quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Segundo ouro no freezer canadense
Na primeira medalha de ouro da Austrália nesses Jogos Olímpicos de Inverno, Torah Bright, a gata, teve que desbancar duas norte-americanas. Agora foi a vez de Lydia Lassila, que para conquistar o segundo ouro do país, precisou deixar duas chinesas para trás.
A medalha veio no esqui aéreo estilo livre, uma espécie de salto ornamental, só que em vez de piscina, trampolim e maiô; neve, rampa, esqui e muita roupa.
E assim como Torah havia conquistado o ouro com uma manobra jamais realizada por uma mulher em competições, Lassila fez o mesmo.
Ela sapecou um inédito salto mortal triplo com uns giros no meio que não faço a menor idéia de como explicar (obviamente não sei nada de esportes praticados sob temperaturas abaixo de 10º C), somando 214.74 pontos, bem mais do que os 207.23 e 205.22 das intrépidas chinesinhas.
A vitória teve um sabor mais do que especial para Lassila, que há exatos 4 anos, nos Jogos de Inverno de Turim, arrebentou o joelho na mesma prova (se tivesse nascido no Brasil diriam que ela é brasileira e não desiste nunca).
Com o feito, a Austrália passa a somar 3 medalhas (duas de ouro e uma de prata). E no momento em que publico este post, ocupamos a 13a posição, sendo o único país do hemisfério sul a aparecer no quadro e estando à frente, inclusive, da matriz Grã-Bretanha, que só tem um ourinho.
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
AC/DC - They Saluted Us
O trem de volta, do Estádio Olímpico de Sydney para a Central Station, reuniu a maior concentração de pessoas por metro quadrado que não estavam ouvindo Ipod.
Depois de duas horas de petardos atrás de petardos, clássicos atrás de clássicos, proporcionados pela maior banda de rockn'roll do planeta, ninguém ousou colocar o foninho branco no ouvido. Motivos?
1. A cota de decibéis da noite já havia estourada.
2. Depois de duas horas de AC/DC, vai ouvir o que?
Desde 1990, quando assisti ao meu primeiro grande show em estádio, um Hollywood Rock que juntou Bon Jovi e Marillion na mesma noite, além do tal do EMF (you're unbelievable, lembram?) e Lulu Santos, que tomou uma sonora vaia, venho ticando as bandas que faltam para eu assistir, e o AC/DC era uma que incomodava.
Não consegui vê-los quando foram ao Brasil, nos idos dos 90, e, ao lado de Van Halen e David Bowie, vinham me pressionando no topo da lista. VINHAM!
Assistir ao AC/DC na Austrália, ver os caras na casa deles, tem um sabor especial. É o mesmo que ver o Paul Mccartney tocando com o Ringo Starr em Liverpool, fumar um charuto com o Fidel em Cuba ou participar do especial de final de ano do Roberto Carlos gravado em Cachoeiro do Itapemirim.
Principalmente pra nós que moramos nos Eastern Suburbs de Sydney, cercados por belas praias e gente do mundo inteiro (incluindo suecas). Há dez anos sem se apresentar por aqui, a banda nos deu a oportunidade de presenciar um pouco da Austrália de verdade, do australiano de verdade, que vai muito além do salva-vidas do SLSA e do Mick Dundee com o chapéu e a bermuda do Outback.
E se por uma lado havia figuras únicas, verdadeiros tomadores de VB e Jim Beam, por outro também tinha muitas crianças (crianças mesmo), além de vovôs e vovós. E todos convivendo numa boa, chegando no estádio gritando, empolgados, mas civilizadamente; lá dentro, sem empurra-empurra, respeitando as filas para comprar cerveja e ir ao banheiro; e quando começou o show, sem aquele tradicional arrastão em direção ao palco que esmaga os coitados que madrugaram na porta do estádio para garantir um lugar na frente, e sem aquelas rodas patéticas com uma monte de cara suado se arrebentando.
Quem abriu o show foi o Wolfmother (parece que teve outra mas quando cheguei eram eles), ótima banda australiana que até hoje não se conformou por não ter nascido nos anos 70. Sorte nossa, pois os caras trazem uma forte influência de Sabbath, algo de Deep Purple e Led Zeppelin, mas fazendo um som bem atual, algo que qualquer banda de garagem gostaria de fazer (acreditem, num mundo dominado por dj's, música eletrônica e produtores que só querem faturar, isso é um grande elogio). Sonzeira!
Quanto ao show do AC/DC, não tenho o que falar. Uma banda que há 4 décadas vem produzindo clássicos como The Jack, T.N.T., Highway to Hell, Hells Bells, You Shook Me All Night Long, Back in Black, For Those About to Rock (We Salute You), Thunderstruck e Rock 'n' Roll Train, todas tocadas, na verdade, executadas durante o show, o máximo que posso falar é que o Angus Young, com cada vez menos cabelo e cada vez mais inchado, está a cara do Erasmo Carlos, o Tremendão. E a pergunta que não quer se calar, é:
A brasileira, conhecida mundialmente pela pouca roupa na praia e pelo umbigo de fora em todo lugar, não é adepta do topless. Nos shows do AC/DC, aí no Brasil, durante clássicos sacanas como The Jack e You Shook Me All Night Long, rolaram peitos ao vivo no telão como aqui?
