segunda-feira, 30 de março de 2009

The Rocks to Bondi – A Maratona dos Pubs



Matéria publicada na edição 3 (fev/mar 09) da Radar Magazine, em Sydney e Gold Coast.

Existem várias maneiras de se conhecer uma cidade. Entre elas, uma das mais divertidas é percorrer os principais bairros e avenidas à pé, parando em alguns dos pubs mais emblemáticos de cada área. Em Sydney, uma epopéia dessas deve começar obrigatoriamente em The Rocks, o bairro mais antigo da cidade, e terminar em Bondi Beach, a praia mais popular e badalada da Austrália.



Apesar da distância – aproximadamente 15 km – a missão não exige muitos preparativos. Apenas uma idéia do itinerário, tênis confortáveis, amigos que não bebem leite, alguns dólares na carteira e um domingo ensolarado. Nem mesmo garrafinha d’água é necessário, uma vez que em New South Wales os pubs são obrigados a fornecer água aos clientes.

Para não queimar a maratona logo na largada, adotamos uma única regra: beber somente uma cerveja por pub. Caso contrário, não sairíamos de The Rocks.

O mais antigo
Sim! The Rocks é o lugar. É lá que estão, não só os pubs mais tradicionais e agradáveis, como a história da cidade, o início da colonização na Austrália e a polêmica mais importante desde a chegada do Captain Cook: qual é o pub mais antigo de Sydney (talvez da Austrália)?



A resposta, a princípio, é encontrada no Fortune of War, o pub em que propositalmente fizemos o primeiro brinde às 11h37 da manhã. Fortune of War e Lord Nelson brigam há mais de 100 anos pelo posto, tendo o Fortune vencido a última batalha ao provar que sua licença para vender bebida alcoólica é a mais antiga, datada de 1828. Mas se no quesito “idade” ele leva a melhor, na categoria “sentar e beber” o Lord está anos-luz à frente.



Com uma pequena linha de produção dentro do pub, eles fabricam a própria cerveja. E que cerveja! A segunda gelada do dia foi a Old Admiral, um canhão escuro com 6.1% de álcool. O lugar, construído em 1836 com pedras das redondezas, preserva a atmosfera colonial do início do século XIX, período em que The Rocks cresceu rapidamente ao lado da principal baía de acesso a Sydney, tornando-se o epicentro da boemia com tavernas, pubs, bordéis, gangues e muita confusão.



Um pouco desta época veio à tona na terceira cerveja, tomada no The Hero of Waterloo, pub que guarda muita história no subsolo. Basta uma descida para encontrar túneis por onde era contrabandeado rum, e correntes usadas para amarrar bêbados. Quanto à secular polêmica, reza a lenda que este sim é o pub mais antigo, uma vez que foi aberto em 1801 e até hoje está no mesmo lugar, só não sendo reconhecido porque nos primeiros 40 anos vendia bebida sem licença.




O escolhido pra fechar The Rocks foi o Australian Hotel, pub grande, de esquina, com mesinhas na calçada e notório pela enorme variedade de cervejas. Experimentei a Sebastian Reserve, ótima escura produzida pela Matilda Bay Brewing, empresa do oeste australiano.

Por uma questão de logística, seguimos pela George St, a rua mais antiga da Austrália. Establishment e Forbes, dois pubs que faziam parte dos planos, estavam fechados, o que ajudou a evitar os efeitos de, até então, 1845 ml de cerveja. Localizados no centro financeiro da cidade, próximos de Martin Place, eles lotam nas happy hours de segunda a sexta.



Seguindo pela George, paramos no Three Wise Monkeys, pub onde rola som ao vivo todos os dias. Como o relógio se aproximava das três, decretamos hora do almoço. Em vez do tradicional steak com mash potato, clássico dos pubs, fomos de lamb shank e beef pie. Bons, mas nada especiais. Serviram mais para manter o corpo em condições de prosseguir, e para quebrarmos a única regra do dia sapecando duas cervejas enquanto esperávamos os pratos.



