quarta-feira, 28 de abril de 2010

Nada demais se não fosse por um detalhe...

É a lua!!!










Abuka Trio no Robin Hood (hoje) e mais!

Há duas quartas fui ao meu local pub número 1 (são douze no total), o Robin Hood, e saí impressionado com o que ouvi.

Fazia tempo que eu não assistia a uma banda aqui em Sydney tocar samba, bossa nova e mpb com tanta qualidade. Por sorte, no domingo seguinte, outra banda, desta vez a Tropical Jam, do nosso glorioso Geleia, lotou o Beach Road e mostrou que estamos no caminho certo.



Mas voltando, a banda de duas quartas atrás é o Abuka Trio, formada pelo Sandro Bueno (percussão), Marcello Maio (tecladista e também da Tropical Jam) e Tiago De Lucca (violão acústico e vocal). E hoje eles se apresentam novamente no Robin Hood (203 Bronte Rd, Waverley - perto de Bondi Junction), das 20h às 23h.

Se você gosta de música brasileira da melhor qualidade, não perca. Bem, pode até perder, mas provavelmente não vai para o Céu.

Vem aí

Kid Mac no Beach Road, nessa sexta (30/04)
Samba Cine Club, em Melbourne, com exibição de "Estômago", também na sexta (30/04)
Vote For Mary
no Bondi Pavillion, em 12/06



Mais detalhes em breve!


Um oferecimento: Guia de Motéis

terça-feira, 27 de abril de 2010

Top 50 dos Restaurantes - 2 Australianos e D.O.M.



A revista inglesa Restaurant Magazine acaba de divulgar a sempre aguardada lista com os 50 melhores restaurantes do mundo (na opinião deles, claro, mas a credibilidade é indiscutível, pois leva em conta o voto de 800 profissionais, entre críticos internacionais, chefs e experts - um dia chego lá!).

A Austrália continua com dois restaurantes no Top 50: o Quay, na Circular Quay, em Sydney, que pulou da 46a posição para 27a, e o Tetsuya's, do mestre Tetsuya Wakuda, também de Sydney, que caiu da 21a para 38a.



Entre os 100 também aparecem o Marque, em Sydney, na 67a, e o Attica, da minha Melbourne (ops), na 73a.

Mas a grande presença mesmo é o D.O.M., do grande Alex Atala, de São Paulo, que desde 2006 figura entre os 50 e, de 2009 para 2010, pulou da 24a para a 18a. Monstro! Não só ele como toda brigada que faz o D.O.M. ser o que é. Até 2012 vai ser top 10!



Caso não tenha visto a entrevista que fiz com o chef no início do ano, clique aqui. Ou se preferir ler sobre o jantar que ele fez na minha Melbourne (ops) - e nós fomos, it's over here!

No topo dos 50, o espanhol El Bulli, do mestre Ferran Adria, caiu para a 2a posição, enquanto o Noma, da Dinamarca, pulou da 3a para 1a posição.

Um viva às dinamarquesas!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Legalizaram a cachorrada

Australiano adora café. Não só o líquido em si, mas o estabelecimento, de ir, sentar, relaxar, ver, ser visto, enfim... ir a um café é muito mais do que tomar um espresso.

Australiano também adora cachorro. E por aqui eles são muito educados. É comum ver um cão parado na porta de um café, sem coleira, quieto, esperando o dono. Em alguns lugares, especialmente em bairros mais, digamos, descolados, a presença de cachorros na parte de fora dos cafés era tolerada, mesmo que de maneira ilegal.

C. Moore Hardy


Mas agora liberou geral aqui em Sydney. Foi aprovada uma lei que permite cachorros frequentarem cafés. Isso mesmo! Tudo vai depender do dono do estabelecimento. Se o local for um dog friendly, o dono poderá sentar na parte externa e ficar o tempo que quiser com o Totó ou a Perepepê.

Claro, os cães não poderão sentar nas cadeiras, subir nas mesas, muito menos comer, mas a exemplo do dono, poderá tranquilamente relaxar, ver e ser visto.

sábado, 24 de abril de 2010

Santa bizarrice, Batman!

