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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Uruguai campeão!


A defesa é uma muralha, o meio de campo pegador e na frente estão dois dos atacantes mais talentosos do mundo. O time joga sério do primeiro ao último segundo, tem fome de bola e um amor pelo uniforme que é raro no esporte moderno. Já do lado de fora, um técnico discreto e avesso a badalação que não passa o jogo esperneando para as câmeras.


Jogando num esquema tático que resulta em pelo menos dois jogadores em cada bola, hoje o Uruguai é a melhor seleção da América do Sul. E não somente porque conquistou com todos os méritos a Copa América e foi o quarto colocado da última Copa do Mundo, mas por ser a equipe mais equilibrada e aguerrida (leia-se com cojones de sobra) do continente, que ainda conta com craques que de fato decidem.


A lição para o Brasil é um clichezaço, mas é a mais pura verdade. Na África do Sul, Espanha e Holanda, que nunca haviam ganho um Mundial, fizeram a final, com Alemanha e Uruguai vindo atrás. Agora, além de Uruguai e Paraguai, também ficaram entre os quatro primeiros Perú e Venezuela. Ou seja, a geografia do futebol está mudando, o que significa que nome e camisa não ganham mais jogo. Podem pesar, mas não garantem os três pontos.


Se essa nova geração que está mais preocupada com o corte de cabelo não abrir o olho, a chance de um novo Maracnazzo em 2014 é do tamanho do Maracanã.


Parabéns, Celeste, com direito a um legítimo assado uruguayo do pai com um Tannazão da Don Pascual!

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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Bizarrice futebolística

Incrível como, independentemente de ser os Socceroos ou as Matildes, certas bizarrices só acontecem com o futebol australiano.


Esta aconteceu ontem à noite, na Alemanha, em partida válida pela Copa do Mundo Feminino, entre Austrália e Guiné Equatorial. As Matildas venceram por 3 a 2, seguem vivas e, por sorte, não dependeram deste escandaloso pênalti não marcado para ganhar.

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sábado, 21 de maio de 2011

Copa do Mundo de 2022 na Austrália?

Até a Georgia e o Patrick, meus sobrinhos aussie-leiro-uru-croatos de dois anos e sete meses que acreditam em Papai Noel, no Coelhinho da Páscoa e no Channel Nine sabiam que a escolha do Catar para sediar a Copa do Mundo de 2022 tinha algo errado. Na verdade, tudo errado!

O Patrick comentara: Uncle Pabu, poo, poo. Enquanto a Georgia confidenciou: Uncle Plabo, totô, totô.


Semanas antes da FIFA anunciar os países que sediariam as Copas de 2018 e 2022, em dezembro do ano passado, três oficiais da entidade foram suspensos acusados de terem vendido seus votos. Às vésperas do anúncio, outros três distintos presidentes de confederações também foram denunciados. Mesmo assim, a cerimônia ocorreu normalmente e Rússia e Catar faturaram, repectivamente, o pepino (ops, o direito) de receber o Mundial em 2018 e 2022.

Nas últimas semanas, o escândalo veio à tona e foi parar no parlamento britânico, onde evidências sobre a compra de votos poderão ser mostradas nos próximos dias. Se isso acontecer, Joseph Blatter, o presidente da FIFA, confirmou que haverá novo processo para escolher a sede de 2022.

E a Austrália, que saiu totalmente frustrada da marmelada de dezembro com apenas um voto, já considera concorrer novamente, conforme afirmou ontem à noite o ministro dos esportes Mark Arbib.



Poucos países no mundo possuem infra-estrutura tão boa e situações econômica e política tão estáveis para sediar uma Copa como a Austrália. Claro, é necessário fazer investimentos, injetar dinheiro em transporte, nos estádios etc, mas a coisa aqui está muito mais avançada do que, por exemplo, o Brasil, que sediará em exatos 3 anos e ainda nem sabe onde será a partida de abertura.

E para boa parte da imprensa australiana, que é contra o futebol, e para os ogros de plantão que trabalham contra o football por aqui, let the game come!

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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Entrevista Les Murray

Entrevista publicada na edição 15 (março/2011) da Radar Magazine.

“Garrincha é a alma do futebol”

A frase é do homem que é a cara e a voz do futebol na Austrália, Les Murray, apresentador e comentarista com sete Copas do Mundo na bagagem e três décadas de SBS Television. Nascido na Hungria e vivendo na Austrália desde 1957, Murray fala sobre o futebol no país, faz revelações e não tem dúvida de quem foi o melhor entre Pelé e Maradona.

