sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Que sova, Nadal!




Ontem à noite, pela semifinal do Australia Open, nosso Luis Fabiano-Muhamad Ali versão la marseillaise, também conhecido como Jo-Wilfried Tsonga, sapecou 3 sets a 0 (6-2, 6-3, 6-2) no tenista nº 2 do mundo, Rafael Nadal, sem dar a menor chance para o apache espanhol.

Domingão, valendo o título e alguns bons milhões de dólares, Tsonga (38º do mundo) terá pela frente ninguém menos do que o suíço Roger Federer (1º), ou o sérvio Novak Djokovic (3º), o cara que atropelou o mala do australiano Lleyton Hewitt e seus gritinhos mascarados de “Come on!”. Vai ser um jogaço e quem não assistir, não vai para o Céu.

No feminino, amanhã, a partir das 14h15 (horário local), rola a finalíssima entre a deusa Maria Sharapova (5ª) e a sérvia Ana Ivanovic (4ª). Pelo que vem jogando, a russa é favorita (na Bill Hurley Bookmaking tão pagando 1.20 para cada dólar apostado na russa e 4.50 na sérvia).



Eu, particularmente, acho que vai dar Sharapova, vou torcer por ela e adoraria que a russa desse um pulinho aqui em Coogee para comemorarmos juntos. Mas vocês sabem: o tênis é uma caixinha de surpresas; azar no jogo, sorte no amor; água, pedra, mole, dura tanto fura até que bate; e se Maomé não tem boca, Roma vai à montanha (como diria o Dazaranha).

Sendo assim, que vença a melhor (jogadora)!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Luto - Heath Ledger


A Austrália acordou em choque esta manhã. Heath Ledger (1979-2008), ótimo ator local nascido em Perth e que morou em Bronte Beach - 3 praias de casa - antes de se mudar para os Estados Unidos para tentar fugir do assédio dos paparazzis, foi encontrado morto em seu apartamento de Manhattan, às 15h35 (horário local) desta terça-feira, pela empregada e um massagista. Ao lado do corpo foram encontradas pílulas, o que vai render muita especulação dos “especialistas” da mídia sobre overdose, suicídio...

Ledger, no auge da carreira aos 28 anos, recebeu uma indicação ao Oscar pelo papel no filme Brokeback Mountain, participou de filmes como 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você (10 Things I Hate About You - 1999), O Patriota (The Patriot - 2000) e As Quatro Plumas (The Four Feathers - 2002), e mais recentemente interpretou Bob Dylan em I´m Not There, e o vilão Coringa no novo Batman: O Cavaleiro das Trevas.



Em entrevistas, o ator volta e meia reclamava do assédio da mídia. A relação não era das melhores e até resultou em uma esguichada d´água por parte de fotógrafos em pleno tapete vermelho, durante a premier de Brokeback Mountain. Estou acompanhando o noticiário por aqui e os jornalistas estão realmente passados com a notícia (voz embargada e tudo mais). Não só nos noticiários locais como também nos norte-americanos.

Ledger deixa uma filha de 2 anos, Matilda, que teve com a atriz Michelle Williams. Kevin Rudd, primeiro-ministro australiano, já se manifestou e disse que o pensamento de todos está com Matilda; assim como Nicole Kidman, que também acaba de se pronunciar oficialmente dizendo que o coração dela está com a família.

Para relembrar o ator, sugiro que assistam a Coração de Cavaleiro (A Knight's Tale - 2001), comédia- aventura passada na Idade Média com uma trilha sonora que traz David Bowie, Queen, AC/DC, entre outros grandes. Obviamente não é o melhor filme dele, muito menos sua grande interpretação no cinema, mas vale a pena pois é leve, bem engraçado e tem, além de Ledger, o ator inglês Paul Bettany também despontando no cinema.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Resolução 1 de ano novo – Talvez eu esteja em apuros

Mês passado escrevi sobre o grave problema de nomenclatura que enfrento na Austrália (ver texto “Mucho gusto, my name is Publa”). Na verdade, que enfrentei a vida inteira, independentemente de cidade, Estado, porteiro ou país. Mas agora a situação complicou de vez.

Como podem ler num dos textos abaixo – do reveillon – publiquei as minhas 10 resoluções de ano novo (de fato são cento e douze, mas só coloquei dez por questão de cabala). E para começar o ano com o pé direiro, já pus a número 1 em prática, a que diz “Cortar o o cabelo”. Assim, no último sábado entrei na barbearia do mr. Luigi – mais de meio século de barba, cabelo e bigode em Coogee Beach – e após pouco mais de 10 minutos e 19 doletas, voltei a ter cabelo curto (o que não acontecia desde 2000).



