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terça-feira, 4 de março de 2008

Princesão do cricket - As perguntas que não querem calar



Esta noite não foi das melhores para a seleção australiana de cricket. Em mais uma partida da polêmica temporada 2007/2008 (ver O tal do cricket), a Austrália perdeu para os indianos num final eletrizante. Mas como brasileiro não está nem aí pra cricket – eu só acompanho por ofício, uma vez que convivo diariamente com australianos, nepaleses e bengaleses, todos apaixonados pelo esporte – vou parar por aqui e seguirei direto para o que interessa.

Vejam a ombrada que o nosso glorioso Andrew Symonds, um dos pivôs de toda a polêmica da temporada, deu no invasor australiano que mais parecia um queijo minas em má fase. Sen-sa-cio-nal! Mas vamos às perguntas que não querem calar:



Primeiro:
por que gringo (especialmente europeu no inverno) adora invadir praças esportivas completamente nu?

Segundo: o que leva uma pessoa a invadir uma praça esportiva completamente nua?

Terceiro: o que leva uma pessoa a invadir uma praça esportiva completamente nua, sabendo que terá que pagar 5 mil dólares australianos de multa? Isso mesmo! Cinco pau (sem trocadilho) e ainda levará umas bordoadas, seja dos atletas (na verdade, estes não podem, Symonds provavelmente será punido), ou dos tiras!

Quarto (e não menos importante): o que leva uma pessoa a invadir uma praça esportiva completamente nua, sabendo que será ridicularizada por milhares de espectadores no estádio, por milhões que assistem pela TV e pelo resto da vida na Internet?



Eu não entendo! Mas vejam a sequência da ombrada que o princesão do cricket levou!


sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Resolução 1 de ano novo – Talvez eu esteja em apuros

Mês passado escrevi sobre o grave problema de nomenclatura que enfrento na Austrália (ver texto “Mucho gusto, my name is Publa”). Na verdade, que enfrentei a vida inteira, independentemente de cidade, Estado, porteiro ou país. Mas agora a situação complicou de vez.

Como podem ler num dos textos abaixo – do reveillon – publiquei as minhas 10 resoluções de ano novo (de fato são cento e douze, mas só coloquei dez por questão de cabala). E para começar o ano com o pé direiro, já pus a número 1 em prática, a que diz “Cortar o o cabelo”. Assim, no último sábado entrei na barbearia do mr. Luigi – mais de meio século de barba, cabelo e bigode em Coogee Beach – e após pouco mais de 10 minutos e 19 doletas, voltei a ter cabelo curto (o que não acontecia desde 2000).



Na mesma semana, mais precisamente na sexta, Austrália e Índia se enfrentavam pelo Teste de Críquete. Os jogos são amistosos mas rola uma baita rivalidade, os caras levam a sério demais e, claro, ninguém quer perder. Por conta disso, os jogadores se provocam, tiram sarro e, como não é um jogo de contato, não chegam às vias de fato, mas volta e meia estão se estranhando.



Andrew Symonds, uma das estrelas do selecionado local, andou cornetando nos ouvidos indianos. Podem ter certeza de que ele não elogiou o turbante de ninguém, pois no melhor estilo Grafite e Desábato na Libertadores da América de 2005, nosso glorioso Harbhajan Singh, jogador da Índia, foi acusado por Symonds de tê-lo chamado de “macaco”. Importante: no meio de um monte de branquelos, Symonds é o único “afro-australiano” (não quero me comprometer). Vocês podem imaginar a confusão...


Andrew Symonds e Harbhajan Singh

Apesar da aparente sociedade multicultural que a Austrália diz ser, na verdade o que rola é uma tolerância por pura necessidade, já que australiano não quer fazer trabalho que latinos, árabes, irlandeses e asiáticos fazem. Sendo assim, todos são obrigados a conviver em aparente harmonia. Mas uma hora a coisa sempre estoura, e é provável que, sob o pretexto do jogo, alguma reação contra os indianos aconteça. Especialmente se não contornarem publicamente o problema – o que está difícil – e se Ricky Ponting, capitão australiano, não fechar a boca. Por aqui, boa parte da mídia está condenando a seleção australiana, principalmente o tal do Ponting, por achar que eles provocaram demais e agora estão exagerando (“hipócritas” e “demagogos” são alguns dos adjetivos mais usados nos jornais das últimas semanas).

Ricky "the arrogant" Ponting

Mas vocês devem estar se perguntando: o que o Pablo tem a ver com isso?

Bem, não sei porque cargas d´água, eu, que sempre tive cara de mexicano, boliviano, argentino ou paraguaio, após concluir a resolução número 1 de ano novo, fiquei com cara de indiano. É verdade! Primeiro foi a Paloma, minha irmã, que semanas atrás falou que eu estava da cor dos indianos (verão sem camada de ozônio é brabo). Entusiasta do budismo, achei bacana. Dias depois, enquanto cortava 7 anos de vagabundagem capilar, o sorridente mr. Luigi perguntou se eu era indiano. Estranhei! Na sequência, Robin, meu cunhado, quando me viu pela primeira vez após o corte, exclamou: Anil Kumble (jogador indiano)! E pra fechar, na última quinta, tomando umas cervejas num pub, conheci um casal. O cara era australiano e a mulher brasileira. Quando falei que também era brasileiro, seguiu o seguinte diálogo com a moça:
- Jura?
- Juro!
- Mas você não tem cara de brasileiro.
- Eu sei, todo mundo diz que pareço mexicano, boliviano, argentino...
- Não, não, achei que você fosse asiático. Mas não japonês, coreano, esses asiáticos, achei que você fosse da Índia, Paquistão, daqueles lados.

Portanto, meus amigos e amigas, o jeito é evitar gramados de cricket e encontros com australianos mais xiitas, pois se algum amigo do Nepal ou Bangladesh me ver e me chamar de Publa, é bem provável que estaremos diante de um incidente diplomático envolvendo Brasil, Austrália, Índia e mais um quarto país a sua escolha!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

O tal do cricket



Desde que a temporada de rugby acabou por aqui, há uns 2 meses, o cricket se tornou o esporte da vez. Como bom rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes e vindo do Brasil, tenho me esforçado para entender o plério. Mas não é fácil. Por ora, desvendei a logística das açõs – o cricket nada mais é do que o nosso taco de rua com pompa britânica e jogado como se fosse beisebol – e estou impressionado com o “approche” do arremesso (vejam o vídeo, é arte pura, mais um pouquinho e o cara sai voando). Mas o problema tem sido a pontuação.



Me desculpem, mas um placar que mostra Austrália 5/363, pra mim, não diz absolutamente nada. E o problema se agrava quando a TV mostra uma porção de números e gráficos que, tenho certeza, nem mesmo Sir Joseph Cricekt, o saudoso inventor do jogo, entende.



Por conta disso, resolvi boicotar as partidas televisionadas e só tenho assistido aos jogos ao vivo, como este que rolou no último sábado, no campo do lado de casa. Não sei quem estava jogando, não sei quanto foi, não vi números como 5/363 e muito menos gráficos.



Mas sei que um dos times de branco venceu (os dois times estavam de branco) e eu me diverti um bocado tomando uma cerveja gelada e relembrando os bons tempos de taco da infância, quando a cada 2 minutos o jogo era interrompido para dar passagem para um Monza, uma Caravan, uma Brasília ou um Fusca.

Ah! E falando em pompa britânica, vejam o modelito dos juízes!