Tem coisas que só acontecem na Austrália (e em Gotham City)!



Aqui em Sydney é assim. Todo final de tarde, os morcegos atravessam a cidade para se divertirem não sei aonde. Os parques perto de casa recebem vários, e não só os vemos passando e dando belos rasantes, como ouvimos as góticas criaturas.

Mas, claro, nem todos se dão bem.



Vejam que situação desagradável desse nosso amigo, absolutamente estático nos fios de alta tensão da Macpherson com a Arden Street, em Bronte.







A pergunta que jamais se calará, é:

Que passa?

1. Excessos na noitada e ainda dormindo
2. Parou para tomar um sol e torrou (literalmente)
3. Quis se exibir para os colegas e se deu mal (o chamado fanfarrão)
4. Uma ação conjunta entre Coringa, Charada, Pinguim e Mulher-Gato





sexta-feira, 23 de abril de 2010

Tempestade de vergonha em Melbourne

Caixa 2 não é privilégio dos partidos brasileiros em ano eleitoral. Acaba de vir à tona mais um escândalo na sempre conturbada NRL (National Rugby League) - um dos maiores (se não for o maior) em 101 anos de existência.



Desde que cheguei na Austrália, em agosto de 2007, um time me impressionou: o Melbourne Storm. Sempre entre os primeiros colocados, os homens foram campeões naquele ano vencendo o Manly Sea Eagles na final, foram vice em 2008 perdendo para o mesmo Sea Eagles e no ano passado sagraram-se campeões batendo a sensação Parramatta Eels.

Grande time, ótimos jogadores (esse abaixo, Billi Slater, um dos melhores), enfim, tudo ia bem até que o auditor da Liga, Ian Schubert, passou a vista no famoso caderno com a relação dos pagamentos aos atletas. Em ordem. Mas quando o intrépido burocrata dos números entrou na sala ao lado e viu outro caderninho com, até o momento, 1.7 milhão de dólares extras, a casa caiu. Na verdade, o teto explodiu!



Explico: pelas regras da NRL, para manter um certo equilíbrio entre os times, eles não podem ultrapassar o teto salarial pré-estabelecido. No caderno número um, todos os pagamentos estavam de acordo. Já no dois, o teto foi parar no Melbourne Olympic Park (literalmente, pois parece que é lá que o cash ficava), e descobriu-se uma das maiores falcatruas da história do esporte australiano.

Esse $1.7 milhão vinha sendo usado como caixa 2 para pagar os atletas "em espécie" nos últimos 5 anos, incluindo $700 mil para essa temporada.

Resultado: o time perdeu os dois campeonatos conquistados nos últimos anos, levou multa de $500 mil, vai devolver $1.1 milhão de prêmios e jogará o restante da temporada para cumprir tabela, ou seja, não somando pontos. Essas, claros, são apenas as primeiras medidas. Mais estão por vir.

Outro problema sério são as apostas. Como todo esporte na Austrália está ligado a elas (lembrem-se, vivemos numa ilha), ontem mesmo foram suspendidas as apostas em quem será o último colocado, já que agora todo mundo sabe quem ocupará o posto. Isso poderia quebrar todas as casas de apostas e causar um efeito cascata catastrófico.

Mas ao contrário do que estamos acostumados a ver no Brasil (Brasileirão 2005 só para citar um exemplo recente):

1. Não acabará em pizza.
2. Vai gente pra cadeia.

Que assim seja!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Surfari na costa leste – Seguindo a trilha dos pioneiros

Texto publicado na edição 2010/11 da Student Planet Magazine, revista da Ozzy Study Brazil.

O surfe na Austrália tem data e local de nascimento: 5 de janeiro de 1915, praia de Freshwater. O pai? Duke Kahanamoku, nadador campeão olímpico que veio a Sydney fazer uma exibição. Aproveitando a oportunidade, Duke trouxe algumas pranchas e caiu na água. A partir daquele dia, a cultura de praia na Austrália nunca mais foi a mesma.



