terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Austrália: não deforma, não tem cheiro e não solta as tiras
Esta é a praia mais famosa da Austrália: Bondi Beach. E hoje é um dos feriados mais importantes do país: Australia Day. Sabem quem roubou a cena?
Lembram, no final dos anos 80 (ou seria no início dos 90?), quando o Chico Anysio falava de um chinelo que não deformava, não tinha cheiro e não soltava as tiras?
Pois bem, não falarei a marca para não fazer propaganda de graça, mas o fato é que as Havaianas são muito mais do que um campeão de vendas por aqui. Elas são um fenômeno cultural, uma revolução fashion que caiu no gosto popular, tornando-se peça obrigatória para 10 entre 10 australianos e forasteiros que vivem por aqui.
Jeans, camisa social e Havaianas? Cool! Shorts, chapéu e Havaianas? Artista! Havaianas, Havaianas e solamente Havaianas (ou seja, nu)? Sexy! Não importa o figurino, a estação do ano, a ocasião ou a hora do dia, mas calçou o chinelo está na moda.
No Brasil, temos, no máximo, dois despretenciosos e confortáveis pares para usarmos no dia-a-dia. Por aqui, cada australiano tem, pelo menos, 8 pares, um para cada dia da semana, e outros reservas para casos de chuva, neve, tempestade ou tubarão.
E desde não sei quando, todo dia 26 de janeiro, data em que se comemora o Australia Day (vide post), os chinelos nos quais me recuso a divulgar o nome invadem Bondi Beach e fazem todo mundo se divertir em verde e amarelo, as cores do Bras... ops, as cores nacionais da Austrália.
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domingo, 25 de janeiro de 2009
Efeito Obama?
Não sei se tem a ver com a posse do nosso glorioso Barack, mas parece que o mundo já mudou. E pra melhor! Eu, que até terça passada estava totalmente descrente com os rumos do planeta e da humanidade, acabo de viver uma situação absolutamente YES WE CAN!
Fui na casa de uns amigos assistir ao show do nosso apache espanhol Rafael Nadal. O homem tá jogando muito! Acho que vai ser difícil alguém bater o apache neste Australian Open.
Pois bem, eu voltava de Paddington, a pé, em direção a Bondi Junction, quando vi o meu ônibus se aproximar do outro lado da rua. Corri. De fato, voei. E o alcancei. Tirei uma moedinha de 2 dólares do bolso, paguei o motorista e caminhei para o fundo. Quando fui sentar, ainda ofegante, notei que algo estava errado. Na verdade, algo não estava. Minha carteira havia desaparecido. Procurei, procurei, e nada. Senti um frio na espinha e um gelado na barriga que certamente resultaram em uma úlcera. Tudo em fração de pouquíssimos segundos. De repente, um estalo: deve ter caído na rua quando voei para alcançar o 380 (e olha que eu não estava usando o tênis acima).
No mesmo momento, vi um japonês de camiseta verde correndo do lado de fora. O motorista deu partida, eu já estava de pé e o japa, ninja, deu uma sequência de knock knock no vidro, mostrando a minha carteira, e assustando o ônibus inteiro. O motorista se ligou mas, como já estava andando, continuou e desceu a rua devagar. Eu corri para frente e o japa ninja da camiseta verde acompanhou o ônibus até a estação. Com certeza não era o caminho dele, mas em tempos de Obama...
O motorista abriu a porta e ficou me esperando. Fui lá fora e o anjo da guarda em forma de ninja me devolveu a carteira, com um baita de um sorriso, enquanto dois bêbados irlandeses (sabia que eram irlandeses pelos tênis brancos) aplaudiram o cara. Mandei 34 “Thank you very very much”, seguidos por 72 “Arigato Sayonara”, e voltei para o 380. Ao abrir a carteira, senti um grande alívio por estar com todos os meus documentos, e uma grande alegria ao ver os meus suados $ 120 absolutamente intactos. Não sei como a coisa anda no Brasil, mas por aqui já é possível ver a luz no fim do túnel e acho que é o efeito Obama: YES WE CAN!
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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Australian Obama Open 2009
Por motivos mais do que óbvios, comecei a semana com a absoluta certeza de que o Australian Obama Open 2009 ficaria nas mãos dos norte-americanos. Não com o Nebraska-boy Andy Roddick, muito menos com a loira da Georgia, Melanie Oudin. Mas com outros sobrinhos do Tio Sam. Fiz até uma fezinha apostando alguns simbólicos dólares neles.
