sexta-feira, 30 de julho de 2010

Geléia - Como você nunca viu



A fera vai embora. Pouca gente conquistou tantos corações em tão pouco quanto Leonardo Paixão, ou Léo Paixão, ou Geléia, Jam Léia... Carismático, talentoso e, acima de tudo, um ser humano raro, o capixaba-carioca que em 2 anos de Austrália gravou seu nome para sempre na comunidade brasileira, em especial na de Sydney, volta no próximo dia 8 de agosto para o Brasil, onde vai morar em Porto Alegre.

O show de despedida com a Tropical Jam, a banda que o tem acompanhado, acontece nesse domingo, a partir das 18 horas, no Beach Road, e, mais do que nunca, quem não for não vai para o Céu.

Antes, no sábado, Balu, um de seus principais incentivadores, vai fazer um almoço especial com Tutu de feijão, bistequinha e banana à milaneza, do meio-dia às 17h, ao som de chorinho ao vivo tocado por Andrezinho, um dos parceiros musicais do Geléia. A entrada é grátis e o Mocean está na 34a Campbell Parade (Bondi Beach).



A seguir, Geléia fala dos motivos pelos quais está voltando, de sua experiência na Austrália, música, preconceito, homessexualismo e, acrditem, IT.

Por que você vai embora?
Nossa, difícil explicar… Um conjunto de acontecimentos aqui e no Brasil me levaram a tomar esta decisão. Mas basicamente, não conseguia ficar preso às limitações de um visto, preciso de liberdade para realizar os meus projetos e estava cada dia mais difícil sustentar todas estas etapas.

Você está mais feliz por voltar para o Brasil ou mais triste por deixar a Austrália?
Não sei o que me aguarda no Brasil nesta volta, toda uma ansiedade relativa ao novo, mas confesso que não está sendo fácil deixar a Austrália. Tristeza é uma palavra que não entra no meu vocabulário, mas posso dizer que deixo a Austrália ja com muitas saudades.

Em praticamente dois anos, você se tornou uma das pessoas mais populares e conhecidas da comunidade brasileira de Sydney, além de cantor com público cativo. Você esperava isso quando desembarcou na Austrália?
Bom saber que sou conhecido e popular na comunidade brasileira… (risos). Não esperava essa notoriedade toda. Vim pra cá para descobrir e desafiar o meu eu artístico, revolucionário, precisava dessa experiência… E as coisas foram acontecendo naturalmente. Quando vi estava cantando, envolvido em projetos de arte, comunicação, falando com as pessoas e cantando, que é uma das minhas maiores paixões.



Aliás, quando decidiu vir para a Austrália, qual era o seu objetivo?
Foi uma decisão bem rápida, mas sempre sonhada. Sempre tive vontade de ter uma experiência internacional, falar inglês, experimentar outras vivências e nunca tinha tido oportunidade. Em maio conversei com meu irmão (meu guru) e tomei a decisão. No mesmo mês avisei os meus gerentes e em julho eu estava chegando na Austrália. Meu objetivo principal aqui era aprender inglês e viver novas experiências… Realizei ambos.

Nestes dois anos, o que mais você gostou da Austrália e o que menos lhe agradou?
Sucintamente falando, adoro o jeito despojado dos australianos, os vinhos da região, a consciência ecológica e a segurança que temos aqui. De negativo, acho a indústria da comunicação e entretenimento, que tem muito a melhorar, e a distância do Brasil. Poucos, né?

Quando a música surgiu na sua vida?
Cresci com minha mãe cantando Elis Regina, Clara Nunes, Emilinha Borba, Amelinha, entre outras, e o meu pai escutando o rádio às cinco da matina com o melhor do sertanejo. Nelson Goncalves é o seu favorito. Meu primeiro CD foi do 14Bis, presente do meu irmão. Meus irmãos me influenciaram com o movimento dos anos 80, por eles serem praticamente 10 anos mais velhos do que eu, e nasci no interior, né, roda de violão, garrafão de vinho (daqueles Sangue de Boi) e boas músicas nunca faltaram na minha infância e adolescência. Me reencontrei com a música em 2007/2008 quando comecei a frequentar as aulas de cantoterapia da Sonia Joppert ali na Gávea, no Rio de Janeiro.



