domingo, 15 de março de 2009

Eles voltaram (mas só por algumas horas e uma boa causa)!



Perter Garret, nosso ministro do meio ambiente que lembra muito um boneco de Olinda versão Outback, reuniu o Midnight Oil para se apresentar no Sound Relief, festival que rolou simultaneamente em Melbourne e Sydney, no último sábado, em prol das vítimas dos incêndios de Victoria.

O Midnight Oil, grande banda australiana dos anos 80 e 90, terminou oficialmente em 2002, e o último show havia sido em 2005, quando voltaram a tocar ao vivo por outra boa causa: ajudar as vítimas do Tsunami de 2004.



Peter Garret nem precisou de autorização do nosso primeiro-minstro para tocar. Apenas consultou alguns colegas de governo, ligou para os outros ex-integrantes da banda, deixou a fantasia de ministro no armário e agitou um público recorde de 80 mil pessoas, que contribuiu para arrecadar AU$ 5 milhões.

Antes da apresentação em Melbourne, o Midnight Oil havia feito dois shows no Canberra's Royal Theatre para desenferrujar. Os fãs gostaram!



Eu não fui ao Sound Relief, mas em breve farei a minha parte. E da melhor maneira possível: bebendo vinho.

Sim! Dia 8 de abril vai rolar uma degustação de Pinot Noir com arrecadação revertida para os vinicultores de Victoria atingidos pelos incêndios. Serão mais de 100 tipos diferentes pinots. Eu não perderei por nada (mas tudo por uma boa causa, claro!).

quinta-feira, 12 de março de 2009

Me, Myself, Publa and Kevin Rudd

No final do ano passado, descobri que economicamente falando, eu me dividia em 3 pessoas: o jornalista, o escritor e quem paga essa conta.



O jornalista, desde que chegou na Austrália, se banca graças ao trabalho que faço na gloriosa Ozzy Study Brazil, agência de intercâmbio educacional que traz estudantes brasileiros pra cá. O jornalista não bebe tanto quanto o escritor, é mais responsável e, vez ou outra, arruma algumas coisas na faixa.

Já o escritor, a exemplo de 97.8% da classe, é beberrão, curte uma fanfarra e, apesar de sempre descolar coisas na faixa, não se sustenta. E é aí que entra em campo o quem paga essa conta.

Até novembro do ano passado, quem pagava essa conta era o Publa, garçom que trabalhava em um restaurante mexicano entregando burrito e chimichanga. Deu certo, e Me, Myself and Publa, além de ter uma vida financeira saudável, viviam felizes para sempre (bem, não tão felizes e muito menos para sempre).



No comecinho de dezembro, com a crise mundial se aproximando, resolvi me solidarizar com o restante do planeta. Assim, antes mesmo dela me pegar, aderi, pedindo demissão do restaurante (na verdade, eu já estava de saco cheio de entregar burrito e chimichanga, mas uso a crise como desculpa). E o óbvio aconteceu: o escritor quebrou e derrubou o jornalista (foi a minha segunda falência em 16 meses de Austrália).

Era apenas o início do verão e, sem dinheiro, morando ao lado da praia e escrevendo de casa, só tive uma saída: trabalhar mais como jornalista e viver o restante do tempo como escritor falido. Deu certo! Fiquei praticamente dois meses sem sair de Bondi Beach, de chinelo e bermuda, cozinhando diariamente em casa e passando dois cafezinhos todo santo dia (aqui só tomamos fora).

Além disso, Ovelhelps e Ventura Hackarena, dois malucos de São Paulo, vieram passar uns dias em casa, incendiando absolutamente tudo e me levando ainda mais à bancarrota. Foi um grande verão, mas absolutamente falido.



Com a chegada do outono, o jornalista tem trabalhado cada vez mais para tentar sustentar o escritor e as contas do novo château (em breve texto sobre o novo apartamento). Mas ainda não é o suficiente. E isso significa que caminho a passos largos para uma terceira falência.



Na verdade, caminhava, pois graças à crise financeira mundial (aquela mesmo que aderi), Kevin Rudd, nosso primeiro-ministro afobadão, lançou um pacote liberando cerca de 20 bilhões de dólares para manter a economia aquecida. E eu, que em 2008 paguei todos os impostos do jornalista e do garçom, receberei 900 doletas do governo, evitando a terceira falência em 20 meses.

O escritor, que mesmo quebrado escreve da sacada com vista para o mar, agradece!



That’s Australia!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Quiksilver Pro (sem tubarão)



A final do Quiksilver "Shark"Pro, a primeira etapa do circuito mundial de 2009, terminou agora a pouco. Disputada na praia de Kirra, na Gold Coast (QLD), o surfista brasileiro Adriano de Souza foi derrotado pelo australiano Joel Parkinson, que somou 18.83 pontos e recebeu um cheque gordo de US$ 40 mil.



Já Adriano, que fechou com 11.30 pontos, só tem motivos para comemorar:

- O homem começou a temporada com um ótimo segundo lugar.
- Faturou US$ 24 mil.
- Saiu da água sem interagir com nenhum tubarão – o que no verão 2008/09 da Austrália é uma proeza.

Good on ya Adriano e demais sobreviventes!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Chama o Síndico (Tim Maia!)