Do outro lado da George St, um quarteirão a frente, fizemos a parada mais divertida: Scruffy Murphy’s, irish pub onde centenas de irlandeses se acotovelavam com seus tênis brancos para acompanhar uma decisão de boxe. Por motivos óbvio, fomos de Guiness, até então a cerveja mais barata: $ 5 a pint (copo de 570 ml). As outras, além de mais caras, eram schooner (475 ml) – exceto a Old Admiral.



Subindo
A idéia original era terminar a tour no mesmo dia e, de preferência, vivos. Para isso, decidimos otimizar o percurso seguindo para Bondi via Oxford St, eliminando pubs como Crown Hotel, em Surry Hills, e Coogee Bay e Palace Hotel, em Coogee. A essa altura o placar marcava cerca de 5.2 km percorridos, 6 pubs e 7 cervejas, num total de 3265 ml.


A subida começou em Darlinghurst, bairro bastante colorido. Na verdade, um arco-íris de cores, já que é um dos principais redutos da grande população GLS de Sydney. A diversidade étnica, cultural e sexual é uma das marcas da cidade, o que nos levou ao The Colombian, um dos mais famosos. Duas coisas nos chamaram a atenção: o preço da cerveja – apenas 4.70 – a mais barata de toda a jornada; e o isqueiro temático do barman, que trazia a foto de um “princeso” nu.



Continuamos na Oxford St, agora em Paddington, uma das áreas residenciais mais antigas da Austrália. O bairro possui forte herança colonial, mas assume ares modernos e cosmopolita nas lojas de grife e restaurantes estrelados. Exemplo deste contraste está nos pubs que visitamos. O The 3 Weeds, que eu nunca ouvira falar, foi batizado pelos ex-prisioneiros ingleses e irlandeses que o frequentavam no final do século XIX. Experimentei uma cerveja à base de mel chamada Beez Neez que, por pouco, não a incorporei no meu café da manhã diário (acompanhada de iogurte e cereais deve ser uma delícia).



Já o Fringe Bar, como o próprio nome diz, está mais pra bar do que pra pub, tanto que foi o único a cobrar entrada: $ 8 com direito a uma cerveja e banda ao vivo (que tocava para os pais, irmãos e amigos bem próximos). Na travessa de cima, Glenmore Rd, fomos ao Durty Nelly's, típico pub irlandês frequentado por gente do bairro. O lugar, além de muito bacana, tem o segurança mais simpático (o que é raro).



Fechando a subida da Oxford St, paramos no Paddington Inn e no The Light Brigade, este segundo já em Woollahra. Os dois são no estilo do Fringe Bar, moderninhos e mais bar/balada do que pub. Quando deixamos o Brigade, o céu já havia escurecido e o placar apontava cerca de 10.2 km percorridos, 11 pubs e 12 cervejas, num total de 5960 ml. Agora andaríamos uns 2 km até Bondi Junction para iniciarmos a conclusão da jornada.

Saideira
O primeiro pub que tentamos entrar foi o Cock n’ Bull, ponto de encontro de irlandeses, ingleses e milhares de estudantes internacionais que vivem e estudam nos arredores. Infelizmente, fomos barrados pois uma de nossas convivas estava sem documento com foto. Seguimos então para o Tea Gardens, outro popular pub irlandês onde tomamos a última cerveja antes da descida final.

A dúvida era: Old South Road ou Bondi Road? Optamos pela segunda e encaramos mais 3 km de caminhada com a idéia de passarmos primeiro no Beach Road, pub frequentado principalmente por quem mora em Bondi (incluindo dúzias de brasileiros). Mas conforme nos aproximamos, vimos que a tradicional procissão Beach Road/Bondi Hotel já havia começado, o que significa que o pub estava fechando e restara somente um destino.