Na Copa de 2010, os dois principais jogadores da Austrália foram expulsos nos dois primeiros jogos. Se eles estivessem vestindo a camisa do Brasil, da Argentina ou da Itália, a decisão do árbitro teria sido a mesma?
Não sei. A expulsão do Tim Cahill foi boba e a do Harry Kewell foi falta de sorte, pois para ser marcado mão na bola é preciso ter a intenção, não pode ser acidental, e além disso ele estava com o braço junto ao corpo. Portanto, é questionável. Mas não é possível perder Cahill e Kewell nos dois primeiros jogos e sobreviver.

Além das expulsões, quais foram os principais erros da Austrália no Mundial?
Más decisões do técnico Pim Verbeeck no primeiro jogo (contra a Alemanha). Pim Verbeeck não entendeu a mentalidade australiana, que é muito diferente da europeia, por exemplo. Você não pode falar para um jogador australiano que ele não é bom o suficiente para vencer a Alemanha, pois ele acredita que pode. Você tira a força mental dele. Gus Hiddink, o técnico anterior, compreendeu isso e foi pra cima do Brasil na Copa de 2006. Tudo bem, a Austrália perdeu por 2 a 0, mas dominou a maior parte do jogo. Eles não eram defensivos. Já Verbeeck armou o time com dez jogadores dentro da área e eles se revoltaram no vestiário, não queriam ir para o jogo, precisou um oficial da FIFA bater na porta e avisar que era hora de ir, senão perderiam a partida. Os jogadores estavam totalmente confusos.

Qual é o estilo do futebol da Austrália e para onde deve olhar?
A Austrália é um país multicultural e isso é bom, pois você tem garotos que nascem na Austrália, crescem aqui mas são filhos de pais croatas, por exemplo, portanto, recebem influências dos dois países que, combinadas, podem ser muito fortes. O estilo australiano, de vez em quando, precisa de correções, e a melhor maneira é espelhando nos melhores da época. Por muitas décadas nós tivemos a influência britânica, mas não precisamos dela. Nós já temos a mentalidade britânica, somos fortes, durões, altos, por que precisamos da influência britânica? Não temos a técnica, nosso controle de bola é ruim, precisamos de coisas que não temos.

A audiência do futebol na Austrália, tanto na televisão quanto nos estádios, vem crescendo. Quais são as principais razões?
O interesse aumentou muito depois da Copa de 2006. Mas em 2002, quando a Austrália não disputou a Copa, 15 milhões de australianos assistiram ao Mundial. A principal razão é a globalização. Há 30 anos, não havia transmissão na tv, artigos nos jornais, nada, apenas os imigrantes seguiam. Com a globalização, nós tivemos que ficar por dentro do que o restante do mundo fazia e jogava. E os australianos, primeiramente na SBS e depois na tv paga e na internet, começaram a acompanhar o futebol assistindo o melhor do mundo através dos campeonatos inglês, espanhol, italiano e brasileiro. Eles passaram a apreciar e achar que deveriam ser bons também no futebol. Em 2005, quando a Austrália se classificou para a Copa de 2006 ao vencer o Uruguai (em Sydney, nos pênaltis), esse país simplesmente explodiu. Nunca tivemos nada parecido. Havia um sentimento de okay, somos bons no rugby, no críquete, no golf, mas quem se importa? Esse é o esporte que todo mundo realmente se interessa. Foi muito importante para os australianos terem voltado à Copa do Mundo. Agora, provavelmente se classificará para todas e o sonho passa a ser vencê-la um dia. Não será hoje, nem amanhã, mas esse deve ser o sonho.

Falando em sonho, para você, que é um entusiasta do futebol brasileiro, o que pensa sobre cobrir a Copa no “país do futebol”?
Acho que será a minha última Copa do Mundo como profissional de tv, portanto, seria um encerramento brilhante para uma carreira. É um dos meus países e culturas preferidas, seria perfeito.

O futebol na Austrália está no caminho certo?
Muitas coisas precisam ser acertadas. A principal é o desenvolvimento técnico, o que é devagar e leva tempo. O futebol organizado começa muito cedo, antes dos seis anos de idade. Os garotos são colocados em times e tratados como pequenos soldados, eles não têm o futebol de rua, onde simplesmente pegam a bola e jogam, como na América do Sul, na África e em outros lugares. O garoto é escalado de zagueiro e não lhe é permitido sair daquela posição, driblar, nada, isso é muito agressivo e essa cultura precisa mudar, começando nos subúrbios. Outra coisa, a Football Federation Australia investe muito dinheiro no futebol, mas apenas nos jogadores de elite. Se hoje cerca de um milhão de pessoas jogam futebol na Austrália, menos de mil são de elite. E o restante? E os garotos aborígenes, que não podem comprar um par de chuteiras e possuem talento nato? AFL e Rugby League pegam eles, o futebol não, e isso é um erro. Um dos meus sonhos é ver, antes de eu morrer, o primeiro jogador aborígene de futebol milionário, como Harry Kewell ou Tim Cahill.

