domingo, 31 de janeiro de 2010

O Campeão, a Promessa e o Promessinha

Alguém anotou a placa do caminhão que atropelou o Andy Murray?



Agora a pouco, o tenista escocês teve a oportunidade de começar a mudar a hegemonia do tênis. Pelo menos é o que os britânicos achavam. Mas, pra variar, Andy Murray, há 4 anos apontado como a grande promessa do tênis mundial, jogou mais um Grand Slam como nunca e perdeu mais um Grand Slam como sempre. Não por acaso é o eterno Promessinha.



Já Federer, segundo o próprio, jogou o melhor tênis de sua carreira. Ou seja, se o cara que conquistou tudo e bateu quase todos os recordes ainda está no auge da forma física e técnica, e levando em consideração que o único adversário que pode de fato ameaçá-lo, Rafal Nadal, está com 70% das juntas estouradas, eu arriscaria dizer que em 2010 o homem pode se tornar o primeiro da história a faturar os 4 Grand Slams no mesmo ano. Aí é pegar o boné e passar o resto da vida pescando em algum lago suíço.



E o Brasil, que teve 9 representantes este ano, 6 no principal e 3 no juvenil, alcançou a semifinal de duplas mistas com Marcelo Melo e a italiana Flavia Pennetta, e conseguiu um resultado histórico com o alagoano Tiago Fernandes.

Treinado por Larri Passos, ex-Guga, e tendo muito mais facilidade pra jogar no saibro, Tiago venceu o australiano Sean Berman, outro apontado como grande promessa do tênis, por 2 a 0, e se tornou o primeiro sul-americano a ganhar o juvenil do Australian Open e o primeiro brasileiro a faturar um Grand Slam juvenil de simples.



A partir de agora, que o tenista ficou famoso e vai sofrer pressão da mídia, assédio dos fãs e outras coisas que vêm no pacote, resta saber em qual categoria Tiago Fernandes vai se encaixar: campeão, promessa ou promessinha.

Mas de qualquer maneira, parabéns!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

E a fauna australiana se supera

As aberrações da bizarra, intrépida e "simba-safárica" fauna australiana continuam. Essa, pra variar, aconteceu lá em cima, em Northern Territory, um verdadeiro circo ecológico.



Em qual outro país do planeta 5 simpáticos senhores saem de barco pra pescar, veem um tubarão os rodeando, pescam o bichano com uma varinha, o levam para a praia, recebem a visita de um intrometido crocodilo de 3 metros que surge da água e tenta almoçar o pescado, mas é espantado por um dos próprios senhores fanfarrões que lhe dá uma "varada" na testa? Ufa!


quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Adote um blobfish - Participe da campanha

Esta é, sem dúvida, a notícia mais triste e feia de todos os tempos da última semana. Se tem crianças por perto, tire-as da sala, por favor.

Entendo a preocupação com a extinção do mico-leão-dourado, a revolta em relação à carnificina japonesa de baleias, mas num planeta cujas placas tectônicas são danadas; El Niño é muito mais do que um garotinho nascido no México; e que vê, de uma hora pra outra, Plutão, um de seus regentes, ser rebaixado para a segunda divisão planetária, nada é mais importante do que a luta pela sobrevivência de um ser: o Psychrolutes marcidus, o nada popular blobfish.



ENTER
ENTER
ENTER

(3 ENTER's para expressar a minha comoção).

Parente distante do saudoso Costinha (uóhhh!), Mr. Blob vive confinado com sua oceânica singularidade (pra não dizer feiúra) nas áreas mais profundas do mar, o que é perfeitamente compreensível, uma vez que com este lay-out, qualquer criatura faria o mesmo.



Dos remotos tempos da finada Pangéia até hoje, o mundo se dividiu em grandes massas, depois em continentes e por fim em países. Atualmente, são mais de 200 nações. Quando Deus perguntou ao blobfish onde ele gostaria de viver, qual vocês acham que foi a resposta?

Quem pensou em Austrália e sua bizarra fauna, acertou na mosca (sem trocadilho). Desprovido de músculos, energia e, claro, beleza, Blob passa quase toda a sua famigerada existência flutuando. O máximo que faz é esperar que alguma comida passe nos arredores ou esbarre nele. Aliás, tenho muita curiosidade (e pena) de saber quem na cadeia alimentar está abaixo do nosso glorioso Blob.



Conforme dito acima, o planeta não vai nada bem das pernas. Além dos problemas que todos nós sabemos, tem havido um sério aumento, aqui na Austrália, na pesca de lagostas, caranguejos e outras criaturas do fundo do mar, o que poderá resultar na extinção do blobfish.

Para evitar essa verdadeira catástrofe ecológica, lanço aqui a campanha Adote um Blobfish - Deixe-o no fundo do seu aquário. Além de se sentir bem por salvar a espécie, olhar pra ele todos os dias fará um bem incrível pra sua auto-estima. Participe!