Quando descobriu que tinha talento para cantar?
Quando comecei a frequentar as aulas de cantoterapia, a Sonia e os colegas de classe ficavam impressionados com as escalas que eu atingia e a potência da minha voz. Fizemos alguns workshops na região serrana do Rio e tínhamos que cantar para um pequeno público do hotel onde estávamos hospedados. Minha perna tremia "quinem vara verde". No final, os aplausos eram bem entusiasmados. Daí comecei a pensar no assunto. Será mesmo? Minha professora Sonia chegou bem pertinho de mim e falou: "Você pode tudo o que voce quiser!". Arrepiei, né.

Quais são as suas principais influências musicais?
Nao tenho influência musical. Acho que prefiro falar assim. Detesto limitacões. Não posso escolher um estilo de música para me emocionar, eu sou movido pelo som, pela harmonia que toca a minha alma, se vai ser um JAZZ ou um SERTANEJO, só o momento vai me dizer. Existe uma música certa para o momento certo. Toda música e toda musicalidade tem o seu valor, por mais pobre que uma música possa parecer para alguns, a mesma música pode ser trilha sonora de bons momentos para outros.

Como começou o lance de cantar aqui na Austrália?
Há um ano, talvez mais, eu frequentava as festas brasileiras e um dia os meninos do Samba Australia me chamaram pra cantar. Fui! Daí soltei um Tim Maia, bem ao estilo Maia de ser e a galera curtiu. Em Outubro do ano passado, o Andrezinho me convidou pra fazer um domingo todo meu no Coogee Bay Hotel, num projeto da Baluart Productions. Dali em diante não parei mais. Consegui mais duas datas, fiz o CarnaCoogee e o Carnaval na Home, em Darling Harbour, o Cultura Bondi e estava planejando almejar outros voos, mas tive que colocar estes outros projetos on hold.


Qual foi a sensação de saber que independentemente de onde fosse cantar, um grande número de fãs o seguiria?
A sensação foi de muita responsabilidade. Todos nós sabemos o quanto as pessoas trabalham no dia-a-dia e, se saem de casa, é porque elas querem diversão, entreter-se, relaxar. Esse é o meu papel no palco, levar energia, matar a saudade do Brasil, colocar todo mundo pra dançar, interpretar as músicas na vivência das letras, buscar o olhar das pessoas, usar minha voz como instrumento de amor, de amizade, de alegria e também de saudade. Tenho que fazer o meu melhor sempre.

Como foi cantar para algumas pequenas multidões, como o CarnaCoogee, com cerca de 2 mil pessoas, por exemplo? Aliás, qual foi o seu maior público? E qual foi o seu show inesquecível?
Uau! Fazer o CarnaCoogee foi algo mágico e foi o meu maior público, acredito. Não somente pela grandiosidade do evento mas também pela conquista pessoal e o trabalho como produtor artístico, juntamente com o Balu e com o Andrezinho. Levar dois músicos australianos para o palco e eles serem responsáveis pelos sopros nas marchinhas foi algo bem desafiador. Talvez as pessoas não consigam entender a representatividade deste projeto visto que marchinhas de carnaval fazem parte da nossa cultura e da nossa história musical. Um marco pra mim foi minha estreia no Bondi Samba Project, onde a banda foi toda montada por mim e tive que assumir o papel de band leader, gerenciando pessoas, ensaios, repertórios, custos, etc. Todos os meus amigos estavam na plateia para me assistir. Foi confortante tê-los.



Onde você não cantou que gostaria de ter cantado?
Ah, estamos falando de sonho, de goal, de pensar grande? The Basement!

