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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Update no Ciclone Yasi e o Milagre da Vida



Até o momento, não se tem notícia de morte nem feridos em North Queensland, o que, pelo que se esperava, chega a ser um milagre. Bem, não apenas milagre, como também mérito dessa impressionante primeira-ministra do estado, Anna Bligh.

Desde as enchentes do início de janeiro na região de Brisbane até o ciclone Yasi, não é exagero dizer que ela e sua equipe salvaram muitas vidas. Fui criticado num post anterior, mas volto a repetir: que sirva de lição para as "otoridades" brasileiras, que nada fazem para prevenir e depois colocam a culpa na chuva.



Neste exato momento, primeiras horas da manhã, o Yasi, que entrou na costa entre Townsville e Cairns por volta da meia-noite como ciclone de categoria 5, vem perdendo força, passou para 4, 3 e agora está em 2. Porém, ainda com ventos de 205km/h.

E já que falei em milagre, agora a pouco, em um dos centros de evacuação de Cairns, uma mãe deu à luz. É verdade! Ela foi ajudada por uma midwifery inglesa, que estava de passagem pela cidade, a caminho de Sydney, ficou presa por lá e fez o parto. Vai virar heroína nacioinal! A mãe já deixou claro que a recém-nascida não se chamará Yasi.

Welcome to this weird world!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ciclone Yasi - O pesadelo continua em Queensland

Como se não bastassem as inundações em Brisbane e toda a região, agora é a vez do extremo norte de Queensland, entre Cairns e Townsville, sofrer com a força devastadora da natureza.

O ciclone Yasi, de categoria 5 (máxima), já está a caminho, na Grande Barreira de Corais, com ventos de 295km/h que podem passar dos 300km/h esta noite, quando atingir Cairns e Innisfail, cidades que deverão ser mais afetadas. São esperadas ondas de até 7 metros.

Ventos de 180km/h já destruíram o sistema de radar do Bureau de Meteorologia de Willis Island, a nordeste de Cairns, prejudicando o trabalho da estação que ontem mesmo foi evacuada.

Aos moradores que vivem em Cairns e toda a região costeira de North Queensland, e não deixaram suas cidades, a recomendação do governo é para permanecerem em casa. De preferência, no banheiro, a área mais segura das casas mais novas.

Em breve, o fornecimento de água, gás e eletricidade será cortado, as linhas de emergência da região deverão ficar pelo menos 24 horas fora do ar a partir das 22h ou meia-noite, horário previsto da passagem do olho do ciclone, portanto, as famílias e amigos, num primeiro momento, terão de se protegerem por conta própria.

Para o banheiro, devem levar medicamentos, fotografias, roupas quentes, fórmulas para bebês, fraldas, documentos importantes (especialmente de seguradoras), travesseiros, colchonetes, sleeping bags, sacos plásticos impermeáveis e kit de evacuação com baterias novas para rádios e lanternas, luvas cirúrgicas, velas, fósforos, sacos impermeáveis e itens de primeiros-socorros.

Em caso do teto voar, a recomendação é para permanecerem dentro de casa, pois apesar de se molharem é muito mais seguro do que tentar sair na tempestade.

Todos os portos já estão fechados, a maioria dos aeroportos idem, assim como boa parte do comércio e todas as escolas, que não funcionarão mais esta semana.

O mundo como o conhecemos já era. O planeta está sofrendo profundas transformações e a faxina começou. Àqueles cujo únicos valores são o dinheiro, o consumo pelo consumo e os bens materiais está mais do que na hora de repensarem seus valores, caso contrário, em breve estarão sem nada.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sunshine Cup - A Day to Raise Hope and Money for QLD and Rio

Estudo mostra que 39.3% das boas ideias nascem no bar, 31.1% no banheiro, 12.4% na cozinha, 4.2% no alto da montanha, 3.6% com o pé na areia e 0.81% naqueles lugares que costumamos chamar de escritório. Brancos e indecisos correspondem ao que falta para completar 100%.



Com a Sunshine Cup - A Day to Raise Hope and Money for QLD and Rio não foi diferente. Em um domingo qualquer de Sydney, há poucas semanas, estava com os amigos Gel Freire, presidente dos Canarinhos, e Nélio Borges, ex-jogador de futebol profissional - o homem, a lenda -, conversando sobre o de sempre, quando o assunto partiu para Queensland e Rio de Janeiro.

Era o auge da desgraça nos dois estados e começamos a pensar o que poderíamos fazer para ajudar. Em Queensland, bastava uma ligação ou transferência, e o dinheiro já estava na conta. No Rio, era mais complicado, pois naquele momento alimentos e produtos de higiene eram muito mais urgentes do que qualquer quantia, e a distância nos impossibilitava de fazer qualquer doação.