E para alegrar a tarde...




quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Chinelada tradicional do Australia Day

Bondi Beach é a praia mais famosa da Austrália, enquanto que o Australia Day, como o próprio nome diz, é o grande Dia da Austrália.

E essa é a praia mais famosa da Austrália no grande Dia da Austrália.



Imaginem se o Galvão Bueno visse a invasão de Havaianas, o escarcéu que ele faria...

A questão é a seguinte. Todo ano, a Aqueo, empresa que representa as Havaianas por essas bandas e possui a maior concentração de engenheiros brasileiros por metro quadrado, promove o "Havaianas Thong Challenge".



As Havaianas, mais do que chinelos que não deformam, não têm cheiro e não soltam as tiras, são um fenômeno incrível de marketing na Austrália, que já faz parte da cultura local.

E em 26 de janeiro, comemorando o Australia Day, a Aqueo promove disputa entre os estados para ver quem coloca mais gente bonhando nessas chinacas gigantes infláveis.



Além da competição, a idéia também é bater o recorde para entrar no Guinness (o livro, não a cerveja). Ontem, Bondi Beach reuniu mais de 1200 pessoas, mas o grande vencedor foi...

1. Western Australia (Cottesloe Beach) - 1301 pessoas
2. New South Wales (Bondi Beach) - 1262
3. Victoria (Torquay Beach) - 1255
4. Queensland (Mooloolaba Beach) - 1020
5. South Australia (Glenelg Beach) - 875
Total: 5713

Well done Aqueo!!!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O adeus australiano na véspera do Australia day

Na véspera do Australia Day, o dia em que o país comemora a chegada da primeira esquadra de colonizadores, que incluía, entre outros, prisioneiros, condenados e desenganados da justiça britânica, a Austrália deu adeus ao Australian Open.



A penúltima a cair foi a simpática Samantha Stosur, 13 do mundo, que perdeu por 2 a 0 para a atual campeã e favorita ao título Serena Williams, conhecida aqui no Château como a deusa negra de Michigan.

Já o mala do Lleyton "Come on" Hewitt entrou mudo e saiu calado. Com Roger Federer passeando em quadra, ele só ousou soltar o irritante "Come on" uma vez, no terceiro set, quando a vaca já estava bem encaminhada em direção ao brejo. Mas o gritinho foi tão tímido que ninguém ouviu. Um retumbante (pra usar um termo pátrio em homenagem ao feriado) 3 a 0 - fora o baile!



As quartas-de-finais começam daqui a pouco com Roddick (7) x Cilic (14) e Nadal (2) x Murray (5). Na quarta será a vez de Djokovic (3) x Tsonga (10) e Federer (1) x Davydenko (6).

Vamos aos palpites:

Roddick atropela o croata e decide vaga na final contra o grande apache espanhol, que vencerá Murray em duelo épico de 5 sets. Na outra chave, Djokovic repete o que fez na final do Australian Open de 2008 e bate o francês, enquanto Federer se vinga do falastrão russo em outro jogo épico de 5 sets.



No feminino, por ora, prefiro não fazer previsões, mas sei contra quem torcerei: Justine Henin (a moça acima). Nada pessoal, ela é muito simpática, joga muito, parece ser uma ótima pessoa (aliás, parece o Juninho Paulista), mas fez o desfavor de tirar duas das minhas deusas do torneio.



Primeiro eliminou ninguém menos do que Elena Dementieva, a deusa russa de Moscow. Tremenda afronta. E depois despachou a compatriota Yanina Wickmayer, a deusa belga de Lier. Outro absurdo!



Mas como a vingança é um prato que se come frio (acho que é isso), daqui a pouco Justine será eliminada pela nada bela Nadia Petrova, a russa prima de segundo grau do nosso glorioso Shrek!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Hoje tem Bondi Samba Project



O primeiro Bondi Samba Project, no final de dezembro, foi sensacional. Mais de 700 pessoas foram ao Beach Road Hotel e fizeram uma grande festa no The Rex, lá no andar de cima. Hoje, véspera de feriado pátrio, vai encher ainda mais. Portanto, é bom chegar cedo.



A festa, organizada pela Fibra, será das 20h à meia-noite, a entrada é grátis e mais uma vez tocará o Samba Australia com participações especiais do Andrezinho e do grande Geléia, a maior revelação da música tupiniquim no terceiro continente à sua escolha. Apareçam!



E pra quem não sabe o que se comemora amanhã no Australia Day, aclique aqui e entenda a origem do porre cívico!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Churrasco & BBQ - Diferença entre Brasil e Austrália

Matéria publicada na edição 8 da Radar Magazine.