Quem foi melhor, Pelé ou Maradona?
Pra mim, Maradona. Uma das razões é porque mal vi o Pelé jogar. Eu era muito novo e só pude vê-lo mesmo quando estava se aposentando, no Cosmos de Nova York. Não pude vê-lo no auge, jogando pelo Santos, acompanhando semanalmente. Já o Maradona assisti em quatro Mundiais e foi o melhor que vi. Outra diferença é que o Pelé sempre jogou com grandes jogadores, seja no Santos ou na Seleção Brasileira, Maradona raramente tinha bons atacantes ao lado, a maioria era fraco, e ele sempre liderava o time, era o capitão e obteve grandes conquistas sem ter os melhores ao lado.



Quem é o seu grande ídolo no futebol?
Meu grande ídolo, meu ídolo espiritual no futebol é o Mané Garrincha, que representava a verdadeira essência do futebol, o futebol de rua, aquele que ele jogou até a morte. Figura trágica, mas por isso é tão amado. Me disseram que no Brasil Pelé é admirado, enquanto Garrincha é amado. Acredito nisso. Quando estive no Rio, fui até Pau Grande, cidade onde nasceu, visitei a casa em que ele cresceu e o túmulo. Foi uma busca particular minha pela alma do futebol, e é isso o que ele significa pra mim, Garrincha é a alma do futebol.

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quinta-feira, 31 de março de 2011

Alemanha 1 x 2 Austrália - Covardia 0

Na edição da Radar Magazine que está nas ruas, entrevistei ninguém menos do que o grande Les Murray, também conhecido como Mr. Football, o homem que é a cara do futebol na Austrália. Trabalhando há 30 anos na SBS Television e com sete Copas do Mundo no currículo, perguntei a ele quais foram os principais erros da seleção australiana na Copa da África do Sul, disputada no ano passado, e ele respondeu:


Más decisões do técnico Pim Verbeeck no primeiro jogo (contra a Alemanha). Pim Verbeeck não entendeu a mentalidade australiana, que é muito diferente da europeia, por exemplo. Você não pode falar para um jogador australiano que ele não é bom o suficiente para vencer a Alemanha, pois ele acredita que pode. Você tira a força mental dele. Gus Hiddink, o técnico anterior, compreendeu isso e foi pra cima do Brasil na Copa de 2006. Tudo bem, a Austrália perdeu por 2 a 0, mas dominou a maior parte do jogo. Eles não eram defensivos. Já Verbeeck armou o time com dez jogadores dentro da área e eles se revoltaram no vestiário, não queriam ir para o jogo, precisou um oficial da FIFA bater na porta e avisar que era hora de ir, senão perderiam a partida. Os jogadores estavam totalmente confusos.

Ontem, Austrália e Alemanha se enfrentaram pela primeira vez desde o chocolate de 4 a 0 em Durban. Antes do plério, Holger Osieck, técnico da Austrália nascido na Alemanha, disse que os Socceroos entrariam em campo para vencer - postura totalmente diferente do covarde Verbeeck.


Jogando na Alemanha, os Socceroos sofreram gol de Mario Gómez (o jogador, não o ator) aos 26 minutos do primeiro tempo, empataram com um belíssimo gol de Carney aos 16 do segundo e viraram 3 minutos depois com um pênalti pessimamente batido pelo lateral Wilkshire, alcançando a primeira vitória australiana na história diante da Alemanha.

Les Murray, claro, matou a charada como poucos, enquanto Holger Osieck mostrou que está conduzindo os Socceroos no caminho certo. Com Brasil 2014 como objetivo principal, tudo o que tenho a dizer é "abaixo a covardia, vamos jogar futebol". E isso serve pra todo mundo!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ra-nal-do



O 9 vai, mas o 10 continua!

Ranaldo, ao lado de Romário, Careca, Van Basten e Hugo Mariutti, o melhor camisa 9 que vi jogar.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Top five 2010

Aproveitando que ninguém quer trabalhar e todo mundo só faz retrospectiva, também fiz a minha. O critério foi simples: os 5 grandes momentos do blog em 2010, seja em termos de audiência, de satisfação pelo trabalho, ou ambos. Para ser justo, separei cronologicamente.