Infelizmente, uma das minhas apostas já era. Venus Williams, número 6 do mundo, foi derrotada agora a pouco por 2 sets a 1 pela espanhola Carla Suarez Navarro. Porém, a irmã Serena continua viva. E as duas, juntas, também disputam o torneio de duplas. Já no masculino, fechei com o número 9 do planeta.
Vamos acompanhando!
Feminino simples
Serena Williams $10 (TCHU-TCHIN!)
Venus Williams $10 (FORA!)
Feminino duplas
Serena/Venus Williams $10 (TCHU-TCHIN!)
Masculino simples
James Blake $10 (TCHU-TCHIN!)
Yes we can!
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Fez história e foi pra escola
Bernard Tomic fez história. Na segunda-feira, 19 de janeiro, ao despachar o italiano Potito Starace por 3 sets 1, o adolescente de apenas 16 anos e 103 dias se tornou o tenista mais jovem de todos os tempos a vencer uma partida no Australian Open.
Mais! Joagando de óculos escuros numa marra tremenda, o rapaz, que é a cara do Pato (o do Milan, não o animal), derramou algumas lágrimas no final da partida e entrou no rol dos heróis nacionais.
A atenção sobre ele cresceu ainda mais com a eliminação do compatriota Lleyton Hewitt, que perdeu para o chileno Fernando González e disse adeus ao torneio na primeira rodada. Ainda bem, pois não tem nada mais insuportável do que os gritinhos mascarados de Come on!.
Já o nosso Alexandre Pato do Outback voltou à quadra nesta noite (quarta-feira) para enfrentar o luxemburguês (acho que é isso) Gilles Müller, e perdeu por 3 sets a 1. O jogador, nascido na Alemanha, filho de pai croata e praticante do esporte desde os 7 anos, tem um futuro imenso no tênis, mas ainda vai precisar comer muito fish n´ chips pra chegar lá.
Logo após a derrota, A-Tomic (como já está sendo chamado pelos reis dos trocadilhos locais), deixou a quadra rapidamente e correu para a casa. Afinal, amanhã cedo tem aula e com esta farra em Melbourne ele tá estouradão de faltas.
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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Com o "cooler" virado pra lua
Falando em milagre, no último dia 23 de dezembro, dois simpáticos pescadores birmaneses (naturais da Birmânia) navegavam próximos ao Torres Strait, norte do estado de Queensland (onde no Wars tem aquela linha pontilhada entre a Austrália e a Papua-Nova Guiné), quando o barco virou.
A embarcação era de madeira, tinha 10 metros e 20 tripulantes. Aqui na Austrália, ninguém ficou sabendo do naufrágio, até que ontem, terça-feira, um cooler (aquelas geladeiras de isopor) de menos de 2 metros de cumprimento por menos de 1 de largura e 1 de altura apareceu em Cape York Peninsula, a parte mais setentrional da Austrália, com os dois simpáticos pescadores birmaneses dentro. E vivos! Eles estavam desidratados e exaustos, mas vivos.
Durante os 25 dias, os dois simpáticos pescadores birmaneses se alimentararm de água da chuva que juntava no chão do isopor e restos de peixes que também apareciam por lá. MI-LA-GRE! Mas o grande feito foi passar quase um mês à deriva nas periculosas águas australianas e não serem engolidos por esfomeados tubarões. Ainda mais embalados pra viagem dentro de um isoporzão.
Não tenho dúvida de que os dois simpáticos pescadores birmaneses estavam com o cooler, cabalisticamente, virado pra lua.
A embarcação era de madeira, tinha 10 metros e 20 tripulantes. Aqui na Austrália, ninguém ficou sabendo do naufrágio, até que ontem, terça-feira, um cooler (aquelas geladeiras de isopor) de menos de 2 metros de cumprimento por menos de 1 de largura e 1 de altura apareceu em Cape York Peninsula, a parte mais setentrional da Austrália, com os dois simpáticos pescadores birmaneses dentro. E vivos! Eles estavam desidratados e exaustos, mas vivos.
Durante os 25 dias, os dois simpáticos pescadores birmaneses se alimentararm de água da chuva que juntava no chão do isopor e restos de peixes que também apareciam por lá. MI-LA-GRE! Mas o grande feito foi passar quase um mês à deriva nas periculosas águas australianas e não serem engolidos por esfomeados tubarões. Ainda mais embalados pra viagem dentro de um isoporzão.
