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segunda-feira, 13 de julho de 2009

De domingo a domingo – Uma nova cena pintando


Samba Mundi

Primeiro foi no domingo, 28 de junho, no RSL de Coogee, com a festa de despedida do Rodrigo Galvão, batera do Samba Mundi, excelente banda formada por brasileiros e um baixista japonês que tocam bossa nova com samba com jazz com etc etc etc.

A festa atraiu muita gente bacana, incluindo aí vários músicos, que fizeram uma jam session de altíssima qualidade com muita sonzeira brasileira.



Estiveram no palco músicos como a cantora e compositora Tina (valeu, Julião), décadas de Austrália e que toca um violão lascado; novos talentos como o recém-chegado Gabriel Nascimento, o Bizu, moleque de 25 anos que não sai de casa sem o violão, e passeia por Noel Rosa a Lenine com uma naturalidade assustadora; figuraças como o baterista e percussionista Julio Araujo, dono de uma batida potente, que toca na Vote For Mary, banda com mais dois brasileiros e um baixista australiano; e talentos como o percussionista Sandro, craque que, além de tocar muito, é ótimo professor.


Vote For Mary

Um pouco desta noite poderá ser visto em breve no programa 4U Brasil, que rola na internet e mostra um pouco do dia-a-dia de alguns brasileiros na Austrália. O projeto, capitaneado por Anderson Miranda, o popular Cipó, é dividido em capítulos, cada um sobre um personagem diferente. A idéia é ótima e a evolução do piloto para o primeiro episódio é grande. Tem tudo pra ficar cada vez melhor!



E ontem à noite, no Coogee Bay Hotel, rolou o Beach Samba Rock, festa organizada pela Fibra Entertainment, da dupla Fernando e Igor, e pela BO3 Baluart Productions, do volante e capitão dos Canarinhos Balu Gimenez. A atração principal foi o Toca Jorge, banda que manda um samba-rock de primeira e tem nos vocais e no violão elétrico o talentoso Fernando Aragones, que paralelamente é baterista da Dubbly, excelente banda de reggae com dois australianos. Nos intervalos, o DJ Fabricio Alves misturou um pouco de música brasileira com hip hop e electro house e manteve o astral da festa, que já estava ótimo, lá em cima.


Dubbly

Para quem não sabe, a Fibra foi a responsável pelas apresentações do Marcelo D2 por aqui, que rolaram em maio deste ano, e a BO3 tem feito ótimas festas sempre com bons shows. Para agosto, as duas empresas prometem um festival de bandas brasileiras e australianas que, na minha opinião, vai ser o marco de uma nova cena que está pintando por aqui. Falo sobre isso assim que eles anunciarem o festival.

Por ora, não percam duas ótimas apresentações que acontecem esta semana:

Gabriel Nascimento (Bizu) - Amanhã, 14/7, no Manhattan Lounge Sydney (50 Elizabeth St, perto de Martin Place), a partir das 20h.

Vote For Mary - Quarta, 15/7, no Excelsior Hotel (64 Foveaux St – Surry Hills), a partir das 20h15. Entrada: $10.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

VB nele!



Eu tenho alguns ídolos na Austrália. Uns eu conheço pessoalmente, como Captain Kevin, Larry Shuttes, John Fordham e o meu cunhado Rob. Outros, como Peter Garrett (ministro e Midnight Oil), ainda não tive a oportunidade. Mas o fato é que ontem, antes dos Canários, lendo o The Sunday Telegraph, encontrei o meu grande ídolo australiano.

Ele atende pelo nome de Todd Farrawell e tem 38 anos. Profissão? Pedreiro especialista em subir paredes, o popular bricklayer. Com sua caminhonete anos 1970, CDs do AC/DC no porta-luvas e cabelo comprido em volta da careca, ele é uma espécie de herói da resistência dos subúrbios do Oeste, que, segundo o próprio, estão sendo invadidos pelos metrossexuais.



A filosofia do homem é simples:

- Tanto no trabalho quanto em ocasiões sociais só usa shorts. Se precisa comprar jeans, vai na Lowes (loja de produtos baratos).
- Anda sempre com um cachorro na caçamba da caminhonete.
- Não tem tempo para o David Beckham.
- Uma torta de carne no trabalho conta como refeição.

E o mais importante:
- Não toma cerveja low-carb (essas com baixa quantidade de carboidrato).

É ou não é o cara? Aliás, também sou absolutamente contra Pure Blonde, Super Dry, Extra Dry e outras cervejas low-carb. Tomo, claro, mas se posso escolher, sem chance!