Negro, homessexual e gordo. Tanto no Brasil quanto na Austrália, é uma combinação que foge do padrão de beleza/comportamento socialmente imposto. Mesmo assim você venceu. Por que?
Porque eu não fiquei envolto disso. A primeira atitude é aceitar o seu corpo, o seu jeito de ser e de agir. Uma vez que você se aceita como você é, as coisas ficam bem mais fáceis de serem digeridas. Eu levo amor dentro do meu peito, levo respeito, levo amizade, levo sorriso, levo sinceridade para todas as outras coisas eu, definitivamente, uso MASTERCARD.



Onde você sofre (sofreu) mais preconceito, aqui ou lá? E por quais fatores?
Posso dizer que nunca sofri preconceito, nem por ser gay e nem por ser negro. O que já rolou por exemplo é a pessoa que eu sento no ônibus e a pessoa do lado dar aquela olhadinha pensando “nossa, que gordo me encostando” (risos). Mas falando sério, claro que já rolaram coisinhas do tipo “olha o viadinho”, “o gordo mais gordo” e tal, mas não dava atenção a estas pessoas e como sempre fui muito querido, eu nunca tinha tempo de responder às agressões verbais, primeiro porque eu detesto confusão e segundo porque sempre tinha um amigo que falava antes de mim. Sempre fui rodeado de grandes amigos. Em relação ao fato de ser negro, nunca sofri nada!

Desde que chegou, você emagreceu bastante. Você foi atrás disso ou foi algo que ocorreu naturalmente pelo estilo de vida daqui?
Emagreci 25 kilos pela música. Precisava respirar melhor, melhorar o meu condicionamento físico, ter potência de voz, não dá pra dançar, cantar, interpretar e ainda dar tchauzinho com 140kg, né. Ja vim do Brasil com este pensamento e consegui colocar este projeto em andamento com a ajuda da minha personal trainer Vanessa Lima.

Você teve grandes amores na Austrália? Viveu grandes paixões?
Não. Acho que esse é um ponto que eu queria ter vivido e não rolou. Tive uma vida muito corrida aqui, não tinha tempo pra nada, depois com os shows, então, piorou. Mas posso dizer que provei do tempero australiano… e gostei, viu. Acho que eles são mais tranquilos em relacão a relacionamento, às vezes essa “latinidade” que temos é exagerada.

Voltando alguns anos, quando descobriu a sua homessexualidade?
Quando eu estava na faculdade e consegui minha independência financeira. Fiz 2 meses de terapia e fui me jogar pelas nights gay do Rio de Janeiro. Uma vez me aceito como gay, quis contar para o mundo.



Como foi falar para a família? Qual foi a reação deles?
Foi maravilhosa! Meus irmãos, meus melhores amigos só ficaram preocupados com a reação dos meus pais. Minha mãe me veio com a frase: "Quer dizer que eu não vou ter um neto de voce? É temporario?" (risos) Uma fofa! E o meu pai simplesmente falou que queria a minha felicidade e que me amaria da mesma maneira. Com isso, liguei o foda-se para o resto do mundo! Piegas, mas tenho uma família de ouro!

E depois, no seu ciclo de amizades, na vizinhança, o que aconteceu? Fale um pouco onde você vivia naquela época?
As pessoas já sabiam. O problema estava dentro de mim mesmo, e eu consegui me assumir. A partir desse momento, eu conseguia falar de sexo, homossexualismo, bissexualismo com muita naturalidade. Os meus amigos da faculdade (detalhe, todos heteros) me abraçaram e ficaram felizes por mim, por eu ter verbalizado os meus sentimentos. Eu vivia numa prisão emocional e não sabia. Voltei a sorrir com mais entusiasmo quando me aceitei gay.

Aliás, voltemos mais ainda no tempo. Onde você nasceu e por quais cidades passou até desembarcar em Sydney?
Adoro contar essa história. Nasci em Guacuí-ES, uma cidadezinha perto de Cachoeiro do Itapemirim (cidade do rei Roberto Carlos), com 4.5Kg. Praticamente com dois meses de idade, né? (risos). Mudei pra capital Vitória com 14 anos para me preparar para o vestibular e, aos 17 anos, passei no vetibular na UFF, em Niterói, e começou a minha história no Rio de Janeiro, onde vivi 11 anos antes de vir para Sydney.