Como estávamos no glorioso Charing Cross, fomos inspirados pela graça do pub (e por jarras e mais jarras de Carlton/Tooheys), e ali nasceu a ideia dos Canarinhos organizarem um campeonato nos moldes da Les Murray Cup, sucesso absoluto no final do ano passado com times de 7 jogadores e partidas de 2 tempos de 20 minutos, mas com algumas peculiaridades.

A primeira: cobertos os custos do Sydney Brazilian Social Club, os Canarinhos, metade do lucro vai para as vítimas de Queensland, metade para as vítimas do Rio de Janeiro. Ponto!

Serão 12 times, sendo que cada um representará uma região atingida e deverá ser adquirido por um patrocinador. Ou seja, a empresa compra a cota de $250 e, após sorteio, terá algo como Academies Australasia/Nova Friburgo, Soccer Brasil/Toowoomba, Bradesco/Rio de Janeiro e Coca-Cola/Brisbane.

Se não deseja ter um time no torneio, mas quer ajudar a viabilizá-lo entrando como patrocinador/doador, a cota é $350.

Por ora, 8 empresas já adquiriram seus times, restando apenas 4 vagas. Portanto, se você tem interesse em participar e, principalmente, ajudar, entre em contato com o Rodrigo Faria através do telefone 0410 272 714. A data do torneio é 27 de março. Participem!

Depois da tempestade, vem a bonança. Mas no meio tempo, tem muito trabalho. Segue canção para inspirar!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Queensland e Rio de Janeiro - Lições para o Brasil

Se tem algo que muitas vezes atrapalha na vida é a expectativa. Quem nunca foi assistir a um filme com uma expectativa tão alta que, mesmo tendo sido bom, saiu decepcionado, já que esperava mais? O mesmo acontece em um show, uma partida de futebol, uma festa, um encontro, enfim, quanto maior a expectativa, maior a chance de frustração. Mas ela também pode ser uma boa aliada.

Há dois verões, quando o estado de Victoria, sul da Austrália, se tornou um verdadeiro inferno com incêndios se espalhando por várias cidades e deixando 173 mortos e 414 feridos, os maiores índices já registrados nos chamados bushfires por aqui, o país aprendeu algumas importantes lições, entre elas que a natureza é imensuravelmente maior e mais poderosa do que os seres humanos. Portanto, é preciso:

1. Respeitá-la.
2. Na medida do possível, tentar entendê-la.
3. Estar sempre preparado para o pior.

No verão passado, o estado esteve em alerta máximo durante toda a temporada, a população recebeu cartilha sobre tudo o que precisava saber sobre os incêndios, como proceder etc e, felizmente, a natureza não foi tão cruel.

No final de novembro de 2010, em algumas regiões do estado de Queensland, norte da Austrália, a população recebeu via SMS alerta dizendo que o verão poderia ser um dos mais chuvosos dos últimos anos.

Conforme dezembro avançou, a certeza de que a estação traria muitos problemas crescia na mesma medida em que o governo, especialmente o estadual, começava a se mobilizar. Na noite de Natal, quando choveu torrencialmente e a água subiu em algumas áreas, medidas já haviam sido tomadas e, mais importante, o alerta da natureza foi rapidamente compreendido. Queensland se preparou para o pior.

Não preciso dizer como foram os dias seguintes, pois o mundo inteiro viu, mas o simples fato de ter uma área maior do que a França e a Alemanha juntas debaixo d'água e somente 20 pessoas mortas, é fruto de um esforço político astronomicamente grande. Sempre aguardando pelo pior, todas as esferas do governo trabalharam juntas com o mais calamitoso dos cenários, e como resultado pouparam dezenas ou centenas de vidas através das evacuações, orientando, auxiliando no preparo para enfrentar as enxurradas, na mobilização para doação, na liberação emergencial de verbas e no próprio salvamento. Agora, 12 mil voluntários estão em Queensland ajudando na limpeza por livre e espontânea vontade, enquanto o governo se prepara para reconstruir as cidades afetadas.

O espírito de solidariedade demonstrado pelo povo australiano tem sido fantástico e certamente o brasileiro possui o mesmo. Sei também que são duas tragédias diferentes, ocorridas em espaços geográficos totalmente diferentes e em períodos de tempo diferentes. E é por isso que a tristeza e a revolta com o ocorrido no Brasil é enorme, pois se na Austrália o governo cumpriu seu papel salvando muitas vidas, no Brasil já se foram mais de 644 pessoas e a grande maioria vítima do descaso e da imcompetência de gerações de políticos que deixaram o país crescer de forma tão desordenada e precária, além do total despreparo para antever e lidar com esse tipo de situação.