Na mesma semana, mais precisamente na sexta, Austrália e Índia se enfrentavam pelo Teste de Críquete. Os jogos são amistosos mas rola uma baita rivalidade, os caras levam a sério demais e, claro, ninguém quer perder. Por conta disso, os jogadores se provocam, tiram sarro e, como não é um jogo de contato, não chegam às vias de fato, mas volta e meia estão se estranhando.



Andrew Symonds, uma das estrelas do selecionado local, andou cornetando nos ouvidos indianos. Podem ter certeza de que ele não elogiou o turbante de ninguém, pois no melhor estilo Grafite e Desábato na Libertadores da América de 2005, nosso glorioso Harbhajan Singh, jogador da Índia, foi acusado por Symonds de tê-lo chamado de “macaco”. Importante: no meio de um monte de branquelos, Symonds é o único “afro-australiano” (não quero me comprometer). Vocês podem imaginar a confusão...


Andrew Symonds e Harbhajan Singh

Apesar da aparente sociedade multicultural que a Austrália diz ser, na verdade o que rola é uma tolerância por pura necessidade, já que australiano não quer fazer trabalho que latinos, árabes, irlandeses e asiáticos fazem. Sendo assim, todos são obrigados a conviver em aparente harmonia. Mas uma hora a coisa sempre estoura, e é provável que, sob o pretexto do jogo, alguma reação contra os indianos aconteça. Especialmente se não contornarem publicamente o problema – o que está difícil – e se Ricky Ponting, capitão australiano, não fechar a boca. Por aqui, boa parte da mídia está condenando a seleção australiana, principalmente o tal do Ponting, por achar que eles provocaram demais e agora estão exagerando (“hipócritas” e “demagogos” são alguns dos adjetivos mais usados nos jornais das últimas semanas).

Ricky "the arrogant" Ponting

Mas vocês devem estar se perguntando: o que o Pablo tem a ver com isso?

Bem, não sei porque cargas d´água, eu, que sempre tive cara de mexicano, boliviano, argentino ou paraguaio, após concluir a resolução número 1 de ano novo, fiquei com cara de indiano. É verdade! Primeiro foi a Paloma, minha irmã, que semanas atrás falou que eu estava da cor dos indianos (verão sem camada de ozônio é brabo). Entusiasta do budismo, achei bacana. Dias depois, enquanto cortava 7 anos de vagabundagem capilar, o sorridente mr. Luigi perguntou se eu era indiano. Estranhei! Na sequência, Robin, meu cunhado, quando me viu pela primeira vez após o corte, exclamou: Anil Kumble (jogador indiano)! E pra fechar, na última quinta, tomando umas cervejas num pub, conheci um casal. O cara era australiano e a mulher brasileira. Quando falei que também era brasileiro, seguiu o seguinte diálogo com a moça:
- Jura?
- Juro!
- Mas você não tem cara de brasileiro.
- Eu sei, todo mundo diz que pareço mexicano, boliviano, argentino...
- Não, não, achei que você fosse asiático. Mas não japonês, coreano, esses asiáticos, achei que você fosse da Índia, Paquistão, daqueles lados.

Portanto, meus amigos e amigas, o jeito é evitar gramados de cricket e encontros com australianos mais xiitas, pois se algum amigo do Nepal ou Bangladesh me ver e me chamar de Publa, é bem provável que estaremos diante de um incidente diplomático envolvendo Brasil, Austrália, Índia e mais um quarto país a sua escolha!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

A pergunta que não quer se calar



Há apenas 5 meses aqui, tenho uma grande dúvida. Na verdade, duas. Até hoje não sei se a água onde me banho com certa frequência pertence ao Oceano Pacífico ou ao Mar da Tasmânia. Já ouvi teorias defendendo ambos, mas nenhuma convincente (Ashraf, pergunta pro Amyr, por favore). Mas a pergunta que não quer se calar, é:

Seria a Austrália, a Inglaterra ensolarada ou o Brasil que deu certo?



Prometo resposta para daqui há alguns anos...


quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Milagre em Coogee – Ressucitaram Vanilla Ice Ice Baby

Esta é a visão lateral do Beach Palace Hotel – hotel/pub/bar/café/restaurante/casa de apostas e afins – que fica ao lado de casa (é praticamente o meu escritório). O lugar é bacana, tem uma grande varanda com vista para o mar e um incrível poder sobrenatural de ressucitar mortos.