Amanhã (terça, 10/3), o programa Vibez Brazil, da dupla dinâmica Mauricio e Raphael, homenageará o síndico-mor do Brasil, o grande Tim Maia. Morto em 15 de março de 1998, o programa será inteiro dedicado ao cantor e compositor que mais comparecia a shows no país.

Eu, fã há quase 3 décadas e testemunha ocular de uma das últmas apresentações do homem, no final de 1997, em Florianópolis, participarei levando músicas (tocaremos faixas de todos os álbuns), e contando algumas histórias.



Além disso, também falarei um pouco da The Rocks to Bondi – A Maratona dos Pubs, matéria (em breve no blog) publicada na última edição da Radar Magazine, que resultou num total de 12 horas de andança por Sydney, 14 pubs visitados e 16 cervejas, num total de 7235 ml.

A Vibez Brazil vai ao ar toda terça-feira, das 21h30 às 23h, na East Side FM – 89.7.

Avisem os amigos, chamem o síndico e não percam!

sexta-feira, 6 de março de 2009

A prima mais famosa da cidade

Essa fez história. Entre os anos 1930 e 50, ela cultivou uma grande ficha criminal que incluiu condenações por associar-se a gangsters, por vadiagem, bebedeira e assalto. Conhecida como Dulcie Markham, também assinava outros pseudônimos inspirados no filme Murder (1930), de Alfred Hitchcock.

A moça nasceu em Newtown, bairro de Sydney com uma certa atmosfera de Vila Madalena (SP), e seu verdadeiro nome era Mary Eugene. Morreu em 1976.



Dulcie Markham foi a mais bela (e cara) prostituta de Sydney. Trabalhando com frequência em Melbourne, Brisbane e Perth, onde certamente também era a prostituta mais bela (e cara) das redondezas, Markham é um dos símbolos da chamada era da gang da navalha, época em que a periculosa prima ficou conhecida como Angel of Death.

Em uma de suas mais famosas passagens, Markham foi presa pela polícia usando apenas calcinha e carregando uma espécie de machado, enquanto corria atrás de um cliente, próximo ao St Kilda Hotel, em Melbourne:

“O bastardo me insultou por causa do preço”, ela disse.

A vida e fotos de Dulcie Markham, de suas colegas de profissão e de outras contemporâneas do crime poderão ser vistas a partir de amanhã na exposição Femme Fatale: the Female Criminal, no Justice & Police Museum.

Não tinha lugar mais adequado!

Onde: Justice & Police Museum - Albert St (Cnr Phillip St), Sydney
Quando: 7/3/09 a 15/2/10, nos finais de semana das 10h às 17h
Quanto: $4 a $8



Importantantíssimo:
esta senhora em primeiro plano no banner da exposição não é a nossa mais bela (e cara) prostituta, e sim, Leslie Rees, outra fora-da-lei, em foto de 1915.

terça-feira, 3 de março de 2009

Olha por onde anda

Na Austrália, a cultura de deixar móveis e eletrodomésticos na calçada é comum. A exemplo do que acontece nos Estados Unidos e outros países, é normal pegarmos uma TV encostada pelo vizinho que acabou de comprar uma zerinho de plasma, um sofá não tão capenga deixado pela bruxa do 72, entre tantas outras coisas. Como o consumo por aqui é bastante acelerado, nós, brasileiros e estudantes internacionais, estamos sempre de olho nas ruas, preenchendo nossas casas com ao menos 20% de sobras herdadas da vizinhança.



Mas os moradores da South St, em Windale, subúrbio residencial em New South Wales, exageraram. Entre colchões velhos, móveis destruídos e fraldas carimbadas, eles deixaram até uma simpática coruja morta. A sujeira é tanta que o pessoal da limpeza se recusa a fazer o trabalho por lá, alegando risco para a saúde. Resultado: o problema se tornou uma grande bola de neve, na verdade, de lixo, e a rua, já oficalmente a mais suja do estado (talvez do país), está intransitável.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Fechando o verão

Este texto foge um pouco do espírito do blog, mas é só pra atualizá-los pois foram 3 na sequência.



No extremo norte, um crocodilo de água salgada de 3.6 metros foi visto na última quarta-feira em Katherine Gorge, em Northern Territory. No dia seguinte, os guardas florestais registraram algumas chapas do monstro e, no sábado, capturaram a fera usando uma intrépida e engenhosa armadilha no melhor estilo Sr. Twiddle.



Já no extremo sul do país, a situação é realmente triste. Ontem, cerca de 200 baleias e meia-dúzia de golfinhos encalharam nas areias de King Island, na Tasmania. Até agora (segunda-feira à noite), 54 baleias e 6 golfinhos foram salvos por mais de 150 pessoas - entre profissionais e residentes - que estão ajudando. Infelizmente, 140 baleias já morreram.



E para não perder a conta, ontem, em Avalon, praia ao norte de Sydney, mais uma pessoa foi atacada por tubarão (a quarta este ano aqui no estado de New South Wales). Desta vez, a vítima foi um garoto de 15 anos, Andrew Lindop, mordido na coxa esquerda por um suposto grande branco.

Que venham os bons fluidos das águas de março fechando, definitivamente, os ataques de verão.