Você está voltando para reiniciar a carreira em IT. No que se formou?
Me formei na Universidade Federal Fluminense no curso de Bacharel em Ciência da Computação. Sou especialista em Data Warehouse e Business Inteligence. Complexo, né?

Sei que você também adora teatro, sarau e outras formas de manifestações artísticas, além da música. Pretende segui-las? Dar continuidade?
Enquanto eu estiver vivo estarei envolvido com arte. Já era muito envolvido anteriormente assistindo e atrás das câmeras, mas agora eu quero estar em spot light. Me faz bem e alimenta minha alma. Já tenho alguns projetos em vista no Brasil, assim que eles estiverem em fase de conclusão eu mando notícias pra você colocar aqui e a galera ficar sabendo.



Pensando no futuro, quem o fará mais feliz, o cantor/artista Geleia ou o profissional de IT Leornardo Paixão?
Acho que cantar sempre será minha terapia, meu elo, minha vida, mas não posso negar que a parte financeira é importante, e só agora tenho uma consciência melhor sobre isso, talvez porque eu tenha chegado aos 30 anos. Acho que estarei sempre voltado para o público, sempre em contato com pessoas, e é isso que me faz feliz, independentemente da carreira que eu vier a seguir.

Sei que tem uma multidão de gente triste com a sua ida e que certamente entupirá o Beach Road no próximo domingo. Eu, desde que soube da notícia, lá mesmo, sou um deles. Se quiser, use esse espaço para deixar uma mensagem para os que ficam.
Deixo este país com a certeza de que deixarei amigos e pessoas fortes que lutam pelos seus ideais, sonhos e realizações. Agradeço todo carinho, toda atenção, cada sorriso e abraço recebido, levarei comigo as melhores energias, os melhores momentos, mas a certeza de que um dia nos encontraremos novamente, mesmo que seja por recordações de fotos, mensagens ou mesmo inusitadamente pelos caminhos desencontrados da vida.

“Canto que é do canto que eu vou chegar… ” Marcelo Camelo



Modelo - Léo Paixão
Figurino - Léo Paixão / Flavinha Marquez
Assistente de direção artística - Paola Penina
Produção - Vassi Dyulgerova / Guilherme Infante
Assistente de produção - Vassi Dyulgerova
Direção e fotografia: Guilherme Infante

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Entrevista com Fernando Aragones

Hoje à noite, quinta-feira, o homem se apresenta com a Dubbly no Shore Club, em Manly. No domingo, 1º de agosto, ele volta ao palco com o Toca Jorge, no Favela (Kings Cross). E na terça-feira, faz show solo no Racket, em Auckland (Nova Zelândia).

Sim, meus amigos, estou falando do grande Fernando Aragones, um dos músicos brasileiros mais competentes do terceiro continente à sua escolha, que de 3 a 16 de agosto fará nada menos do que 11 shows na terra dos All Blacks com seu projeto solo.



Enquanto se prepara para a maratona das próximas semanas, o gaúcho descolou um tempo para fazer essa entrevista, falando não apenas da turnê kiwi, como também dos outros projetos, revelando em primeira mão que o nome da Dubbly vai mudar (bem, talvez nem tenha sido em primeira mão mas aposto que vocês não sabiam).

Essa é a segunda vez que você faz turnê solo na Nova Zelândia, e sei que é o seu país preferido no planeta, de onde saíram suas bandas favoritas. Fale um pouco sobre isso.
Sim, em agosto de 2009, fui pra Nova Zelândia pra tocar no Christchurch Arts Festival, que é um festival bienal que rola por umas 3 semanas. Também pra tocar no Queenstown Adventure Film Festival, um festival de filmes de esporte radicais que rola numa das cidades mais bonitas e turísticas da ilha Sul, Queenstown. E também em alguns bares entre as duas cidades. Minhas influências musicais e sonoras são muito fortes de algumas das bandas de lá, como Fat Freddys Drop, Katchafire, entre outros, e também admiro muito a cultura musical que o povo possui, praticamente todo kiwi é afinado. Além de ser um dos países mais bonitos e inóspitos do planeta.