No iníico de 2010, fui pela primeira vez à Melbourne. E amei aquela cidade. Fui com três amigos e quebramos absolutamente tudo. O ponto alto, claro, foi o jantar que o Alex Atala fez no restaurante do Jacques Raymon, durante o Melbourne Food and Wine Festival. Além disso, meses antes tive a oportunidade de entrevistá-lo para a Radar Magazine. A conclusão foi uma só: Alex Atala é o cara! Leiam aqui a entrevista e sobre o jantar.

Em maio, fui convidado pela Beatriz Wagner, produtora executiva da Rádio SBS em português, para ser comentarista dos jogos do Brasil durante a Copa da África do Sul. Esse foi o meu primeiro Mundial e simplesmente amei. Não só trabalhar na transmissão da Copa, mas fazer rádio. Bia, Raphas, Miltão, Lloyd e toda equipe, muito obrigado! Leiam aqui entrevista que fiz com um produtor de vinho português na véspera de Brasil x Portugal. Eno-vuvuzela em estado bruto!

Falando em vinho, em junho, eu e a minha eno-parceira Izabella Rodrigues lançamos o I Guia de Vinho para o brasileiro tomar no inverno australiano. A ideia era simples: vinhos de até $25 encontrados facilmente na Austrália. O Guia foi sucesso total e ano que vem tem mais!

Em julho, realizamos uma exposição de fotos no blog com o tema Inverno em Sydney que foi muito bacana. Convidei 4 fotógrafos e publicamos 25 chapas, 5 cada (eu também particpei), e o resultado pode ser visto aqui. Desta exposição surgiu a Primavera na Austrália, ideia mais abrangente que resultou em cerca de 60 trabalhos entre fotos, vídeos, quadros, música, escultura etc etc etc. A coisa ficou tão grande que adiamos para o final do ano, depois para janeiro e agora mais uma vez para abril ou maio. Difícil, mas sairá. E o evento já tomou forma e agora atende pelo nome de Octopus Garden (saiba mais aqui). A todos vocês que enviaram trabalho, muito obrigado. Em 2011 trago mais informações.

Agora em novembro, recebi a grande notícia de que Os Mutantes, a maior banda de rock da história do Brasil, vem para a Austrália. E com isso terei a oportunidade de rever o amigo Dinho Leme, baterista da formação clássica que vem com Sergio Dias e companhia. Obviamente irei não apenas em Sydney, como também em Melbourne, a minha Melba, onde eles também tocarão. Para saber tudo sobre a vinda dos Mutantes e a minha passagem com eles, clique aqui.

Não posso deixar de fazer uma menção honrosa ao nosso saudoso Geleia e ao fotógrafo Guilherme Infante. Fizemos um trabalho que gerou certa polêmica por aqui, mas no meu ponto de vista - sem falsa modéstia - ficou sensacional. Segue aqui a entrevista com o Geleia e o ensaio fotográfico.

A todos você que acompanharam o blog, apareceram no blog, divulgaram o blog, comentaram no blog, seguem o blog, se informaram no blog, riram no blog e choraram no blog (esse é pra minha mãe), muito obrigado. Ano que vem tem muito mais!

Tenham uma excelente noite hoje e que em 2011 vocês realizem tudo o que desejam.

Feliz 2011!!!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

I Les Murray Cup

A verdade é uma só: o australiano médio, aquele tomador de VB em RSL, está pouco se lixando para o futebol (ou soccer, como ainda chamam por aqui).

Independentemente do que rola na Fifa, o que mais contou contra a candidatura australiana foi o desinteresse da população em ver o país sediando a competição, e a oposição interna de diversos setores, incluindo meios de comunicação e entidades esportivas como NRL e, principalmente, AFL.

Afinal, eles sabem do perigo que o futebol representa para as diferentes ligas de rugby, para o Australian Football, cricket etc, pois uma vez que pegar, vai estourar e ficar pra sempre. Mas, por ora, o soccer não passa de esporte de imigrante e wog (filho de imigrante nascido na Austrália).



A única emissora que realmente apoia o futebol no país é a SBS, que transmite alguns jogos internacionais ao vivo, possui programas especializados, abre espaço em seus noticiários e, acima de tudo, transmite a Copa do Mundo desde 1986 (só não mostra mais porque a Fox Sports compra tudo e o governo não protege a transmissão em tv aberta de futebol como de outros esportes nacionais). E ninguém simboliza melhor o futebol na emissora e na própria Austrália do que o lendário Les Murray, australiano nascido na Hungria apaixonado pelo esporte que esteve presente na transmissão de todas as Copas exibidas pela SBS.

