sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Finais da Rugby League e AFL

Tirem as crianças da sala, pois agora é pra valer. Neste final de semana começam as finais da Rugby League. Detalhe: daqui até a decisão, em 3 de outubro, todos os jogos serão transmitidos ao vivo em canal aberto pelo Channel 9. Haja VB!



Os oito times classificados são:

1. St George Illawarra Dragons
2. Penrith Panthers
3. Wests Tigers
4. Gold Coast Titans
5. New Zealand Warriors
6. Sydney Roosters
7. Canberra Raiders
8. Manly Sea Eagles

A grande ausência, claro, é o Melbourne Storm, atual campeão que teve participação apenas figurativa nesta temporada, já que se envolveu em um escândalo salarial e jogou sem disputar pontos (tipo aquele seu irmão mais novo que era café com leite nos jogos do prédio).



A partida de abertura acontece nesta sexta, às 19h45, entre Titans e Warriors. Apesar dos Titans jogarem em casa, acho que os Warriors do meu amigo Paul podem surpreender. Vou torcer pelos kiwis e apostar em uma vitória com margem mínima de diferença.

No sábado, aniversário da Vezita, teremos dois jogos. Às 18h30, Tigers e Roosters se enfrentam no Sydney Football Stadium. Jogo equilibrado, o West Tigers tem Lote Tuqiri, que voltou este ano para a League e está voando, porém, Benji Marshall sempre afina em decisões. Sendo assim, vou com Minichiello, Mitchell Pearcee, Nate Myles e, principalmente, Todd Carney, acreditando que os Roosters do meu amigo Todd Olivier ganham.

Jás às 20h30, os Panthers, mesmo com a ausência do capitão Petero Civoniceva (suspenso), uma versão aborígene e mais técnica do nosso tetracampeão Mauro Silva, irão atropelar os Raiders. Por gentileza, alguém anote a placa.




E no domingo, às 16h, Dragons e Sea Eagles fecham a primeira rodada das finais. Esse jogo terá um sabor de revanche e talvez vingança, já que no ano passado, após fazer a melhor campanha a exemplo deste ano, os Dragons foram eliminados pelo time de Manly. Acredito que domingão a história será completamente diferente, os Dragons, que possuem uma defesa impressionante, têm em Brett Morris, Matt Cooper, Jason Nightingale, Jamie Soward e Ben Hornby o quinteto que pode fazer a diferença e conduzir o time de Illawarra para a grande final.

Veremos!

Enquanto isso, a situação da AFL é a seguinte:

O Collingwood, que tem o brasileiro Harry O’Brien, fez a melhor campanha da fase classificatória e já está na preliminar da final (um estágio entre a semi e a final - coisa de anglo-saxão nascido no Outback). Eles aguardam o vencedor de Geelong e Fremantle, que se enfrentam nesta sexta às 19h45, no MCG. Podem cravar Geelong, o atual campeão, para ganhar com folga.



No sábado, às 19h20, o meu Sydney Swans, único time da cidade na competição, disputará o jogo da vida contra o Western Bulldogs, uma equipe marrenta com jogadores detestáveis. Será muito difícil, principalmente porque o jogo será em Melbourne, mas acho que os Swans consegum um feito heróico vencendo no finalzinho. Quem passar enfrenta o St Kilda, meu segundo time na liga, que na semana passada venceu o Geelong numa espécie de pré-semi-final-com-direito-a-repescagem (coisa de anglo-saxão nascido no Outback), e aguarda de camarote.



Os vencedores destas duas chaves, digamos assim, se enfrentam na grande final.

Sei que parece complicado, o regulamento das finais provavelmente foi feito pelo mesmo cara que faz o do Campeonato Carioca, o único torneio do planeta que 5 times jogam o quadrangular final, e o único do universo que um time foi tricampeão em 2 anos (o Flamengo em 1978/79). Mas no final dá tudo certo e vale a pena acompanhar os jogos, pois são batalhas homéricas. Que vençam os melhores (ou os times nos quais farei uma fezinha)!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Vote For Mary, Abuka e Fernando Aragones

Errata: o show do Aragones será no InSitu, também em Manly, e não no 4 Pines, como eu havia escrito antes. Lá, foi ontem.

Hoje à noite rolam três shows imperdíveis. Bem, na verdade dois deles infelizmente serão "perdíveis", pois assim como dois corpos não ocupam o mesmo espaço, um corpo não ocupa três espaços ao mesmo tempo. Principalmente quando sobem ao palco, praticamente no mesmo horário, em lugares não tão próximos como Surry Hills, Kings Cross e Manly (desculpem, acordei com um certo saudosismo da sétima série).