PS: fotos de Guta Campos e Rodrigo Holler (essa última definitivamente de Rodrigo Holler)
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Vibez Brazil na internêta e nova Radar
Demorou mas chegou!
Finalmente, a melhor rádio de Sydney está na internet. Isso mesmo, basta clicar aqui e apertar play para ouvir a 89.7 Eastside FM com seus petardos de Jazz, Soul e muitas outras pauladas.
Não dá pra falar que a conquista do stream tenha sido um parto, pois demorou muito mais do que nove meses, como pude acompanhar na heróica e mesopotâmica luta da dupla Mau e Rapha, os princesos do Vibez Brazil, o programa que toda santa terça-feira, das 21h30 às 23h, traz o melhor da música brasileira para as ondas de Sydney (e agora do mundo).
No programa de hoje à noite, por sinal, os dois sortearão um par de convites para o Brazilian Festa, evento que acontece no próximo domingo, dentro do Starlight Cinema (aquele mesmo que vou falar sobre os índios xavantes e eles tocarão umas sonzeiras). Ouça e garanta o seu ingresso!
E como o assunto é cultura brasileira, já está circulando a edição 9 da Radar Magazine, que traz o grande Jorge Ben Jor na capa. Motivo? O homem está chegando para se apresentar em Sydney, dia 23 de maio, e o show vai ser imperdível ("é só pedir que eu toco", disse ele pra revista). Saiba tudo clicando aqui!
Aliás, nessa nova edição, entre outras coisas, tem uma entrevista exclusiva que fiz com o mestre Alex Atala, o maior chef brasileiro da atualidade, que também vem para a Austrália, mas em março, para participar do Melbourne Food and Wine Festival. Se você ainda não pegou a sua Radar, veja aqui os pontos de distribuição.
Finalmente, a melhor rádio de Sydney está na internet. Isso mesmo, basta clicar aqui e apertar play para ouvir a 89.7 Eastside FM com seus petardos de Jazz, Soul e muitas outras pauladas.
Não dá pra falar que a conquista do stream tenha sido um parto, pois demorou muito mais do que nove meses, como pude acompanhar na heróica e mesopotâmica luta da dupla Mau e Rapha, os princesos do Vibez Brazil, o programa que toda santa terça-feira, das 21h30 às 23h, traz o melhor da música brasileira para as ondas de Sydney (e agora do mundo).
No programa de hoje à noite, por sinal, os dois sortearão um par de convites para o Brazilian Festa, evento que acontece no próximo domingo, dentro do Starlight Cinema (aquele mesmo que vou falar sobre os índios xavantes e eles tocarão umas sonzeiras). Ouça e garanta o seu ingresso!
E como o assunto é cultura brasileira, já está circulando a edição 9 da Radar Magazine, que traz o grande Jorge Ben Jor na capa. Motivo? O homem está chegando para se apresentar em Sydney, dia 23 de maio, e o show vai ser imperdível ("é só pedir que eu toco", disse ele pra revista). Saiba tudo clicando aqui!
Aliás, nessa nova edição, entre outras coisas, tem uma entrevista exclusiva que fiz com o mestre Alex Atala, o maior chef brasileiro da atualidade, que também vem para a Austrália, mas em março, para participar do Melbourne Food and Wine Festival. Se você ainda não pegou a sua Radar, veja aqui os pontos de distribuição.
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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Ingresso a $10 para o Brazilian Festa
Somente amanhã, terça-feira, a Ozzy Study Brazil venderá ingresso a $10 (50% off) para o Brazilian Festa, que acontece neste domingo, 28 de fevereiro, dentro do Starlight Cinema.
O ingresso dá direito a participar de todas as atrações, incluindo assistir ao filme "Divã", ao show do Toca Jorge e, claro, ao bate-papo que farei sobre o meu livro a partir das 17h45.
Avise os amigos e aproveite que a promoção é relâmpago (ou promoção-relâmpago, se preferir)!
Em Sydney, os escritórios da Ozzy são:
Ozzy Bondi
Level 2, Suite 22, 175 Oxford St, Bondi Junction
Tel. 9388 0828
Ozzy City
Level 6, Suite 606, 22 Market St Sydney
Tel. 92626287
Economia de $10 no Brazilian Festa pode significar uma feijoada, uma caipirinha e algum salgado, ou então vatapá, churros, churrasco, enfim, vai ter comes e bebes brasileiros a rodo.
Corra!
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sábado, 20 de fevereiro de 2010
Mestre-Ice Man e Porta-bandeira
O que faltou de roupa no Carnaval brasileiro, tá sobrando em Vancouver!
Torah Bright, porta-bandeira da Austrália nos Jogos Olímpicos de Inverno, e gata, conquistou o primeiro ouro para o país.
A snowboarder de 23 anos nasceu em Cooma, cidade a 397 km de Sydney, uma das entradas para as Snowy Mountains daqui de New South Wales.