Com esse perfil e trabalhando há décadas na única emissora realmente multicultural do país, não é de se estranhar que o cara é um entusiasta do futebol brasileiro e, infelizmente, vascaíno. Mas tem explicação. E matemática!



Les Murray está para o futebol australiano assim como os Canarinhos estão para o futebol brasileiro em Sydney. Ou seja, pensou em jogar uma pelada com brasileiros na cidade, o primeiro pensamento que vem à cabeça é o Sydney Brazilian Social Club, o popular Canarinhos, que desde 1972 joga religiosamente todo santo domingo, sendo que há pelo menos 20 anos no campo 7 do Centennial Park, oficialmente batizado de Brazilian Fields.

Pois bem, há tempos Les Murray é, digamos, patrono dos Canários, não em termos financeiros, mas no sentido de apoiar e dar força ao clube, já que o nome do homem pesa. Em 2004, por exemplo, juntamente com o atual presidente, Gel Freire, e o grande Dinamite, o maior artilheiro do Centennial Park caso o gol fosse 2 metros mais alto, Murray esteve no Brasil e acabou se convertendo ao time de São Januário.

E agora, para homenageá-lo e retribuir o apoio, os Canários criaram a I Les Murray Cup, competição que acontece neste domingo, no... Centennial Park, a partir das 9h30. A copa será disputada por 12 times formados por jogadores de diferentes nacionalidades e localidades. Serão 13 partidas no total, incluindo a grande final. Além do futebol, claro, vai rolar muita festa nos arredores, com participação especial do próprio Les Murray, que fará o discurso de abertura. Entrada grátis!



E para celebrar a primeira edição, às 17h, todos seguem para o Selina's, no Coogee Bay Hotel, onde rola mais uma edição do Beach Samba, festa da Baluart com batucada de esquenta e Samba Groove até às 22h. A entrada é grátis até às 19h - tanto pra mulher quanto pra homem. Depois é $10.



Enfim, se o australiano não gosta de futebol, o problema é dele. Nós gostamos! Se a Rússia e o Catar tem quantidades intercontinentais de petro-dólares, bom para a Fifa. Por aqui, um viva ao Les Murray e aos Canários (clique aqui para ler a história dos Canarinhos na íntegra)!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Abuka, Vote for Mary e Vote for Australia

Enquanto aguardo o anúncio da Fifa sobre o país que sediará a Copa do Mundo de 2022, o que resultará em post com Les Murray Cup, samba, futebol e cia, vamos ao que rola hoje à noite, na música, e já estendendo para o sabadão.

Daqui a pouco, das 20h às 22h, o Abuka Duo se apresenta no Hugos Lounge, em evento especial de Natal. O lance é aquele de sempre, música de boa qualidade, pizza + taça de vinho por $10, mulher saindo pelo ladrão e, como é dezembro, deixem os seus presentes na árvore de Natal da casa, que depois serão distribuídos para as crianças assistidas pela instituição de caridade Bernardos (não, não é do nosso Bernardo Daudt).

No sábado, o Vote For Mary de Laura, Manduka, Júlio e Mark abrirá o show da lendária banda australiana Ganggajang, no Coogee Diggers. Formada em 1984, o Ganggajang é o autor do clássico local Sounds Of Then (This is Australia) e já esteve no Brasil três vezes. O show começa às 20h30 e os ingressos estarão à venda na porta.

Bem, sabendo da dificuldade que será para a Austrália ganhar o bid da Fifa e que os 22 oficiais com direito a voto são senhores ricos e poderosos na faixa dos 60 anos, segue o meu lobby particular.

Com voês, Elle Macpherson, integrante do comitê australiano que ontem deu um show durante a apresentação na sede da entidade!











terça-feira, 30 de novembro de 2010

A Deusa, a FIFA e a nota de $18

Enquanto uma penca de músicos, atores e celebridades como Oprah Winfrey, Jack Johnson, Rob Schneider, Bon Jovi, Axl Rose, Bob Geldorf e John Malcovitch desembarca por aqui nas próximas semanas, Elle Macpherson, modelo e deusa, faz o caminho inverso e segue para a Suíça, onde integrará o quarteto que vai defender, durante 30 minutos, a Austrália como país sede da Copa do Mundo de 2022.

A apresentação acontece na quarta-feira (meia-noite de quinta aqui) e a cerimônia na quinta (1h55 de sexta - transmissão ao vivo na SBS), quando anunciarão os países que sediarão os Mundiais de 2018 e 2022. Independentemente dos ganhadores, a credibilidade das escolhas será a mesma de uma nota de 18 dólares australianos (que equivale àquela nota lanranja de 16 reais).

