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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Mensagem de Natal

Viver na Austrália é fantástico, mas quando chega o Natal é complicado. Exceto para os brasileiros que conseguem dar um pulo no Brasil, para todos os outros sempre tem um fundo de tristeza.

Não interessa que vivemos num dos melhores lugares do mundo, que os Eastern Suburbs e as Northern Beaches, onde concentram a grande maioria dos brasileiros de Sydney, se não são o paraíso, na relação beleza/qualidade de vida provavelmente estão mais próximos do que qualquer outro lugar do planeta.

Eu mesmo nem posso reclamar, pois tradicionalmente, na véspera do Natal, passo numa bela casa com dois amigos que conheço há quase 20 anos, e outros que se tornaram grandes amigos, e no dia 25 passo com a minha irmã, Paloma, meu cunhado, meus sobrinhos e a família croata do cunhado, o que significa old-fashioned Christmas em estado bruto aliado com um pouco do aussie style. Ou seja, é um pouco do sabor das antigas com a troca cultural que vivemos aqui.

De verdade, não posso reclamar, mas isso não significa que não sinto tristeza por não estar com o meu pai, minha mãe, minha avó, meus irmãos, primos, primas, tios, tias, sobrinhos e sobrinha que acabou de chegar, cunhados, cunhadas e mais amigos. Mas, claro, a Austrália não é mais uma colônia penal, e eu escolhi estar aqui, ninguém me mandou.

Importante: se a minha mãe está lendo esse post, estamos falando de lágrimas. Portanto, frase que postei ontem no Facebook para dar uma descontraída:

E ainda me cobram para ser pai! Minha ex-flatmate esqueceu um simpático cacto em casa e pediu para eu cuidar. Resultado: perdemos o cacto. Sim, a planta que sobrevive no deserto morreu. Ass: Uncle Pablo

Voltando ao Natal. Ontem fiquei sabendo que os pais do Leandro chegaram em Sydney. E também ontem vimos que se o dinheiro não compra o sistema, compra um bom advogado para se aproveitar das falhas do sistema. Estou falando do caso da Suellen (post anterior).

Sinto tristeza sim por não estar com toda a família, mas não tenho nenhum direito de ficar triste. Desde 2001, quando conheci a música do compositor Vince Guaraldi, essa tem sido a trilha do meu Natal. O cara é um jazzista que compôs vários temas para o desenho do Snoopy. Esqueçam as imagens abaixo, mas ouçam a música. Este é o meu Feliz Natal a todos os brasileiros que acompanharam o blog ao longo deste ano, e uma homenagem à Dona Solange, ao Leandro e suas respectivas famílias.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Caso Suellen - Culpado (pero no mucho)

Agora a pouco, no Downing Centre Local Court, em Sydney, o neurocirurgião Suresh Surendranath Nair, acusado de assassinar a brasileira Suellen Domingues Zaupa, em novembro do ano passado, e de ter matado involuntariamente Victoria McIntyre, em fevereiro de 2009, declarou-se culpado. Porém, não dessas acusações.

Suresh Surendranath se declarou culpado de homicídio involuntário no caso da Suellen (livrando-se da acusação de assassinato) e de fornecer cocaína para Victoria McIntyre (livrando-se da acusação de homicídio involuntário). Além disso, também admitiu ter fornecido cocaína para duas garotas de programa em janeiro deste ano, quando estava solto mediante pagamento de fiança.

A côrte aceitou todas as declarações, rejeitou pedido de fiança e marcou nova sessão para 4 de fevereiro de 2011, na NSW District Court, quando anunciará a sentença.

Ou seja: vendo que o cliente seria condenado de qualquer maneira, os advogados seguiram pelo caminho que resultará na pena mais leve.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Suellen Domingues - Revoltante

Há pouco mais de um ano, publiquei post no blog sobre a Sullen Domingues, brasileira que conheci na escola cerca de um mês antes de morrer no apartamento do neurocirurgião Suresh Surendranath Nair.