Em Areal, no Rio de Janeiro, apesar de quase 1/10 dos 10 mil habitantes estar desabrigado, ninguém morreu. Motivo? Dias antes da tragédia, o prefeito Laerte Calil saiu pelas ruas no carro de uma rádio comunitária alertando os moradores das áreas próximas a rios que evacuassem a cidade. Talvez, se mandasse mensagem de SMS como fez o governo de Queensland, muita gente não receberia ou não entenderia, mas ele deu um jeito de avisá-los e salvou muitas vidas, cumprindo seu papel de homem público. Já os Alckmins e Kassabs da vida, que não estão em seus primeiros mandatos, nada fizeram e no dia seguinte dos alagamentos de São Paulo ainda culparam a chuva. Os dois e toda a classe política do Brasil têm muitas lições para aprender com os episódios do Rio e de Queensland. Mas será que querem?

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Update em Queensland

Em 1974, Brisbane sofreu inundação parecida. Esta caminha para ser pior e se igualar a de 1893, a pior já registrada.

Neste exato momento, 75% do estado de Queensland está inundado, 12 pessoas morreram e mais de 51 estão desaparecidas.

Ontem de manhã, a amiga Mirella, que mora na Gold Coast e trabalha na parte central de Brisbane, foi dispensada do trabalho por volta das 11h30, assim como boa parte da cidade. No início da tarde, o centro já estava totalmente evacuado. Hoje, Mirella nem foi trabalhar. Na Gold Coast, onde vivem muitos brasileiros, a situação é normal.

Sammy, amiga que também mora em Brisbane, próxima de um riacho, em uma casa de dois andares, ontem foi orientada a levar todos os eletrodomésticos para cima e permanecer lá. As pessoas que também moram próximas de riacho, mas em casas de um andar, tiveram que evacuar a residência. Sammy é natural de Toowoomba, a cidade devastada anteontem que vocês provavelmente viram na televisão, com a água levando absolutamente tudo (post anterior). A mãe de Sammy, por sorte, estava na casa de praia, na Gold, já duas amigas perderam suas casas.

Hoje, desde às 8h30 (horário local), foi cortada a energia elétrica de boa parte de Brisbane, interrompendo o fornecimento para mais de 100 mil pessoas. A energia será ligada aos poucos, dependendo da situação.

Amanhã, quinta-feira, deverá ser o auge do desastre em Brisbane, mas parece que a El Niña, a grande responsável por tudo, continuará atormentando o estado até o inverno, sendo que em geral ela influi de maneira não tão pesada somente até o outono.

Abaixo, George Negus, jornalista que realmente admiro, e cresceu em Brisbane.




Disaster Recovery Hotline: 1800 173 349
State Emergency Service: 132 500
Para doar, cique AQUI!

domingo, 27 de setembro de 2009

Update esportivo

Este post é dedicado aos brasileiros recém-chegados na Austrália.

Neste final de semana, tivemos três grandes decisões de rugby, envolvendo dois tipos diferentes de rugby, que resultaram em um grande campeão.



Para que os recém-chegados não fiquem igual a mulher que não gosta de futebol em época de Copa do Mundo, ou seja, perguntando quem é o número 9 da seleção brasileira, e porque os jogadores usam as mãos para cobrar lateral e o pé quando o lateral é na "quina" do campo, segue uma geral no que aconteceu neste final de semana. E-que-final-de-semana!

Sexta à noite tivemos um derby: Parramatta Eels x Bulldogs. Parramatta é um subúrbio da área metropolitana de Sydney, uma espécie de São Bernardo do Campo em relação à São Paulo. E os Bulldogs são de Sydney.



O jogo foi válido pela semifinal do Rugby League, um dos 3 tipos de rugby mais populares na Austrália, o preferido nos estados de News South Wales e Queensland.

A exemplo do que aconteceu com o Santos no Brasileirão de 2002, quando ainda era no sistema de mata-mata, o Parramatta entrou no play-off por último, ou seja, em oitavo lugar, e de cara enfrentou o primeiro colocado. Desbancou o favorito! E na sexta venceu os Bulldogs - que fizeram a segunda melhor campanha - por 22 a 12. Partidaça!



Destaque para o fullback dos Eels Jarryd Hayne, 21 anos (foto acima). Rápido, habilidoso e do tipo que chama os adversários para o drible, ele lembra um pouco o Robinho naquele mesmo ano de 2002, quando a então promessa decidiu o campeonato para o Santos dando show (pena que ficou na promessa).