E falando nisso, outro ídolo, mas não australiano, está em Sydney. É o ator inglês Sacha Baron Cohen, que veio promover Bruno. VB (Victoria Bitter - a cerveja da foto acima) nele!!!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Voa, Canarinho voa!

Matéria publicada na edição 5 da Radar Magazine.

A decisão estava nos minutos finais e o Sydney Brazilian Social Club (SBSC) vencia por 1 a 0, quando o atacante brasileiro recebeu a bola na área. Ele dominou, driblou o primeiro, driblou o segundo, passou pelo terceiro e, enquanto o resto do time gritava “chuta!”, “toca!”, ele fintou o quarto, ameaçou bater, esperou o goleiro cair e o encobriu com um toquinho sutil.



Este golaço coroou a histórica participação do SBSC no campeonato da Inner City Football Association (ICFA). Com a vitória por 2 a 0 sobre o poderoso La Ciccolina, os Canarinhos – como são conhecidos – em seu primeiro ano disputando a tradicional liga amadora de Sydney, sagraram-se o primeiro time brasileiro de futebol a levantar um caneco oficial na Austrália. O feito foi realizado em setembro de 2008, mas esta história começou muito antes.

O ano era 1972, e o Brasil já havia conquistado 3 Copas do Mundo de futebol, enquanto a Austrália jamais se classificara para um Mundial – nem mesmo uma liga nacional profissional tinha. Na época, não havia tantos brasileiros quanto hoje por aqui. Mas os poucos que se aventuravam, iniciaram, timidamente, a se encontrar aos domingos para bater uma bola. “Uns jogavam em Rushcutters Bay e outros no Moore Park. Aí começaram a jogar somente no Moore Park”, afirma seu Carlos, um dos primeiros Canarinhos. Era o jeito de matar um pouco a saudade de casa, se divertir e falar português, pois no resto da semana era só trabalho e se virar com um inglês pra lá de “the book is on the table”. Além de Carlos, outros membros desta primeira geração como seu Macário, Baiano Bangu, Harold Rocha e Caju estão firmes até hoje, seja jogando ou apenas “cornetando” do lado de fora. A diversão é garantida!


Canarinhos em 1997

Durante os anos 1970, nomes como Paulinho Dutra, Odilon e Wilson foram sinônimos de futebol-arte, e até hoje são lembrados com muito respeito pelos mais antigos. Mas eles não chegaram a jogar profissionalmente na Austrália, como o meia Agenor Muniz, o grande nome da primeira década. Agenor, que atuava pelo Vasco da Gama, desembarcou em 1971 com a primeira leva de jogadores profissionais que veio para o país. Ele foi contratado pelo Sydney Hakoah Club e, após se naturalizar australiano, chegou a defender a seleção nacional entre 1976 e 1979. O futebol do país, por sinal, vinha crescendo e alcançou dois importantes êxitos: a inédita classificação para a Copa do Mundo de 1974, com o time liderado pelo meia John Warren; e a criação da National Soccer League (NSL), em 1977, a primeira competição nacional de futebol na Austrália.

Alguns brasileiros passaram pela NSL. Um dos que mais se destacou foi o carioca de Maricá Nélio Borges, o Nelinho, que chegou na Austrália em 1979. Jogador amador no Brasil, ele foi descoberto por um olheiro que o trouxe com outros dois conterrâneos: Marquinhos e Mozart. Mesmo jogando profissionalmente na National Soccer League, Nélio, desde o início, fez parte dos Canarinhos. “Quando os jogos da liga caíam no sábado, domingo era certeza que eu vinha”, conta o veterano meia, que ainda faz seus gols.

Em 1989, do Moore Park a pelada passou para o Centennial Park, onde está até hoje. Àquela altura, os boleiros já haviam se tornado uma grande família. “Aqui, sempre que um precisa, tem o outro para ajudar. Se o cara está precisando de trabalho, é só aparecer que vai encontrar algum bico para fazer, ou algum trabalho mesmo”, diz Gelcimar Freire, o Gel, atual vice-presidente do clube.

O clube
Em uma tarde de 1996, após jogar contra um time de chilenos, um dos Canarinhos foi até o carro e pegou 6 garrafas de cerveja. “Ficamos lá, eu, o Nelinho e mais um pessoal, tomando uma cervejinha, e aí veio a idéia: pô, por que a gente não faz isso todo domingo, por que a gente não leva uma cervejinha? Contamos a idéia para o pessoal e eles gostaram. Foi aí que resolvemos fundar o clube”, conta Chicão, atual tesoureiro. A primeira reunião aconteceu em 23 de fevereiro de 1996, e os peladeiros overseas, que já haviam se tornado uma família, agora também tinham um clube.