Com 45 pontos, de 50 possíveis, T-Bone, como é conhecida, desbancou as favoritas norte-americanas com uma combinação altamente técnica e arriscada, porém calculada, de back-side 360 com switchback 720.
Para vocês terem uma idéia, pouquíssimos homens conseguem fazer o switchback 720, e mulheres jamais fizeram em competições.
Mas Torah fez! Falhou na primeira tentativa e quebrou absolutamente tudo na segunda (sim, meus amigos, é preciso arriscar na vida).
Resultado: segunda medalha para a Austrália, que já havia conquistado uma prata com o esquiador Dale Begg-Smith, o popular Ice Man.
Torah Bright, porta-bandeira da Austrália nos Jogos Olímpicos de Inverno, e gata, conquistou o primeiro ouro para o país.
A snowboarder de 23 anos nasceu em Cooma, cidade a 397 km de Sydney, uma das entradas para as Snowy Mountains daqui de New South Wales.
Com 45 pontos, de 50 possíveis, T-Bone, como é conhecida, desbancou as favoritas norte-americanas com uma combinação altamente técnica e arriscada, porém calculada, de back-side 360 com switchback 720.
Para vocês terem uma idéia, pouquíssimos homens conseguem fazer o switchback 720, e mulheres jamais fizeram em competições.
Mas Torah fez! Falhou na primeira tentativa e quebrou absolutamente tudo na segunda (sim, meus amigos, é preciso arriscar na vida).
Resultado: segunda medalha para a Austrália, que já havia conquistado uma prata com o esquiador Dale Begg-Smith, o popular Ice Man.
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Miss Cougar Australia
Eu, ex-frequentador assíduo de clássicos balzaquianos de São Paulo como Charles Edward, Miller & Goddard e o imbatível Metrópoles, o popular "Necrópoles", saúdo as coroas locais, por aqui chamadas de cougars, que esta semana realizaram a I Convenção das Cougars da Austrália.
O evento, que aconteceu no RSL de Burwood, em Sydney, reuniu cerca de 200 jovens madames. Julie d'Aiglemont estaria orgulhosa das companheiras australianas, principalmente ao saber que amanhã, 20 de fevereiro, haverá convenção também em Melbourne e, em 5 de junho, na Sunshine Coast, será coroada (sem trocadilhos) a primeira Miss Cougar Australia.
Essa da foto, uma espécie de Cicciolina aussie, é Helen Razer, escritora e habitué da mídia local que irá à convenção em Melbourne, à paisana, cobrir para a revista Rolling Stones.
Falando em Melbourne, má notícia para os garotões, os chamados cubs, que frequentam os pubs e baladas atrás das cougars.
Foi aprovada uma lei no estado de Victoria que obriga os pubs, nightclubs e afins a fornecerem água grátis para os clientes. Não estou falando de copo com água da torneira, como já acontece em New South Wales (importante: aqui a água da torneira é potável).
E sim uma garrafinha de plástico, dessas que pagamos $1.30, $1.80, $2.40, $3.20, $4, dependendo do lugar. O estabelecimento que não cumprir será multado em mais de $6 mil.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Me, Myself and My Book at Brazilian Festa
On Sunday the 28th of February, I will be attending the Brazilian Festa, a special event inside the Starlight Cinema, at North Sydney Oval, where I will be giving a brief insight of my book Meu Avô A’uwê (My Indigenous Grandfather).
The book is a report of my three visits to an Indian settlement in Mato Grosso (countryside of Brazil), where I had the opportunity to stay with the Xavante people, live with them and write about my experiences and their story.
If you don’t know anything about Meu Avô A’uwê, below is a small introduction written by the Brazilian writer Antonio Penteado Mendonça.
The chat will start at 5:45 pm, and I hope to see you there. Tickets on sale at Ozzy Study Brazil (with discount) and here (all activities included in the ticket price).
A different book
In a time when people and things are labeled according to famous brands not always the best, a book such as this one makes an enormous difference. Since the end of communism, a whole class of people, “the old militants”, became orphan of ideals, without knowing why to fight or what to do, in face of a world which, in practice, proved that everything they did was wrong.
The great way out was to protect the environment, therein included, to their bad luck, the native people, namely incapable and, therefore, constituting raw-material for everything foolish that is been done on their behalf.
Africans, American Indians, natives of Oceania, of the Pacific Islands, Eskimos, Latvians, people lost on the Himalayan hillsides, in the Asiatic forests, all of them were fit into a huge plastic bag and underwent pasteurization. They were equaled, distorted and painted according to such senseless standards as those in Hollywood films, in which the good girl, submitted to a cruel ritual, was thrown into the volcano to save her tribe and the island.
That is why My Indigenous Grandfather is so fascinating. It rescues the Xavante as they truly are. Without being pretentious, conceited or caricatural, the book truly portrays the discovery of another group of people by a white man, young and namely civilized, brought up in the great city.
Pablo Nacer tells us about the everyday life of the Indians, rescues their past and, moreover, transmits the great emotion he felt upon entering a new, rich and different universe, which took him in, amidst other values, all of them strikingly humane.
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