Nossa fotógrafa

Passava das 23 horas quando brindamos na parte de fora do Bondi Hotel, de frente para o mar. Das 6 pessoas que iniciaram a jornada, 3 chegaram. A fotógrafa Fernanda Cury e o casal Tércio Raddatz e Jana Rodrigues só puderam nos acompanhar até o The Colombian. À mesa, eu e os heróicos Alexandre Monteiro e Mariana Peres, mais uma vez, quebramos a única regra do dia pedindo a tradicional saideira (afinal, ninguém é de ferro). Com a sensação de dever cumprido, passamos a régua na maratona de quase 12 horas, 14 pubs, 15 km e 16 cervejas, numa bagatela total de 7235 ml. Cheers!



domingo, 29 de março de 2009

Apagão de 1 bilhão



Ontem à noite, ficamos no escuro. Das 20h30 às 21h30 (horário local), até mesmo nossa gloriosa Harbour Bridge e a emblemática Opera House apagaram as luzes. Mas ao contrário do que aconteceu no Brasil há uns doze anos, quando tivemos aquele vergonhoso apagão, este foi por uma boa causa.



Participamos do Earth Hour, evento que começou aqui mesmo em Sydney, em 2007, com cerca de 2.2 milhões de pessoas apagando as luzes durante uma hora. Hoje, na terceira edição, a iniciativa se tornou um evento global com participação de 1 bilhão de pessoas em mais de 80 países (tipo Tang).

Para se ter uma idéia, ícones como a Torre Eiffel, o Vaticano, o estádio olímpico de Beijin e as pirâmides de Giza também ficaram no escuro. Não sei se no Brasil grandes monumentos como o Borba Gato – o nosso Colosso de Rodes – por exemplo, aderiu, mas deveriam. A idéia do Earth Hour não é economizar energia, mas conscientizar as pessoas sobre as mudanças climáticas do planeta.



A única coisa que me preocupa é o fato de Melbourne ter participado. Como todos sabem, daqui a pouco será aberta a temporada 2009 da Fórmula 1, com o Rubinho largando na segunda posição, e o Massa na sétima. Conhecendo as duas feras, a chance de um apagão brasileiro no circuito de Albert Park, é muito grande. Principalmente se estiverem na frente.







quarta-feira, 25 de março de 2009

Melhores amigos



Declaração de Hillary Clinton, secretária de estado dos Estados Unidos, após encontro com nosso primeiro-ministro Kevin Rudd, em Washington:

"Os Estados Unidos não têm amigo melhor no mundo do que a Austrália."

Sinceramente, não sei se este grau de amizade é bom ou ruim.

Na semana passada, dois soldados australianos foram mortos no Afeganistão, e agora a pouco, mais 3 soldados e 1 intérprete foram gravemente feridos pelo Taliban.

Ainda bem que tenho trazduzido para o português!

Assim Caminha a Humanidade

Washington, 24 de março de 2009

Kevin Rudd, nosso primeiro-ministro, e Barack Obama conversam. O encontro, segundo o presidente dos Estados Unidos, foi um "meeting of the minds".


Salvador, 24 de março de 2009

sexta-feira, 20 de março de 2009

Papelão jornalístico à vista

Este caso tem tudo para virar objeto de estudo em 10 entre 10 faculdades de jornalismo em todo o mundo. Por aqui, editor deve perder a cabeça - e talvez vá em cana - assim como jornal grande deve perder credibilidade e milhões de dólares. Tudo por conta de algumas fotos de uma parlamentar seminua que, na verdade, não era ela (entenderam? Tipo novela mexicana – ops, australiana).



Pauline Hanson, ex-vendedora de fish n´ chips, é uma polêmica parlamentar que está em campanha no estado de Queensland. Conhecida por suas posições radicais (sem trocadilho) em relação a questões como imigração (ela é contra) e aborígenes (ela odeia os silvícolas), Hanson volta e meia está metida em encrenca.

A última foi no final de semana passado, quando o jornal The Sunday Telegraph publicou supostas fotos dela seminua, tiradas no início da década de 1970 por um ex-namorado, quando Pauline tinha 19 anos. A repercussão foi imediata, não só aqui como na Nova Zelândia, na Inglaterra e em países asiáticos outrora atacados por ela como Singapura.