Segundo o médico que fez a autópsia no corpo, foi encontrado nível letal de cocaína no organismo da estudante. Porém, no período entre os primeiros sinais que estava perdendo a consciência e a deterioração, o neurocirurgião teve, pelo menos, 20 minutos para tentar salvá-la.

Não o fez porque, segundo as informações que estão surgindo da Downing Centre Local Court, em Sydney, onde o caso está em andamento, o homem consumia e oferecia quantidades cavalares de cocaína, não somente para Suellen, mas para algumas garotas de programa que foram chamadas após a morte.

Sim, Suellen morreu em 19 de novembro. Na madrugada do dia 20, pelo menos três prostitutas foram chamadas ao apartamento, e de lá eles foram para um hotel. O corpo foi achado no dia 21.

Em fevereiro do ano passado, Victoria McIntyre também morreu no mesmo apartamento e pela mesma causa: overdose de cocaína. Neste caso, três ou quatro garotas de programa foram enviadas por uma agência.

Desde que o caso voltou a mídia no início desta semana, tenho recebido emails de amigos brasileiros indignados com a imprensa australiana. E eles têm toda razão, uma vez que, desde o ano passado, quando foi achada morta, os textos referem-se a ela como prostituta.

Apesar de evidências, em nenhum momento foi compravado que a gaúcha era garota de programa. Porém, a grande imprensa, essa dos veículos "oficiais" de comunicação que felizmente estão perdendo cada vez mais força e espaço com a revolução tecnológica que estamos vivendo, presumiram que ela era prostituta e ponto. O que é um total desrespeito não só com a memória dela, mas com Dona Solange, a mãe, toda a família, amigos e até mesmo com a mulher brasileira.

Se o mesmo tivesse acontecido com uma australiana e não com uma estrangeira cuja família está do outro lado do mundo, será que também a chamariam de prostituta sem antes procurar saber se de fato era?

De coração, espero que os órgãos oficiais do Brasil estejam dando todo suporte à família, ou pelo menos acompanhando o caso, já que os familiares têm todo o direito de saber o que está acontecendo através de fontes oficiais e não somente de jornais escritos em inglês e via internet.

E, indo um pouco além, será que o governo brasileiro não poderia entrar com uma ação contra esses veículos que a estão difamando? Se fosse a filha de um distinto deputado, senador ou ministro, permitiriam que a chamassem de prostituta ou o Itamaraty já teria sido acionado?

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Suellen Domingues



Conheci Suellen Domingues Zaupa há pouco mais de um mês, na sala de computador número 2 da SBTA (The Sydney Business and Travel Academy), onde estudo.

Fomos apresentados por uma amiga em comum, e ela foi bem simpática. Eu, como sempre, entreguei um exemplar da Radar Magazine. Ela, engraçada, contou a sua descendência familiar para o professor, que se espantou com tantas nacionalidades.

Para ajudá-la, também contei a minha e expliquei que no Brasil é comum termos tantos países no sangue por conta das diversas ondas migratórias, e que o australiano, daqui há algumas gerações, terá o mesmo.

Nos despedimos e nunca mais a vi.

Sábado, num jantar, uma amiga comentou que uma brasileira havia morrido em Sydney há alguns dias. Quando ela ia dar mais detalhes, outros convidados chegaram e esquecemos.

Ontem, os jornais trouxeram o assunto à tona, li o nome, mas não o liguei à pessoa, somente ao comentário de sábado.

Mas hoje cedo, na escola, ao encontrar a amiga que havia nos apresentado, tomei um choque quando ela disse que era a própria.

O corpo de Suellen, gaúcha de 22 anos, foi encontrado no sábado, 21 de novembro, no apartamento de um cirurgião, em Sydney. Mas ela já estava morta desde quinta-feira, dia 19. Em fevereiro, outra moça foi achada sem vida no apartamento do cirurgião.

A imprensa tem especulado várias coisas, mas eu não entrarei no assunto. Só achei que deveria registrar no blog e dizer que, antes de saírem falando e escrevendo o que quiserem, sem ter 100% de certeza, como estão fazendo, lembrem-se que há um pai viajando do Brasil para a Austrália para reencontrar a filha morta, e que há uma família e amigos sofrendo do outro lado do mundo.