Como serão as apresentações? Voz e violão ou terá alguém o acompanhando?
Eu estou indo solo de novo, voz, violão, loop pedal, delay, blues driver e wah wah.

A turnê é baseada no seu álbum solo? Fale um pouco sobre ele. É o primeiro ou já lançou outros solo?
A turnê é baseada no álbum Streets and Lanes, com 10 faixas, que na verdade é uma compilação de músicas que foram gravadas entre 2007 e 2009, por mim, Dubbly e Toca Jorge. Então ja viu, é uma mistureba de estilos, um pouco reggae/folk/samba-rock. Na verdade, não considero o primeiro álbum do projeto solo, é mais uma amostra do trabalho que eu tenho feito aqui na Austrália. Em agosto de 2009, lancei o single Minds of Gold, no The Basement, que é meu lugar favorito aqui em Sydney.

Você já conhece os lugares em que se apresentará? Fale um pouco sobre eles.
Poucos eu conheco pessoalmente, mas em Wellington vou tocar num bar chamado Matterhorn, que é uma das melhores casas de show da Nova Zelândia e é também conhecido por ter sido o local de gravação de um álbum ao vivo do Fat Freddys Drop.

Você também se apresentará em um festival de cinema. Parece bem interessante.
Sim, é o Adventure Film Festival, um festival de filmes de esportes radicais (insanos) que tem todo ano em Queenstown. Rola no Memorial Hall da cidade e eu toco no início das sessões e no intervalo, por 5 noites concecutivas. Ano passado toquei uma noite nesse mesmo festival, e foi uma experiência bem bacana com uma ótima recepção.



A música "Navega" é sua? Achei sensacional. Levada de samba-rock, com um balanço bem do final dos anos 70, e vocal e letra bem início dos 80. Fale um pouco sobre as suas influências no trabalho solo.
Pô, que bom que tu gostou. Essa música foi gravada na Radio SBS (em cortesia para o ilustre Raphael Brasil que tá mandando ver na emissora). Foi gravada em 4 horas, ficou legal pelo que foi, mas com certeza vai ser regravada com a atenção merecida. A música é minha com colaboração da Toca Jorge. A minha influência no trabalho solo é bem variada, é mais o que eu estou escutando no momento, eu acho, e também um pouco do trabalho que eu já venho fazendo com Dubbly e Toca Jorge.

E como estão essas duas bandas, shows em vista, novos trabalhos?
A Dubbly tá com material e nome novo. Vai se chamar "Costa Rae" e vamos lançar o álbum em setembro. O som tá um pouco mais maduro e também não tao influenciado pelo reggae, por isso decidimos mudar o nome já que Dubbly sugere "dub" e muita gente confunde. A Toca Jorge continua na mesma, adicionamos mais algumas pérolas do mestre e algumas composições próprias. Toca Jorge toca dia primeiro de agosto no Favela e 29 de agosto no Beach Road, em Bondi, já a Dubbly se apresenta dia 29 de julho (HOJE) no Shore Club, em Manly.


Dubbly

Para ver e ouvir

Dubbly
29/julho, Shore Club - Manly

Toca Jorge
1º/agosto, às 22h - Favela - Kings Cross - Sydney
29/ agosto, às 18h - Beach Road - Bondi Beach - Sydney

Fernando Aragones
3/agosto, às 20h - Racket - Auckland (Nova Zelândia)
5/agosto, às 20h - The Matterhorn - Wellington (Nova Zelândia)
6/agosto, às 20h - The Boathouse - Nelson, Nelson (Nova Zelândia)
7/agosto, às 20h - Le cafe - Picton, Marlboroug (Nova Zelândia)
8/agosto, às 20h - Cartel - Christchurch (Nova Zelândia)
11/agosto, às 20h - Barluga - Wanaka (Nova Zelândia)
12/agosto, às 18h - Adventure Film Festival - Queenstown (Nova Zelândia)
13 a 16/agosto, às 20h - Adventure Film Festival - Queenstown (Nova Zelândia)

terça-feira, 27 de julho de 2010

Gold Coast - Não tinha como não gostar



Com uma reunião marcada para segunda-feira passada, na Gold Coast, não tive dúvida: embarquei dois dias antes para aproveitar o final de semana e fazer um reconhecimento da área, já que nunca havia ido para aquelas bandas, nem mesmo pisado no estado de Queensland.