Porém, na quarta-feira, o jornal concorrente The Sydney Morning Herald divulgou o parecer de um renomado perito em anatomia que analisou as fotos publicadas e as fotos dela da época.

A boa notícia para o jornal é que as chapas não foram alteradas em Photoshop ou em algum outro programa de computador. Já a má notícia é o fato de não se tratar da mesma pessoa. Segundo Meiya Sutisno, o perito, o pescoço muito curto e o nariz estreito são as principais diferenças.

Polêmicas e processos à vista. A mídia agradece!

quarta-feira, 18 de março de 2009

ESTRATÉGIA



Domingo passado fez 11 anos que o grande Tim Maia gritou “ESTRATÉGIA” pela última vez. Para quem não sabe, toda vez que ele proferia a palavra, os músicos paravam no acorde que estavam, guardavam os instrumentos e puxavam o carro, pois Tim Maia havia pressentindo calote no ar. Não foram poucas as vezes que ele gritou “ESTRATÉGIA” e fugiu com a banda do palco.



Terça-feira passada, como havia dito em um dos posts anteriores, participei de um programa de rádio em homenagem ao homem. Raphael e Mau, dois chapas que apresentam o Vibez Brazil, ótimo programa de música brasileira na East Side FM (89.7), me convidaram para falar e levar algumas músicas. Topei na hora! Foi a primeira vez que estive em um programa de rádio, ao vivo, e em inglês.

A experiência foi fantástica e após uma hora e meia de muitos clássicos, algumas raridades e muita diversão, fechamos o programa da única maneira que podíamos (vejam o vídeo abaixo):



Viva Sebastião Rodrigues Maia, o gordinho mais simpático da Tijuca!

domingo, 15 de março de 2009

Eles voltaram (mas só por algumas horas e uma boa causa)!



Perter Garret, nosso ministro do meio ambiente que lembra muito um boneco de Olinda versão Outback, reuniu o Midnight Oil para se apresentar no Sound Relief, festival que rolou simultaneamente em Melbourne e Sydney, no último sábado, em prol das vítimas dos incêndios de Victoria.

O Midnight Oil, grande banda australiana dos anos 80 e 90, terminou oficialmente em 2002, e o último show havia sido em 2005, quando voltaram a tocar ao vivo por outra boa causa: ajudar as vítimas do Tsunami de 2004.



Peter Garret nem precisou de autorização do nosso primeiro-minstro para tocar. Apenas consultou alguns colegas de governo, ligou para os outros ex-integrantes da banda, deixou a fantasia de ministro no armário e agitou um público recorde de 80 mil pessoas, que contribuiu para arrecadar AU$ 5 milhões.

Antes da apresentação em Melbourne, o Midnight Oil havia feito dois shows no Canberra's Royal Theatre para desenferrujar. Os fãs gostaram!



Eu não fui ao Sound Relief, mas em breve farei a minha parte. E da melhor maneira possível: bebendo vinho.

Sim! Dia 8 de abril vai rolar uma degustação de Pinot Noir com arrecadação revertida para os vinicultores de Victoria atingidos pelos incêndios. Serão mais de 100 tipos diferentes pinots. Eu não perderei por nada (mas tudo por uma boa causa, claro!).

quinta-feira, 12 de março de 2009

Me, Myself, Publa and Kevin Rudd

No final do ano passado, descobri que economicamente falando, eu me dividia em 3 pessoas: o jornalista, o escritor e quem paga essa conta.



O jornalista, desde que chegou na Austrália, se banca graças ao trabalho que faço na gloriosa Ozzy Study Brazil, agência de intercâmbio educacional que traz estudantes brasileiros pra cá. O jornalista não bebe tanto quanto o escritor, é mais responsável e, vez ou outra, arruma algumas coisas na faixa.

Já o escritor, a exemplo de 97.8% da classe, é beberrão, curte uma fanfarra e, apesar de sempre descolar coisas na faixa, não se sustenta. E é aí que entra em campo o quem paga essa conta.