Com a vitória, os Eels garantiram presença na grande final que acontecerá no próximo domingo, no ANZ Stadium, o estádio olímpico de Sydney, contra o Melbourne Storm.



Eu não gostaria de enfrentar um time chamado Storm na semana seguinte à passagem de duas dust storm. Principalmente porque eles têm Billy Slater, na minha humilde (põe humilde nisso) opinião de sul-americano, o melhor jogador das finais até o momento.

O cara está simplesmente arrasador, tanto na defesa quanto no ataque, e, sem trocadilhos infames, não só faz chover como já provocou tempestade, ao marcar 4 dos 7 tries do Melboune na exibição de gala da semana passada, quando abriram as finais humilhando o Manly Sea Eagles por 40 a 12.



Ontem à noite, na semifinal contra o Brisbane Broncos, Slater (foto acima) conduziu o Melbourne a uma tranquila vitória por 40 a 10, e desembarcará em Sydney como favorito na decisão.

Torcerei para os Eels, apostarei nos Eels (10 doletas, só pra brincar - tchu-tchin), mas acho que vai dar Storm.

E ontem à tarde, em Melbourne, aconteceu a grande decisão do AFL, o rugby mais popular do estado de Victoria. Num jogo emocionante decidido somente nos minutos finais, o Geelong Cats, que esteve atrás do placar no final dos 3 primeiros quartos, cresceu na hora certa, pressionou e conquistou o título ao vencer o St Kilda Saints por 80 a 68.



Essa foi a terceira decisão de AFL que vi desde que cheguei na Austrália, e os Cats disputaram as três. Venceram em 2007 e 09, perderam em 08. Quase o mesmo aconteceu com o Melbourne Storm. Eles ganharam em 2007, perderam em 06 e 08 e, no próximo domingo, só Deus sabe o que vai acontecer.

Que vença o melh... (ops, que vença o Eels, já que colocarei 10 doletas neles - tchu-tchin)!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Bad news!

Não quero ser chato, pessimista ou alarmista, mas pelo que tudo indica, uma nova tempestade de poeira está a caminho.



Vinda diretamente do Outback, da parte localizada em South Australia, neste exato momento a caravana da asma está novamente tumultuando a vida dos moradores de Broken Hill - NSW (onde foi filmado o vídeo do post anteior). O aeroporto, por exemplo, já foi fechado.

Segundo os metereologistas, a exemplo da última quarta-feira, o dust storm deve passar por cidades nos estados de New South Wales e Queensland.

Não sei se é coincidência ou se é psicológico, mas o fato é que agora, 16h44, meu nariz está começando a me irritar. Como acabei de dar um tapinha na casa pra receber os gêmeos mais sensacionais da Oceania, talvez seja isso. Espero!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Quer brincar? Vai no Playcenter!

Ainda sobre o dust storm que rolou ontem em Sydney...

No final do meu texto, postei um videozinho filmado da minha casa. Piada! Brincadeirinha de criança! Vejam este abaixo, que impressionante!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O dia em que Sydney amanheceu alaranjada



Depois do "Dia em que Sydney parou", neste exato momento temos o "Dia em que Sydney amanheceu alaranjada - e sem exergar absolutamente nada".

Nunca vi nada igual. No melhor estilo Outback (o deserto, não o restaurante), após chuvas torrenciais e tempestades na noite passada, estamos assim desde às 4h30. O sol, dizem que deu o ar de sua imensa e calorosa graça às 5h45, mas, por ora, ninguém o viu.





As fotos foram tiradas um pouco depois das 6 da manhã da sacada do Château Elle Macpherson, o apartamento onde moro, e só agora, quase 7 horas, ouvi os primeiros pássaros (mas eles já se calaram novamente). As chapas ensolaradas, claro, são de dias normais, sem invasões alienígenas.

Na verdade, o que temos é uma tempestade de poeira que resultou neste fenômeno (batizaremos de Dia Nacional da Asma). Consequentemente, a cidade está um caos, os vôos atrasados nos aeroportos, as ferries fechadas, os pássaros mudos, a deusa loira do carro verde conversível ainda não foi trabalhar e eu estou aqui atualizando o blog, em vez de dormindo.

Mas tudo em nome do jornalismo laranja!





E como estou num momento musical do blog, quero tranquilizá-los com as sábias palavras de um ex-ministro:

Não é Natal / Nem ano bom / Nem um sinal no céu / Nenhum armagedom / Nenhuma data especial / Nenhum ET brincando aqui / No meu quintal




O vídeo está um pouco trêmulo, pois estamos falando de 6 horas de uma manhã com tempestade de poeira, após noite de drinks no Château.