Com todo respeito ao Papai Noel, só quem acredita no Bom Velinho para achar que a escolha de países para sediar Copas do Mundo e Olimpíadas são processos puramente técnicos e cristalinos. Em zonas que envolvem bilhões de dólares, política, muito poder e grandes tubarões do desporto nacional e internacional, sabemos que não tem virgem.

Há algumas semanas, três oficiais da FIFA (incluindo o solitário representante da Oceania) foram suspensos por possível envolvimento na venda de seus votos. Agora a pouco, a BBC exibiu na Inglaterra o tão aguardado episódio do Panorama trazendo denúncia contra outros três oficiais da entidade que, de 1989 a 1999, estariam envolvidos em um grande esquema de propina. Entre os acusados, ninguém menos do que Ricardo Teixeira, o poderoso chefão do futebol brasileiro.

Cenários como estes explicam o porquê do Brasil ter sido escolhido para sediar a Copa de 2014 e o Rio para as Olimpíadas de 2016. Claro, para o povo é maravilhoso, para a economia é fantástico, no meu caso, que sou jornalista, é uma oportunidade única mas, como todos sabem, o que vai de dinheiro pelo ralo e para outros lugares não tão inóspitos, é igualmente proporcional à popularidade do esporte.

De qualquer maneira, espero que Elle Macpherson, juntamente com o dono do Westfield e papa do futebol australiano, Frank Lowy, nossa representante da Rainha Elizabeth e Governadora-Geral, Quentin Bryce, além de celebridades como Hugh Jackman, Cathy Freeman, Ian Thorpe, Nicole Kidman e Kylie Minogue consigam bater Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos e Catar, trazendo a Copa do Mundo pela primeira vez ao terceiro continente à sua escolha.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Luto - Perdemos Paul!

É com muita tristeza que recebo a notícia de que Paul, o polvo, faleceu nesta terça-feira, na cidade de Oberhausen, na Alemanha.



O molusco, que só não fez mais sucesso na última Copa do Mundo do que a paraguaia Larissa Riquelme, aquela mesma dos seios à mostra e do telefone celular entre eles, realizou a façanha de acertar o vencedor das oito partidas em que foi acionado.

Diferentemente do nosso molusco-mor, o presidente Squid, que nunca sabe de nada, Paul não apenas sabia de absolutamente tudo, como assinava em baixo (no caso, corria em direção à bandeira do país que venceria o plério).

Muito se falou de que o finado cefalópode era vidente, que possuía poderes adivinhatórios, porém, em quatro semanas de Mundial na África do Sul, sequer foi sugerida a hipótese de que o resultado das partidas era justamente decorrente de suas poderosas investidas, e não o contrário, o que o colocaria em uma posição tão miraculosa que, ao pensar nas atuais necessidades da Santa Igreja, não me surpreenderia se Paul, o polvo, viesse a passar por um processo de canonização.

St. Paul, como poderia vir a ser conhecido, acertou o vencedor dos seguintes embates: Alemanha x Austrália, Alemanha x Sérvia, Gana x Alemanha, Alemanha x Inglaterra, Argentina x Alemanha, Alemanha x Espanha, Uruguai x Alemanha e Holanda x Espanha, o que torna, necessariamente nesta ordem: holandeses, uruguaios, alemães, argentinos, ingleses, ganeses e australianos, principais suspeitos da morte, uma vez que, num primeiro momento, envenenamento e afogamento são as causas mais prováveis.

De qualquer maneira, oito ENTER's para Paul, um para cada acerto!

ENTER
ENTER
ENTER
ENTER
ENTER
ENTER
ENTER
ENTER

segunda-feira, 12 de julho de 2010

All Whites, 1 Celeste e 23 em Fúria

Kinaaaaaaaaaa-kooo!!!



Parabéns, Nova Zelândia, a única seleção invicta na Copa do Mundo 2010 e orgulho do terceiro continente à sua escolha. Já estamos providenciando a inclusão do país na próxima edição do War.



Parabéns, Forlán, um dos 4 artilheiros da Copa com 5 gols e eleito pela FIFA o melhor jogador da competição. Quando você vier para o Tricolor, também incluiremos o Uruguai na nova edição do War.


E parabéns também à Fúria, legítima campeã mundial! Publiquei texto sobre a conquista no site da Radar Magazine, dêem uma lida. Ler>>



Após, 4 semans de maratona futebolística, finalmente a Copa do Mundo terminou. Felizmente, Copa só acontece de 4 em 4 anos, mas não seria nada mal se a próxima só acontecesse em 2015. Onde vai ser mesmo?