Até novembro do ano passado, quem pagava essa conta era o Publa, garçom que trabalhava em um restaurante mexicano entregando burrito e chimichanga. Deu certo, e Me, Myself and Publa, além de ter uma vida financeira saudável, viviam felizes para sempre (bem, não tão felizes e muito menos para sempre).



No comecinho de dezembro, com a crise mundial se aproximando, resolvi me solidarizar com o restante do planeta. Assim, antes mesmo dela me pegar, aderi, pedindo demissão do restaurante (na verdade, eu já estava de saco cheio de entregar burrito e chimichanga, mas uso a crise como desculpa). E o óbvio aconteceu: o escritor quebrou e derrubou o jornalista (foi a minha segunda falência em 16 meses de Austrália).

Era apenas o início do verão e, sem dinheiro, morando ao lado da praia e escrevendo de casa, só tive uma saída: trabalhar mais como jornalista e viver o restante do tempo como escritor falido. Deu certo! Fiquei praticamente dois meses sem sair de Bondi Beach, de chinelo e bermuda, cozinhando diariamente em casa e passando dois cafezinhos todo santo dia (aqui só tomamos fora).

Além disso, Ovelhelps e Ventura Hackarena, dois malucos de São Paulo, vieram passar uns dias em casa, incendiando absolutamente tudo e me levando ainda mais à bancarrota. Foi um grande verão, mas absolutamente falido.



Com a chegada do outono, o jornalista tem trabalhado cada vez mais para tentar sustentar o escritor e as contas do novo château (em breve texto sobre o novo apartamento). Mas ainda não é o suficiente. E isso significa que caminho a passos largos para uma terceira falência.



Na verdade, caminhava, pois graças à crise financeira mundial (aquela mesmo que aderi), Kevin Rudd, nosso primeiro-ministro afobadão, lançou um pacote liberando cerca de 20 bilhões de dólares para manter a economia aquecida. E eu, que em 2008 paguei todos os impostos do jornalista e do garçom, receberei 900 doletas do governo, evitando a terceira falência em 20 meses.

O escritor, que mesmo quebrado escreve da sacada com vista para o mar, agradece!



That’s Australia!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Quiksilver Pro (sem tubarão)



A final do Quiksilver "Shark"Pro, a primeira etapa do circuito mundial de 2009, terminou agora a pouco. Disputada na praia de Kirra, na Gold Coast (QLD), o surfista brasileiro Adriano de Souza foi derrotado pelo australiano Joel Parkinson, que somou 18.83 pontos e recebeu um cheque gordo de US$ 40 mil.



Já Adriano, que fechou com 11.30 pontos, só tem motivos para comemorar:

- O homem começou a temporada com um ótimo segundo lugar.
- Faturou US$ 24 mil.
- Saiu da água sem interagir com nenhum tubarão – o que no verão 2008/09 da Austrália é uma proeza.

Good on ya Adriano e demais sobreviventes!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Chama o Síndico (Tim Maia!)



Amanhã (terça, 10/3), o programa Vibez Brazil, da dupla dinâmica Mauricio e Raphael, homenageará o síndico-mor do Brasil, o grande Tim Maia. Morto em 15 de março de 1998, o programa será inteiro dedicado ao cantor e compositor que mais comparecia a shows no país.

Eu, fã há quase 3 décadas e testemunha ocular de uma das últmas apresentações do homem, no final de 1997, em Florianópolis, participarei levando músicas (tocaremos faixas de todos os álbuns), e contando algumas histórias.



Além disso, também falarei um pouco da The Rocks to Bondi – A Maratona dos Pubs, matéria (em breve no blog) publicada na última edição da Radar Magazine, que resultou num total de 12 horas de andança por Sydney, 14 pubs visitados e 16 cervejas, num total de 7235 ml.

A Vibez Brazil vai ao ar toda terça-feira, das 21h30 às 23h, na East Side FM – 89.7.

Avisem os amigos, chamem o síndico e não percam!

sexta-feira, 6 de março de 2009

A prima mais famosa da cidade

Essa fez história. Entre os anos 1930 e 50, ela cultivou uma grande ficha criminal que incluiu condenações por associar-se a gangsters, por vadiagem, bebedeira e assalto. Conhecida como Dulcie Markham, também assinava outros pseudônimos inspirados no filme Murder (1930), de Alfred Hitchcock.