Não tenho dúvida de que os dois simpáticos pescadores birmaneses estavam com o cooler, cabalisticamente, virado pra lua.
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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Milagre em Sydney – O Iluminado
Sou do tempo em que para atingir a iluminação divina, era preciso anos, talvez décadas, de muita dedicação, devoção e altruísmo. Sidarta Gautama, por exemplo, renunciou todos os seus bens materiais e, por anos, seguiu práticas ascéticas extremas e meditou debaixo de uma figueira para atingir a iluminação total, o chamado nirvana (o estado, não a banda), e tornar-se o Buda.
Já John Smith, um rapaz de Sydney que há tempos vivia num perrengue danado e rezando por um sinal divino, seguiu o caminho contrário e só precisou adquirir um bem material: uma simpática lâmpada de lava, daquelas que fizeram muito sucesso nos apês "transadões" dos anos 70.
É verdade! Num belo dia, o quase descrente John Smith ligou a sua recém-comprada lâmpada de lava e, quando viu, uma espantosa e miraculosa imagem da Virgem Maria segurando Baby Jesus apareceu e congelou. Mesmo mexendo, a imagem não se alterava.
Desde então, Mr. John Smith, o iluminado, mantém a ex-lâmpada pagã escondida e, em vez de fundar uma religião, sair pelo mundo com o sagrado abajour propagando o milagre ou mesmo construir um templo para demonstrar toda a sua devoção, ele cultua a santa imagem através de um website: http://holymarylamp.com/. Nada mais moderno!
John afirma que sua vida mudou após a grande reveleção. Não como a de Adriane Galisteu, que certa vez falou que a dela deu um giro de 360º. Mas a de John realmente saiu do lugar. Além de não parar de receber ótimas ofertas de trabalho e de chover dinheiro (não literalmente), ele simplesmente encontrou sua alma gêmea, “a mulher mais incrível, meu anjo na Terra”, segundo o próprio.
Se Jesus disse “Eu sou a luz do mundo”, nada como ter o Filho do Homem nos braços da Santa Mãe, dentro de uma lâmpada de lava e no sagrado conforto do lar. Isso que é iluminação divina no melhor estilo CasaCor2007 (o provável ano da revelação)!
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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Oferta de trabalho – Síndico de um Paraíso
Se você mora fora da Austrália, gosta de sol e praia, sabe mergulhar, nadar, não é tímido, comunica-se bem e fala e escreve em inglês fluentemente, Queensland quer você.
Na última terça-feira, o governo da costa mais ensolarada da Austrália ofereceu o que eles chamam de “o melhor trabalho do mundo”. O candidato escolhido receberá AU$ 150 mil (105.00 US dollars) para labutar durante 6 meses na paradisíaca Hamilton Island, localizada na Grande Barreira de Corais da Austrália, a maior do mundo. Função? Caseiro da ilha.
Entre as obrigações estão passear pelas areias brancas (tipo Caê), cuidar da fauna e da flora locais, mergulhar na Grande Barreira, fazer periódicas conferências com a mídia e manter um blog atualizado com fotos, vídeos e as últimas notícias da ilha (“Tartaruga faz 100 metros em 3 dias”, “Hoje fez sol e a previsão para os próximos 6 meses é de mais sol”, “Esta manhã o mar estava fraco, vi somente 74 tubarões” e assim por diante).
As inscrições estão abertas até 22 de fevereiro. Em maio, 11 pré-selecionados voarão para a ilha para o processo final de seleção. O escolhido começa a trabalhar em 1º de julho.
Isso, claro, faz parte de uma campanha de marketing. Em meio à crise financeira mundial, que obviamente afetou o turismo em todo o planeta, o Governo de Queensland criou esta vaga de trabalho internacional para promover e proteger a indústria do turismo do estado, que gira cerca de AU$ 18 bilhões por ano.
Tratando-se de uma ilha na Austrália, acho que entre os requisitos para ganhar a vaga, faltou dizer que o candidato deve ser graduado em Artes Marciais Aplicada com Tubarões, Jiu-jitsu no Fundo do Mar, Caça e Pesca de Tubarões, Inglês Nível: The Shark is on the Table e Primeiros-Socorros Marítmos para Si Próprio.
Mas o melhor de tudo é que o nosso Seu Antônio do paraíso não terá que carregar aquele tradicional e insuportável molho de chaves que todo zelador tem pendurado na calça.
Foto ilustrativa, princesão, não pense que esta gata estará o esperando na ilha!
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