Oferecimento: Barbiecrew (meu anunciante aqui do lado). Pensou em fazer churrasco com cortes brasileiro na Austrália, liga pra eles!



Brasileiros e australianos têm algumas paixões em comum. Uma delas é o churrasco, por aqui também conhecido como barbecue, barbie ou BBQ. Tanto no Brasil quanto na Austrália, assar uma carne no final de semana é um hábito para socializar com a família, os amigos e até com as pessoas do trabalho. Mas se no Brasil os hábitos mudam de região para região, entre os dois países as diferenças são ainda maiores.

Por ordem de importância, a santíssima trindade do churrasco brasileiro traz cerveja, carne e futebol. Churrasco com quantidades industriais de cerveja e apenas uma peça de picanha é normal. Já churrasco com toneladas de picanha e apenas uma garrafa de cerveja é inadmissível. E o futebol, claro, é sempre a melhor desculpa para juntar os amigos e assar uma carninha.



Na Austrália, a santíssima trindade traz esporte, carne e cerveja. Segundo o australiano Todd Ollivier, ex-jogador profissional de rugby, quando se marca um churrasco na Austrália, muitas vezes é para assistir a algum esporte ou mesmo jogar. “Aqui, quando o churrasco é numa casa com quintal ou parque, a gente sempre joga críquete ou rugby.” E isso tem muito a ver com uma das características mais marcantes e atraentes do estilo de vida australiano: a vida ao ar livre, especialmente nas estações mais quentes do ano.

No Brasil, em geral os churrascos são realizados em casas, prédios e chácaras. Ou seja, lugares particulares. Na Austrália, além das casas e dos apartamentos - que tradicionalmente têm churrasqueira na varanda –, as áreas mais comuns são locais públicos como parques e praias. Muitos deles têm churrasqueiras que podem ser usadas gratuitamente ou através de moedas, ou então pode-se levar a própria.



No fogo
O churrasco nada mais é do que o cozimento de uma carne sobre o calor do fogo. Apesar da simplicidade, ele varia bastante nos dois países. A começar pelas churrasqueiras. No Brasil, as mais usadas são de tijolo ou de aço, com grelha e/ou espetos, e funcionam à base de carvão mineral ou lenha. Na Austrália, a mais comum é à gás, seguida pelas elétricas e de carvão sintético, que ao contrário do carvão mineral, confere um sabor não muito agradável à comida.

A churrasqueira do australiano recebe basicamente linguiças. A exemplo do Brasil, o churrasco daqui também varia de região para região, mas de maneira geral, o mais comum é colocar diversas linguiças de uma vez, cortar alguns pães e talvez assar algumas rodelas de cebola. Para acompanhar, molho de tomate (o nosso cat-chup) e de churrasco (barbecue sauce). Também entram com frequência carnes bovinas como blade e rump, de carneiro e porco, sempre cortadas em filés ou pedaços, além de vegetais e camarões.



O churrasco australiano, no Brasil, seria uma espécie de aperitivo. Tércio Raddatz, chef gaúcho radicado há 6 anos na Austrália, explica: “No Brasil, a gente começa com linguiças, costelinha de porco e asinhas e coração de frango, e depois vamos para picanha, alcatra e maminha, sempre assando a peça inteira, com gordura e tudo. De acompanhamento, maionese, salada, farofa, pão e vinagrete”. Para Tércio, o fator preponderante que difere os dois churrascos é a temperatura de cozimento.

“Nas churrasqueiras daqui, à gás ou elétricas, não dá para usar a peça inteira em função do aquecimento, que é bem menor. Levaria horas para qualquer carne ficar pronta. Por isso os australianos usam pedaços bem finos, tipo cutlets e chops. Coisa de três, quatro minutos e está pronto. No Brasil, o fogo é muito mais forte, a lenha e o carvão proporcionam temperaturas muito mais elevadas, permitindo assarmos peças inteiras. Ainda mais que usamos sal grosso, que protege a carne do calor”, explica o chef.

E se o assunto é tempo, nada mais pontual do que o churrasco australiano, que tem hora pra começar e terminar. Eles chegam no horário, tomam cerveja, vinho e outros drinks, praticam esporte e colocam tudo para assar de uma vez. Depois que comem, recolhem e vão embora. O brasileiro é diferente. Se marca ao meio-dia, começa a chegar às duas. Inicia com cerveja, caipirinha e vai beliscando. As melhores carnes só começam a sair no final da tarde. Quando acabam, uns vão embora, mas a maioria fica, pois ainda tem cerveja. A noite avança e a cerveja diminui. Mais gente se manda. Ao perceberem que restam apenas duas latas, alguém passa o chapéu, recolhe dinheiro, compra mais cerveja e a “diretoria” fica até terminar a última. Churrasco, no Brasil, sempre acaba em cervejada.