Duas lendas: Johnny Warren e Baiano Bangu

O Sydney Brazilian Social Club é uma entidade filantrópica, sem fins-lucrativos, aberta para brasileiros e estrangeiros que se unem não só em torno do futebol, mas para aproveitar o pós-pelada, o que inclui cerveja e churrasco. Não é todo domingo que rola uma carninha, mas pelo menos uma vez por mês é realizado um churrasco com cerveja, pagode e, às vezes, feijoada e outras comidas típicas do país. Chicão explica: “Até então, terminava o jogo e o pessoal ia embora. Mas depois mudou. O pessoal começou a ficar e aproveitar. Quem sofre é a mulherada, que reclama que os caras vão jogar bola. Mas a gente precisa também”.


Les Murray no Maracanã com Gel e Dinamite

Jogando tanto tempo no mesmo lugar, os brasileiros ficaram conhecidos. Os próprios funcionários do Centennial Park passaram a se referir aos dois gramados usados por eles como “Brazilian Fields”. O nome não só pegou, como foi oficialmente batizado pela organização do parque no início dos anos 2000. Mas antes mesmo, a popularidade já era alta. A longa tradição despertou o interesse de muita gente ligada ao futebol na Austrália. Les Murray, por exemplo, jornalista e apresentador da SBS, é considerado membro honorário e padrinho do clube". Andy Harper, apresentador da Fox Sports, Michael Cockerill, comentarista da Fox Sports e colunista do Sydney Morning Herald, e Liz Deep-Jones, ex-apresentadora do SBS, também são grandes entusiastas dos Canarinhos. Mas ninguém se compara ao lendário Johnny Warren, aquele mesmo que conduziu a Austrália à sua primeira Copa do Mundo, em 1974.



Johnny Warren recebendo medalha da FIFA

Warren, amante do futebol e da cultura brasileira, foi casado com uma brasileira, esteve mais de 30 vezes no país e durante anos freqüentou o Brazilian Fields. Ele sempre lutou pelo futebol australiano e foi um dos que mais defendeu a criação da A-League, a atual liga profissional que substituiu, em 2005, a antiga National Soccer League. Warren, porém, não pode vê-la concretizada, pois faleceu um ano antes após longa luta contra o câncer.

Não só a Austrália sentiu a morte de Warren, como também os Canarinhos. Para homenagear o amigo, eles realizaram uma grande festa em Surry Hills, que atraiu centenas de pessoas. Em 2003, já haviam promovido no Coogee Bay Hotel um evento beneficente para arrecadar alimentos para a campanha Fome Zero, recém-lançada no Brasil. E, anualmente, organizam atividades no Brazilian Fields como o Mother´s Day, festa de dia das mães que reúne cerca de 400 pessoas. Recentemente, também criaram uma escolinha de futebol para crianças, o SBSC Little School of Football.



O clube sonha em ter uma sede própria, em poder oferecer muito mais para os brasileiros que estão aqui, para os que chegam e, principalmente, para os filhos de todos estes que há décadas trocaram o Brasil pela Austrália. Para quem está desembarcando em Sydney e quer bater uma bola, é só chegar um pouco antes das 11 horas no Brazilian Fields, em qualquer domingo, e jogar. “São todos bem-vindos”, diz Marcone, o atual presidente. E que venha o bicampeonato este ano!

Os campeões de 2008: Abel, Alex, Balu, Caio, Dani, Dave, Dinamite, Gel, Guilherme, Júnior, Leandrinho, Liminha, Marcone, Marrinho, Narcizo, Paulo, Pedrão, Renan, Ronaldo, Rui, Sérgio, Tino, Tony, Vladimir e Zezão. Técnicos: Nélio e Valdeci.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Matou a mãe (twice) por uma rodada de cerveja

Ontem à noite, fui a um irish pub com alguns amigos dos Canarinhos (time de futebol local). Um deles, 62 anos, velho de guerra, já tinha tomado todas, quando foi pegar mais uma rodada.

Por lei, não é permitido vender cerveja pra quem está “intoxicado” - como dizem aqui. E o barman se recusou a servi-lo.



Macaco véio e carioca, ele não teve dúvida. Fez um drama, falou que estava muito triste e passando por um momento difícil, pois acabara de perder a mãe, que falecera no Brasil. Do balcão e com cara de choro (na verdade, trêbado), ele ainda apontou pra gente e falou pro barman: Great guys!

Sem muito o que fazer, o irlandês do bar encheu 4 copos, serviu e, com a mão no ombro esquerdo, ainda demonstrou todo o seu sentimento.

