos os álbuns), e contando algumas histórias.



Além disso, também falarei um pouco da The Rocks to Bondi – A Maratona dos Pubs, matéria (em breve no blog) publicada na última edição da Radar Magazine, que resultou num total de 12 horas de andança por Sydney, 14 pubs visitados e 16 cervejas, num total de 7235 ml.

A Vibez Brazil vai ao ar toda terça-feira, das 21h30 às 23h, na East Side FM – 89.7.

Avisem os amigos, chamem o síndico e não percam!

sexta-feira, 6 de março de 2009

A prima mais famosa da cidade

Essa fez história. Entre os anos 1930 e 50, ela cultivou uma grande ficha criminal que incluiu condenações por associar-se a gangsters, por vadiagem, bebedeira e assalto. Conhecida como Dulcie Markham, também assinava outros pseudônimos inspirados no filme Murder (1930), de Alfred Hitchcock.

A moça nasceu em Newtown, bairro de Sydney com uma certa atmosfera de Vila Madalena (SP), e seu verdadeiro nome era Mary Eugene. Morreu em 1976.



Dulcie Markham foi a mais bela (e cara) prostituta de Sydney. Trabalhando com frequência em Melbourne, Brisbane e Perth, onde certamente também era a prostituta mais bela (e cara) das redondezas, Markham é um dos símbolos da chamada era da gang da navalha, época em que a periculosa prima ficou conhecida como Angel of Death.

Em uma de suas mais famosas passagens, Markham foi presa pela polícia usando apenas calcinha e carregando uma espécie de machado, enquanto corria atrás de um cliente, próximo ao St Kilda Hotel, em Melbourne:

“O bastardo me insultou por causa do preço”, ela disse.

A vida e fotos de Dulcie Markham, de suas colegas de profissão e de outras contemporâneas do crime poderão ser vistas a partir de amanhã na exposição Femme Fatale: the Female Criminal, no Justice & Police Museum.

Não tinha lugar mais adequado!

Onde: Justice & Police Museum - Albert St (Cnr Phillip St), Sydney
Quando: 7/3/09 a 15/2/10, nos finais de semana das 10h às 17h
Quanto: $4 a $8



Importantantíssimo:
esta senhora em primeiro plano no banner da exposição não é a nossa mais bela (e cara) prostituta, e sim, Leslie Rees, outra fora-da-lei, em foto de 1915.