Kinaaaaaaaaaaaaaaaa-kooo!!!

sábado, 10 de julho de 2010

A mão de um mártir (by Gustavo Jaime)

Sei que disputa de terceiro e quarto não vale nem medalha de bronze, mas já que existe e o Uruguai está lá, vou assistir. Principalmente porque com o fim da Copa do Mundo, voltaremos ao longo e tenebroso inverno futebolístico na Austrália, que tem a sonolenta A-League como atração principal, salvo por doses de UEFA Champions League e Libertadores da América enquanto o São Paulo está vivo.

Por ora, deixo esse belíssimo texto de Gustavo Jaime, jornalista que vive em Lisboa e publica periodicamente artigos no maravilhoso 7 Cronistas Crônicos, que também traz textos sensacionais do meu amigo-irmão Rafael Cury, o Fafau, e outros cinco escribas.

Com vocês, A mão de um mártir, no caso, de Luis Suárez, o avante da Celeste.

Luís Fernando Veríssimo escreveu uma crônica magistral na segunda-feira sobre o “Se”. Fala de futebol, mas não “só” disso. Se eu fosse como o Veríssimo, também poderia compor um texto de jeito ao falar da mão salvadora de Suárez no último minuto da prorrogação contra Gana. O árbitro deu pênalti, expulsou o uruguaio e Gyan fez a bola – e a vaga nas semifinais – explodir no travessão.

A primeira coisa que pensei no justo momento dos fatos foi no que diria Nelson Rodrigues se estivesse vivo. Ele bradaria aos quatro ventos, com os olhos rútilos e os lábios trêmulos: – Suárez é um mártir! Um mártir vivo trajado de azul-bebê! Ou qualquer expressão dessa.

Já posso, inclusive, ouvi-lo na Resenha Facit (se o programa ainda existisse, claro) a comentar que quem ganha e perde as partidas é a alma. “A bola, meus amigos, é um reles, um ínfimo, um ridículo detalhe!”. Nelson voltaria-se então aos entendidos do futebol, aos idiotas da objetividade que cobram uma punição crassa e estóica para a mão celestial.

Ora essa, sábios leitores, Suárez já pagou pelo ato. Foi marcado no seu heroísmo. Merecia um busto em pleno centro de Montevidéu. Uma estátua de corpo inteiro na Avenida 18 de Julio. O camisa 9 foi excluído da partida, corre o risco de ser banido do Mundial, e ainda querem mais? Almejam a guilhotina, o enforcamento, a cadeira elétrica, a injeção letal? Suárez não utilizou o antijogo ou a malandragem, mas o amor à pátria e o comprometimento com os colegas.

Deve soar piegas, eu sei. Se o artilheiro uruguaio tivesse abdicado do que esteve às suas mãos – literalmente –, se ignorasse toda a luta individual e coletiva da equipe uruguaia, hoje, Suárez sairia à rua apenas na calada da noite. Taciturno e cabisbaixo. “Via de regra, só o heroísmo é afirmativo, é descarado. A covardia, não. A covardia acusa uma vergonha convulsiva” (Nelson Rodrigues).

Por isso, para mim, ele é um mártir. Um mártir vivo, trajado de azul-bebé. E merece uma estátua.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Kinaaaaaaaaa-kooo - 10 considerações sobre a Copa



Aproveitando o hiato vuvuzélico entre as semis e a final e o fato da Jabulani já está pronta para a grande decisão - o que nos deixa mais tranquilos -, vamos a 10 considerações/indagações que devem ser feita antes de algum capitão levantar a taça pela primeira vez:

1. Só eu e o Manduka temos nos sentido totalmente ligados às raízes africanas toda vez que o simpático nativo-mirim solta o Kinaaaaaaaaa-kooo na vinheta oficial da FIFA, ou mais alguém?

2. Como faz para tirar da cabeça os versos: "When I get older, I will be stronger / They’ll call me freedom, just like a wavin’ flag / And then it goes back / And then it goes back / And then it goes back / Ohhhhh". Passei uma hora cantando Bom chi bom chi bom bom bom e nem ela funcionou. Sugestões?

3. Seria Larissa Riquelme uma versão mais jabulânica de Veronica Castiñeira, aquela paraguaia que também andava sem roupa no início dos 1990?