É verdade! Na noite do último dia 31 de dezembro de 2007, também conhecida como reveillon, noite da virada ou new year eve, os caras desenterraram nada mais nada menos do que um dos piores “rappers” (se é que podemos chamá-lo de rapper) de todos os tempos, nosso glorioso Vanilla Ice.



Ele mesmo! O branquelo do topete oxigenado que vendeu mais de 20 milhões de cópias do álbum que trazia uma das maiores bombas sonoras do início dos anos 90 (e olha que não foram poucas), Ice Ice Baby. Gelo Gelo Neném, além de terrível, ainda plagiava a introdução de Under Pressure, do Queen, o que rendeu um tremendo processo.

Vanilla Ice Ice Baby foi contratado como atração principal da festa de ano novo do Palace (fico imaginando o resto). Mas o pior foram os preços. A primeira leva de ingressos foi vendida a AU$ 125, enquanto que a segunda saiu por AU$ 135 (sem bebidas alcoólicas incluídas).



Resumindo: tem louco pra tudo neste mundo, e há lugares com poderes mágicos de ressucitar mortos. Para o próximo reveillon, o Palace já confirmou as presenças de Milli Vanilli, Deborah Gibson e Serguei. Imperdível!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Perdemos Arden St!



Força, Clovelly Rd!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Happy New Year - 10 resoluções para 2008

O reveillon de Sydney gira em torno da Harbour Bridge, a famosa ponte que (literalmente) ao lado da Opera House, dos cangurus e da capa do álbum The Best of Men at Work, estão entre os principais ícones da Austrália. A festa na ponte é famosa no mundo inteiro não só pela queima de fogos, mas por ser um dos primeiros lugares do planeta a entrar no ano bom. Como sou novato por aqui, claro que tentei passar o mais próximo possível. Mas até a véspera, a missão de achar o lugar ideal não estava fácil.

Em primeiro lugar, o meu visto é de estudante (categoria alcoholic oversea student), e isso significa que que não tenho condições de pagar AU$ 1.000 nas festas vips ali do lado, nem mesmo AU$ 300 nos bares, restaurantes e clubes não tão vips assim. Deste modo, o mais viável era achar um lugar público nas imediações. Parques não faltam em Sydney, especialmente com boa vista para a ponte, mas para conseguir um bom lugar eu teria que chegar, no máximo, até às 9 da manhã, passar o dia inteiro espremido entre milhares de pessoas e com extrema dificuldade para as 4 principais necessidades de um dia como este: cerveja, banheiro, boa visão da queima de fogos e mais cerveja.

A solução foi descolar um lugar alternativo, que não precisasse chegar tão cedo e com ótima logística cerveja-banheiro-boa visão da queima de fogos-mais cerveja. Encontrei!

Por sugestão da família australiana de uma amiga suíça, fomos às cegas a um lugar chamado Strickland House. Tudo o que sabíamos era que no lugar havia uma casa particular, com acesso a uma praia, cuja praia tinha uma rede de proteção contra tubarões. Também fomos informados de que poderíamos levar comes e bebes à vontade, de que teríamos ótima visão da festa e não precisaríamos chegar tão cedo, pois a tal da Strickland House não é muito popular. O único “senão” era o toque de recolher: uma da manhã deveríamos zarpar de lá. Levando em conta que chegaríamos no meio da tarde e a maioria das festas públicas e muitas privadas da cidade não passariam das 3, achamos justo.

Assim, aportamos por lá às 16h12 do dia 31 de dezembro para desfrutar de uma das melhores relações cerveja-banheiro-boa visão da queima de fogos-mais cerveja de Sydney.

Vejam as fotos e as resoluções para 2008!


A chegada


A casa


A prainha


Parte da galera


Zoom na ponte






Zoom na Opera House



A atmosfera


Jesus também apareceu por lá


Fim de tarde


Pôr-do-sol


Sol se despedindo de 2007


Último anoitecer


Queima de fogos das 9h (para a criançada)



Happy New Year








Resoluções de Ano Novo:
1. Cortar o cabelo
2. Trabalhar mais
3. Escrever mais
4. Beber menos (porém melhor)
5. Conhecer a maior diversidade possível de cozinhas
6. Interagir com a Nicole Kidman
7. Parar de sonhar em interagir com a Nicole Kidman
8. Viajar mais pela Austrália
9. Passar férias no Brasil
10. Conquistar a Oceania, a Ásia e mais um terceiro continente a sua escolha







E para colocar as resoluções de ano novo em prática, nada melhor do que flambar uns maus espíritos que pairavam no ar!