Cinco minutos depois, apareceu um chileno na mesa, amigo do nosso “recém-órfão”. Seguiu-se o diálogo (traduzido):

- Acabei de ficar sabendo que você perdeu alguém da sua família, é verdade?
- É, infelizmente minha mãe morreu hoje cedo.
- De novo? Ela já não havia morrido no ano passado?

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Kid Mac - Vai longe!

Primeiro conheci o pai, Seu Macario, uma figuraça. Era domingo, estávamos com os Canarinhos, e ele mostrou o jornal do dia, todo orgulhoso, que trazia foto grande do filho ilustrando uma matéria sobre as peripécias dele em Hollywood. Alguém virou e falou: esse menino vai longe.



Agora a pouco conheci o filho, Macario de Souza. Nome artístico: Kid Mac. Nascido na Austrália há 25 anos, Mac viveu do 1 aos 5 anos no Brasil, voltou pra cá e começou a aprender violão com o pai aos 11, enquanto ouvia Roberto Carlos com a mãe.

Mas a prioridade era mesmo o futebol. Tanto que aos 16 foi para o Brasil jogar no Atlético Mineiro. Ganhando 100 reais por mês, bem menos do que faturava em um supermercado na Austrália, resolveu voltar.

Aos 18 anos estourou o pé. Ficou um ano e meio sem chutar uma bola, o que abriu espaço para a música. Ele levou a sério, entrou para a universidade e estudou fine arts, onde aprendeu sobre cinema. Durante o curso, editou, co-dirigiu, compôs a música e sonorizou o premiadíssimo Bra Boys (2007), documentário sobre um polêmico grupo de surfistas de Maroubra Beach, que teve locução de Russel Crowe.




Mac também produziu outro documentário para a TV sobre os Rabbitohs, time de rugby league do ator Russel Crowe, e está preparando um roteiro sobre as brigas raciais que rolaram em Cronulla em 2005. Vai dar pano pra manga!

Enquanto isso, compôs. Hoje, está com 30 músicas, entre elas um single tocando nas rádios e outro a caminho. Na última vez que esteve em Hollywood, caiu nas graças do badaladíssimo Mickey Avalon. Lá mesmo produziu Showtime, o single que está bombando e é bom pra caramba!



No próximo dia 30, Mac abrirá o show do Marcelo D2 em Sydney, apresentação para 2 mil pessoas no Luna Park (ingressos à venda com desconto na Ozzy Study Brazil). Dia 5 de junho tocará no Beach Road, e dia 6 em Canberra. Não sou grande fã de rap, mas sempre curti coisa boa como RUN DMC. E afirmo, com toda a certeza, que Kid Mac vai longe, como podem ver clicando aqui!

SON-ZEI-RA!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Roubaram um gol de falta – Deu no Spanish Herald!

Canarinhos é um time de futebol formado por brasileiros, em Sydney, que joga todo santo domingo desde 1972. Os caras são tão assíduos que a direção do Centennial Park, um dos principais da cidade, batizou o campo das peladas de Brazilian Fields. Brasileiro que chega por aqui e quer bater uma bola, a indicação é uma só: passa domingo, às 11, no Centennial, e joga com os Canarinhos.



O time é o atual campeão da liga amadora mais importante de Sydney, volta e meia aparece na mídia e tem em seu quadro grandes nomes como o saudoso Johnny Warren, australiano que conduziu a seleção para a inédita classificação para a Copa do Mundo de 1974; Agenor Muniz, ex-Vasco, naturalizado australiano que defendeu a seleção local entre 1976 e 79; e Nélio Borges, o Nelinho, natural de Maricá (RJ), que jogou profissionalmente na Austrália durante os anos 1980, e é um dos grandes craques que já passou por aqui.

Em meados de 1997 ou 98, num amistoso vencido pelos Canarinhos, Nelinho fez dois gols. Um deles, um golaço de falta. Obra-prima que até hoje é lembrada. No final da partida, na conferência com a imprensa, um jornalista do Spanish Herald perguntou para Gelcimar, o popular Gel, lateral-direito, uma espécie de relações públicas, assessor de imprensa do time e responsável pela melhor moqueca capixaba da Austrália:

Pero quiénes fueron los jugadores que anotaron los goles de la Selección Canariño?

Gel olha para um lado, olha para o outro, e solta:

― Ok, escreve aí: Júnior, Nelinho e o golaço de falta, aquele gol incrível: G - E - L - C - I - M - A - R camisa 2! Anotou?

Brazil-zil-zil!