A partir das 19h30, no The Gaelic (64 Devonshire St, Surry Hills), o Vote For Mary, banda que tem o "primavérico" Júlio na bateria (o homem que compôs o tema da nossa Mostra Virtual), abre o festival que também terá Tales in Space às 20h40, Go With Colours às 21h35 (parece nome de cavalo) e Bhanglassi às 22h30. Portanto, parafraseando a Laura, vocalista do VFM, cheguem cedo, caso contrário só o bartender assistirá a banda. Segue 'Bout Dreams do Vote For Mary.



Do outro lado da Oxford St, no Hugo's Lounge, o Abuka se apresenta em Duo com Tiago De Lucca e Sandro Bueno tocando sons originais e clássicos da música brasileira. Detalhe: pizza + taça de vinho a $10. E a pizza de lá quebra tudo! O Hugo's fica na Level 1/ 33 Bayswater Road.

Guilherme Infante


Descendo um pouco e atravessando a Sydney Harbour, Fernando Aragones, que entre outros projetos tem o Toca Jorge, faz show solo no InSitu, bar e restaurante com excelentes cocktails na 1/18 Sydney Rd, em Manly.



Ou seja, hoje ninguém tem desculpa para ficar em casa. É sonzeira da melhor qualidade tocada por alguns dos mais talentosos músicos brasileiros (e uma australiano) que há no terceiro continente à sua escolha. Vejo vocês lá (a questão é: onde?)!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Good Food Guide (um chapéu e uma degola)

Segunda-feira à noite, o Sydney Morning Herald realizou a festa do Good Food Guide Awards 2011, que nada mais é do que uma grande function para apresentar o guia gastronômico mais influente de Sydney e New South Wales através da distribuição de chapéus e da degola de cabeças (o que resulta em perda de chapéus). O ranking do jornal vai de um a três hats.



Vendo a lista completa, fiquei muito feliz com um chapéu recém-adquirido e intrigado com a queda de outro.

Um dos meus melhores amigos desde que cheguei na Austrália atende pelo nome de Tercio Alexandro. Colorado de Ijuí, ele tem a qualidade mais indispensável para qualquer pessoa que trabalha numa cozinha: a paixão para cozinhar.

Tercio é um apaixonado por comida e gastronomia, adora aprender, sabe ensinar e, sobretudo, é craque pra fazer. Resumindo: é o profissional que todo head chef quer ter por perto.

Seja para a Radar Magazine, para este blog ou por pura diversão etílica, temos desenvolvido algumas coisas bem bacanas. Claro, ele com a mão na massa e eu cornetando com a mão na taça. O último prato publicado foi o Estrogonofe de canguru com mandioca palha e purê de batata com fundo de palmito, que saiu na edição 12 da Radar; um inesquecível foi o Nhoque de batata doce roxa com ervilhas frescas e presunto (tudo orgânico), da edição 6; para o blog arrebentamos com a inédita Feijoada online e, a mais recente, foi um prato com flores comestíveis que sairá no especial da primavera. Sem contar nos homéricos e suculentos churrascos, famosos em North Bondi e Eastern Suburbs.



Pois bem, Tercio trabalha há 3 anos no Mad Cow, restaurante de alta gastronomia especializado em carnes que acaba de faturar seu primeiro chapéu, entrando numa seleta lista de aproximadamente 30 estabelecimentos. Tenho certeza de que o Chef tem muito mérito nessa conquista, assim como o Dennis, sommelier chileno que dá um coro na maioria dos sommeliers australianos que atuam no mercado.

Parabéns, Tercio e Denis!

Já a citada degola fica por conta da perda de um chapéu do Tetsuya's, que passou de três para dois.

Ainda no Brasil, quando decidi vir para a Austrália, em maio de 2007, e comecei a pesquisar, o único restaurante que eu sabia que existia no terceiro continente à sua escolha era o Tetsuya's.



Depois que cheguei, então, pelo que li e, principalmente, ouvi, a reputação só aumentou. E não estou falando apenas das pessoas que foram jantar, mas também de amigos e conhecidos que passaram por lá - mesmo que para um dia de treinamento - e não pouparam elogios à organização e limpeza da cozinha, à qualidade dos alimentos e, acima de tudo, ao chef-proprietário Tetsuya Wakuda, uma das figuras mais admiradas de Sydney. Para terem uma ideia, quando entrevistei o chef Alex Atala no começo do ano, um dos programas obrigatórios que ele falou que faria quando estivesse em Sydney seria visitar o Tetsuya's.