4. Banco de reservas da Argentina: a maior concentração de mullets desde o fim dos anos 1980.



5. Diego Milito, que tinha vaga fácil no lugar de Higuain, seria uma mistura de Rocky Balboa com Enzo Francescoli?







6. E o princeso da Holanda, uma versão carro amarelo do Donald Trump?





7. Favorito ao título após golear Inglaterra e Argentina, Phillip Lahm, capitão da Alemanha, chora pela derrota frente à Espanha ou de saudade do irmão Juninho Pernambucano?



8. Moe, Larry ou Joe?



Acertou quem respondeu Moe!



9. Paul, o polvo, será servido: em uma paella, com hollandaise sauce ou à Mick Jagger?



10. Só faltam 4 anos e ainda não temos um estádio. Mais! Ao se entregar para a polícia hoje, o goleiro Bruno, acusado de ter matado a suposta amante, estava preocupado com a sua vaga na próxima Copa. Brasil-sil-sil!!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Vinhos da Noite: Riesling x Tempranillo

Para a maioria, a segunda semifinal da Copa do Mundo que acontece daqui a pouco é o embate entre Alemanha e Espanha. Para outros, é a revanche da última Eurocopa. Entre os eno-beberrões, categoria na qual me incluo, é o encontro da Riesling, a uva símbolo da Alemanha, com a Tempranillo, a uva símbolo da Espanha.


Ir para o Guia de Vinho

Já para os eno-beberrões brasileiros que vivem na Austrália com sérias restrições orçamentárias é a desculpa perfeita para reunir alguns amigos em casa esta noite e tomar duas botejinhas do nosso Guia de Vinho - um Riesling e um Tempranillo, claro - gastando no máximo $41 nas duas garrafas, o que sai $20.50 por boteja.

Coincidentemente, os dois vinhos indicados com essas uvas estão na categoria Para socializar (com os amigos), que é a sugestão de hoje. Não estou falando para ninguém passar a madrugada acordado tomando vinho, muito menos dormir e acordar às 4h28 para ver a partida tomando essas duas garrafas, mas aproveitando o frio ordinário que faz na Austrália e o clima de final de Copa do Mundo, por que não um jantarzinho hoje para esquentar com essas botejas?



Sei que o frio pede vinhos mais fortes e encorpados, mas começar as atividades com o nosso Leo Buring Eden Valley Riesling 2008 ($22) é bem interessante. Para muitos (e eu novamente me incluo), a Riesling é a mais elegante das uvas brancas, e na Austrália ela encontrou na fria região do Eden Valley, em South Australia, seu lar perfeito para crescer.

Muitos brasileiros não guardam boas lembranças de vinhos com qualquer referência à Alemanha, especialmente os da minha geração. Motivo? Nossas mães são marcadas por duas características: em geral são santistas por conta do Pelé e, nos anos 1980, já casadas, acordavam com fortes dores de cabeça em todo 25 de dezembro em virtude das famigeradas garradas azuis, aquelas compridas, de vinho alemão doce e barato que invadiam as ceias natalinas. Estou falando do popular Liebfraumilch, uma das poucas opções de vinho branco disponíveis no mercado, além de grandes bombas. Cada taça já vinha com um bombardeio alemão na cabeça.



Pois bem, felizmente 20 anos se passaram, o Brasil se abriu aos importados de qualidade, e aqui na Austrália temos acesso a Rieslings muito bons e com ótimos preços.

Como é o caso desse da Leo Buring, que, conforme a própria descrição do Guia, é um vinho sem excessos, na medida, com aromas de flor e levemente amanteigado no nariz, bastante mineral na boca e com um sal nada comum no final que é muito agradável. Vinho elegante para agradar em cheio aqueles que torcem o nariz para vinhos muito frutados (ou que tomaram alguma garrafa azul nos anos 1980).



Depois de bebê-lo como entrada ou mesmo acompanhando algum tira-gosto, é hora de um vinho mais encorpado. Aí entra em campo o nosso Brown Brothers Tempranillo 2006 ($19), praticamente o Puyol, jogador da seleção espanhola e do Barcelona que faz um pouco de tudo, movimenta-se bem, preenche todos os espaços e tem muita personalidade. O que é o caso desse Brown Brothers, Tempranillo produzido em Victoria (AUS) que traz aromas de violeta no nariz seguido por um defumado, confirmando os dois na boca e ainda trazendo café. Ideal para acompanhar carnes assadas e condimentadas.



Paola, Toddão, taí a dica para hoje à noite, mas, claro, somente após o State of Origin III. Happy Birthday Mate and go Riesling (2 x 0) and Blues!

Importante: os dois vinhos são encontrados na Vintage Cellars e na Dan Murphys.