A moça nasceu em Newtown, bairro de Sydney com uma certa atmosfera de Vila Madalena (SP), e seu verdadeiro nome era Mary Eugene. Morreu em 1976.



Dulcie Markham foi a mais bela (e cara) prostituta de Sydney. Trabalhando com frequência em Melbourne, Brisbane e Perth, onde certamente também era a prostituta mais bela (e cara) das redondezas, Markham é um dos símbolos da chamada era da gang da navalha, época em que a periculosa prima ficou conhecida como Angel of Death.

Em uma de suas mais famosas passagens, Markham foi presa pela polícia usando apenas calcinha e carregando uma espécie de machado, enquanto corria atrás de um cliente, próximo ao St Kilda Hotel, em Melbourne:

“O bastardo me insultou por causa do preço”, ela disse.

A vida e fotos de Dulcie Markham, de suas colegas de profissão e de outras contemporâneas do crime poderão ser vistas a partir de amanhã na exposição Femme Fatale: the Female Criminal, no Justice & Police Museum.

Não tinha lugar mais adequado!

Onde: Justice & Police Museum - Albert St (Cnr Phillip St), Sydney
Quando: 7/3/09 a 15/2/10, nos finais de semana das 10h às 17h
Quanto: $4 a $8



Importantantíssimo:
esta senhora em primeiro plano no banner da exposição não é a nossa mais bela (e cara) prostituta, e sim, Leslie Rees, outra fora-da-lei, em foto de 1915.

terça-feira, 3 de março de 2009

Olha por onde anda

Na Austrália, a cultura de deixar móveis e eletrodomésticos na calçada é comum. A exemplo do que acontece nos Estados Unidos e outros países, é normal pegarmos uma TV encostada pelo vizinho que acabou de comprar uma zerinho de plasma, um sofá não tão capenga deixado pela bruxa do 72, entre tantas outras coisas. Como o consumo por aqui é bastante acelerado, nós, brasileiros e estudantes internacionais, estamos sempre de olho nas ruas, preenchendo nossas casas com ao menos 20% de sobras herdadas da vizinhança.



Mas os moradores da South St, em Windale, subúrbio residencial em New South Wales, exageraram. Entre colchões velhos, móveis destruídos e fraldas carimbadas, eles deixaram até uma simpática coruja morta. A sujeira é tanta que o pessoal da limpeza se recusa a fazer o trabalho por lá, alegando risco para a saúde. Resultado: o problema se tornou uma grande bola de neve, na verdade, de lixo, e a rua, já oficalmente a mais suja do estado (talvez do país), está intransitável.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Fechando o verão

Este texto foge um pouco do espírito do blog, mas é só pra atualizá-los pois foram 3 na sequência.



No extremo norte, um crocodilo de água salgada de 3.6 metros foi visto na última quarta-feira em Katherine Gorge, em Northern Territory. No dia seguinte, os guardas florestais registraram algumas chapas do monstro e, no sábado, capturaram a fera usando uma intrépida e engenhosa armadilha no melhor estilo Sr. Twiddle.



Já no extremo sul do país, a situação é realmente triste. Ontem, cerca de 200 baleias e meia-dúzia de golfinhos encalharam nas areias de King Island, na Tasmania. Até agora (segunda-feira à noite), 54 baleias e 6 golfinhos foram salvos por mais de 150 pessoas - entre profissionais e residentes - que estão ajudando. Infelizmente, 140 baleias já morreram.



E para não perder a conta, ontem, em Avalon, praia ao norte de Sydney, mais uma pessoa foi atacada por tubarão (a quarta este ano aqui no estado de New South Wales). Desta vez, a vítima foi um garoto de 15 anos, Andrew Lindop, mordido na coxa esquerda por um suposto grande branco.

Que venham os bons fluidos das águas de março fechando, definitivamente, os ataques de verão.