Eu ainda não fui ao restaurante, portanto não posso falar. Porém, mais do que nunca, vou fazer a minha reserva, esperar alguns dias ou poucas semanas (há dois anos eram seis meses de espera) e tirar a minha própria conclusão. Falo isso porque fui ao est., um dos três restaurantes que possuem três chapéus (ao lado do Marque e do Quay), e acho pouco provável que esteja acima do Tetsuya's.

Uma coisa é verdade. Na Pellegrino World's 50 Best Restaurants List, que hoje é a mais influente do mundo da gastronomia, o Tetsuya's vem caindo. Ele chegou a ser o 4 do mundo e melhor da Australásia, em 2005. Em 2007, estava ranqueado como 5 do mundo e melhor da Australásia. Em 2008, caiu para 9. No ano seguinte, para 17 mas recuperando o posto de melhor da Australásia. E, em 2010, encontra-se em 38. O Quay, 3 chapéus no Good Food Guide deste ano, aparece em 27 no Pellegrino's e como o melhor da Australásia. Ou seja, há uma coerência entre os dois rankings. Já o est. não aparece nem entre os 100 no Pellegrino's (quem sabe na próxima edição).

Pode ser que o Tetsuya's realmente não esteja no melhor da sua forma ou mesmo em decadência. Coincidência ou não, desde que Martin Benn, chef que trabalhou anos com Tetsuya Wakuda deixou o restaurante, em 2007, o Tetsuya's nunca mais foi o mesmo. Detalhe: Martin Benn montou o Sepia, que este ano foi avaliado pela primeira vez pelo Good Food, e não só estreou com dois chapéus como também foi eleito Chef do Ano.

Outro fator. Recentemente, Mr. Wakuda abriu o Waku Ghin, restaurante de 25 lugares em Singapura que tem uma adeguinha com 3 mil botejas. Tamanho empreendimento pode ter desviado o foco, o que particularmente acho difícil para um chef japonês que ralou muito para chegar aonde chegou em quase três décadas de Austrália.

O que me assustou um pouco foi o comentário do co-editor do Good Food Guide, Terry Durack, que na segunda-feira falou que o "Tetsuya em Singapura é demais, deu uma revitalizada nele, mas em Sydney Tetsuya continua fazendo o que ele acha que as pessoas esperam dele." O co-editor completa: "O 'Tets' em Singapura é o 'Tets' que queremos em Sydney. É o 'Tets' que Sydney merece."

Tratando-se de alta gastronomia e da relação chefs/críticos gastronômicos - o que inclui egos mesopotâmicos, ciumeira e politicagem -, essa última frase não caiu bem. Por isso, o melhor a fazer é ir lá e provar pessoalmente, aguardar a nova Pellegrino's para ver se o 'Tets', como eles dizem, está realmente fora dos 50 e, na pior das hipóteses, tentar identificar para onde a alta gastronomia de Sydney caminha (e se o caminho é bom ou não).

terça-feira, 7 de setembro de 2010

God Save the Redhead Queen!

Foi demorado, foi sofrido, mas a decisão saiu.

Após 17 dias da eleição, finalmente chegou-se a um acordo sobre quem governará a Austrália pelos próximos 3 anos.

Para se legitimar no poder, o primeiro-ministro preciso ter mínimo de 76 das 150 cadeiras do Parlamento.

Até hoje na hora do almoço, Julia Gillard, a atual primeira-ministra, tinha 74 assentos, enquanto Tony Abbott, líder da oposição, tinha 73.

Ainda restavam 3 cadeiras em jogo e "los tres amigos", como ficaram conhecidos os parlamentares independentes que decidiriam o plério, comunicariam a decisão final hoje, às 15h.



Pouco antes das 15h, Bob Katter, uno de los tres amigos, separou-se dos demais e convocou a imprensa para dizer que fechara com Tony Abbott e a Coalition/Liberal Party: 74 a 74.



Três minutos passados das três da tarde, Tony Windsor e Rob Oakeshott iniciaram a coletiva. Claro, o circo estava armado e eles aproveitaram ao máximo os últimos 15 segundos de fama (que na verdade duraram 17 dias) para anunciarem que apoiariam Julia Gillard e o Labor Party, cravando 76 a 74 e garantindo governabilidade para os próximos 3 anos. Os principais motivos alegados foram:

- Política de infra-estrutura e banda larga
- Política ambiental/mudança climática
- Estabilidade



Sendo assim, o país segue dividido ao meio, Julia Gillard terá muito mais trabalho nos próximos 3 anos do que nos últimos meses, desde que "furou o olho" de Kevin Rudd e assumiu o "puder", mas a decisão foi soberana e finalmente a eleição de 21 de agosto chegou ao fim.