Freshwater faz parte das Northern Beaches, sequência de 15 praias que se estendem ao norte de Sydney, entre Manly e Palm Beach. De lá sairam lendas como Midget Farrelly, Nat Young e Tom Carroll. Bicampeão mundial em 1983/84, Carroll é natural de Newport, praia com boa variação de ondas, em especial em The Peak, ao norte. Um pouco acima, Avalon funciona bem com swells de norte e sul. Dee Why e Curl Curl, passando Manly, são bem conhecidas dos estudantes brasileiros, enquanto Narrabeen, sede do famoso World Junior Championships, chega a produzir ondas perfeitas.

Foto de Guilherme Jorge - Bondi Beach


O surfe foi rapidamente absorvido nos Eastern Suburbs de Sydney, tornando-se popular entre os jovens. Bondi, Bronte e Maroubra têm as melhores formações, em especial no inverno. MacKenzies e Tamarama não são tão costantes mas vale ficar de olho. Ainda na região metropolitana, ao sul de Botany Bay está Cronulla Beach, a única da cidade com acesso de trem.



A partir dos anos 1950, os surfistas de Sydney passaram a desbravar a costa leste atrás de novas praias, fazendo os chamados “surfaris”. Os destinos preferidos eram o norte, subindo para Byron Bay e indo até Noosa, em Queensland; e o litoral sul de New South Wales, seguindo até Victoria.

Para o sul, a 15 km de Cronulla, está Garie Beach, ideal para quem deseja fugir da cidade sem rodar muito. Descendo a costa tem Sandon Point, um dos melhores breaks do estado com ondas que podem chegar a mais de 4 metros, e Woonoona, já em Wollongong, com boas paredes de esquerda. Dali em diante a brincadeira fica séria. Windang Island possui grandes esquerdas e, um pouco ao sul de Jervis Bay, Aussie Pipe tem ondas que podem alcançar 3,5 metros.



Em dezembro de 1956, Torquay (foto acima), em Victoria, entrou no mapa do surfe mundial quando surfistas australianos receberam a visita de norte-americanos para o International Surf Carnival. A apenas duas horas de Melbourne, é lá que está Bells Beach, um dos templos sagrados do esporte, local do Rip Curl Pro, a etapa mais antiga do circuito mundial profissional. Ao lado, Winki Pop impressiona com algumas das paredes mais longas de Victoria.

Rumo à Queensland
Pela proximidade com Sydney, as regiões de Central Coast e Newcastle, ao norte, já eram bem familiares para os surfistas nos anos 1950. Forresters, com algumas das maiores ondas da costa leste, e Terrigal Haven, com sólidas direitas, estão entre as preferidas. Continuando ao norte, eles elegeram Crescent Head, praia com paredes de 300 a 400 metros de puro deleite, como parada oficial. Para quem é muito experiente, Angourie tem uma direita violenta. E a mítica Byron Bay, escolhida por muitos desses surfistas para viver, se tornou ponto da contra-cultura dos anos 1960/70, sendo influenciada até hoje pelo movimento.



Tweed Heads divide o surfe de New South Wales com o de Queensland. E a primeira sequência de praias é a Gold Coast, que abriga alguns dos melhores point breaks do planeta em apenas 40 km de costa, além da outra etapa australiana do circuito mundial profissional. Na sequência tem praias como Snapper Rocks, famosa por sua bancada, Rainbow Bay, ideal para quem está aprendendo, Kirra, simplesmente fantástica, Burleihgh Heads, com ondas que chegam a 3 metros, e Spit, em Southport, a alternativa para fugir do crowd sem perder a qualidade. Pouco acima, já na Sunshine Coast, Nossa Heads, com seu fenomenal point break de direita, sempre foi uma espécie de premiação que fecha qualquer “surfari” com chave de ouro.



Este e muitos outros textos estão na revista, que é grátis e está disponível em todas as agências da Ozzy na Austrália e no Brasil. É só passa e pegar!