God Save the Redhead Queen!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Duas (possíveis) ótimas notícias aéreas

Se você se encaixa em algumas das categorias abaixo, este post é pra você:

- Sou brasileiro e vivo na Austrália.
- Sou brasileiro e meu/minha filho (a) vive na Austrália.
- Sou brasileiro e pretendo viver na Austrália.
- Sou brasileiro e meu/minha filho (a) pretende viver na Austrália.
- Sou brasileiro e não desisto nunca.



A Qantas, a popular Linhas Aéreas Canguru, a principal da Austrália, está estudando a possibilidade de criar um vôo direto para o Brasil, de Sydney a São Paulo ou Rio de Janeiro.

Por ora, é somente especulação, mas está sendo altamente comentado lá dentro. Atualmente, o mais próximo que a Qantas faz é até Buenos Aires ou então até Santiago operando em conjunto com a Lan Chile no trecho para o Brasil.

Se tivermos um vôo da Qantas, a companhia que se orgulha de nunca ter caído - apesar de volta a meia fazer pousos de emergência e ter partes da aeronave explodindo no ar -, será muito bom.



A outra boa notícia é boluda. Parece que a Aerolineas Argentinas está pensando em voar de Sydney direto para Buenos Aires, sem fazer a chatíssima parada de 3 horas na Nova Zelândia.

É verdade! Não ter que aguentar os oficiais de aeroporto mais antipáticos do Pacífico sul em Auckland seria fantástico. Se isso realmente acontecer, diez puntos (leia-se dié púnto) para a Aerolineas e seus ônibus com asas.

E, claro, a pergunta que jamais se cala em um vôo da companhia: carne o pojo?


sábado, 4 de setembro de 2010

Terremoto na NZ mas 4 boas notícias

A Nova Zelândia, nossa vizinha de terceiro continente à sua escolha, foi sacudida na manhã deste sábado por um terremoto de 7.1 na escala Richter, o que tecnicamente significa sérios danos em edifícios, pontes contorcidas, rachaduras em muros e desabamento de edifícios de alvenaria.



Foi exatamente o que aconteceu em Christchurch, a segunda maior cidade do país, localizada na ilha sul da Nova Zelândia. O tremor cortou metade da eletricidade da cidade, deixou o sistema de telefonia celular fora do ar (o que não é novidade), afetou o fornecimento de água e o sistema de gás.

As áreas mais atingidas foram as próximas à costa, o que levou um certo pânico em relação a um possível Tsunami no Pacífico. Mas como nem tudo é tristeza e eu tenho um grande apreço pelos kiwis, em especial pelas kiwis, vamos a 4 boas notícias:

- Não há registros de mortes, nem mesmo de pessoas gravemente feridas (apenas duas se machucaram).
- Não há risco de Tsunami.
- Não há previsão de terremoto na Austrália.
- Os Warriors, único time neozelandês na Rugby League, sapecou agora a noite 26 a 12 no Parramatta Eels, classificando-se em quinto para as finais. Tries de Locke, Ropati, Royal, Tate e Vatuvei. É a minha aposta para surpreender e chegar à Grand Final com os, provavelmente, Dragons.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O Crocodilo está livre!

Essa é para quem está no Brasil e acha que a gente vê cangurus e o Crocodilo Dundee com certa frequência por aqui.

Desde que cheguei na Austrália, a pouco mais de 3 anos, nas poucas vezes que li ou ouvi algo sobre Paul Hogan, o popular Crocodile Dundee, o assunto era sempre imposto de renda.



Morando desde o final dos anos 1980 em Los Angeles, diziam que ele devia mais de uma centena de milhões de dólares em tax, que se pisasse na Austrália seria preso etc etc etc.

Há duas semanas, Mick Dundee aterrissou por aqui para o funeral da mãe e, imediatamente, foi proibido de deixar o país sem antes se acertar com o leão (ou lion, como provavelmente dizem aqui).

Na terça, ele concedeu uma entrevista para um programa chatíssimo do Channel 9 espinafrando o Australian Taxation Office (ATO), dizendo que o valor era um absurdo, que já pagou imposto demais na Austrália, que se tivesse que pagar 10% do valor cobrado quebraria etc etc etc.

Pois bem, acaba de sair a notícia que Mick Dundee está livre para deixar o país. Aparentemente, os advogados dele fizeram um acordo com o ATO, liberando-o para voltar aos Estados Unidos, onde Linda Kozlowski, a Sue Charlton de Crocodile Dundee, está o esperando. Sim, os dois estão casados desde então.



Momento "merchân" do blog: na próxima vez, Croc, fale com o Antonio Albuquerque, da All Tax, e deixe que eles resolvem a sua vida fiscal.