Detesto fazer comparações com o Brasil para descrever lugares, pessoas ou o que quer que seja, mas brasileiro adora. Portanto, vamos lá!

Se a Gold Coast, a sexta cidade mais populosa da Austrália, tivesse nascido no Brasil, certamente seria catarinense. É verdade! Com ares de Balneário Camburiú, pinta de determinados locais de Floripa e um toque de Itapema, ela só não é 100% catarina porque traz algo de Guarujá (o lado legal do Guarú), com um sotaque da Flórida norte-americana via Fort Lauderdale.



No sábado, capitaneado pela Mirella, amiga de São Paulo, saímos de Surfers Paradise (alguém aí citou Guarujá?) e fomos até Coolangatta de carro, parando de praia em praia. Un e-p-e-t-á-c-u-l-o de aproximadamente 20km de céu azul, brisa de inverno e ondas de metro e meio.

Muitos em Sydney falaram que eu não iria gostar da Gold. Mas conforme andava e parava em cada praia, com Mirella explicando absolutamente tudo, fui curtindo o lugar. Não a ponto de pensar em viver lá, como aconteceu no quarto minuto em Melbourne, mas, por exemplo, se eu tivesse 20 anos e estivesse morando no Brasil, com aquela vontade de sair do país para viajar, estudar, aprender inglês e pegar onda, não pensaria duas vezes em seguir para lá.



Algo que chamou a atenção na Gold Coast foi a quantidade de adolescentes. Famosos pelas arruaças durante a temporada dos schoolies, que rola no final do ano, achei que a concentração fosse apenas nesta época. Que nada! Em toda esquina, há sempre uma meia-dúzia de quatro ou cinco versões cheias de espinha do Mick Fanning. Mas com praias fantásticas para se viver como Burleigh Heads e Coolangatta - as que mais gostei -, além de Palm Beach, onde uma ex-flatmate tem uma casinha de $4 milhões, não os culpo. A única coisa que realmente me recuso a comentar sobre a Gold são os parques temáticos, que detesto.

Por outro lado, temos Dan Murphys, uma espécie de Walt Dysney dos vinhos, irish pubs como o Waxy's, em Surfers, RSL's (tipo de bar/restaurante/casa da terceira idade) praticamente na areia da praia, cafés/tavernas como o The Cavern, em Nobby Beach (aliás, impressionante a quantidade de taverns), e, claro, festas fortes, como a organizada pelo meu chapa Gustavo Daresi, às terças, na Beach House. Entre as atrações: DJ V.H.S. (aquele mesmo que fez a turnê australiana do D2), jug de cerveja a $10 e 4 horas de espumante grátis para a mulherada, das 21h à 1h. Sem falar que o lugar é de frente para a praia de Surfers Paradise e com uma bela piscina ao ar livre. Ou seja, muito mais divertido do que pular de cabeça, sóbrio, num toboágua cheio de micose.

Bem, mas como nem tudo era festa, enquanto desbravava me dei conta que havia deixado a câmera na casa da Mirella. Ou seja, perdi uma oportunidade única de fotografar as praias, já que não é todo dia que se faz aqueles 20km de carro com tempo para contemplar cada lugar. Com a batalha perdida, porém não a guerra, sapequei a primeira cerveja do dia com o intuito de atrair alguma luz reveladora que me abrisse caminho para registrar a Gold Coast de maneira ainda melhor no dia seguinte. E ela veio...



Antes, porém, na noite de sábado, finalmente conheci a minha grande amiga que jamais havia visto pessoalmente, Vanessa Feitosa, além de ter reencontrado os grandes Montezano e Adriana Ikeda no indescritível condomínio que vivem em Mermaid Beach. Sim, este é outro aspecto totalmente positivo da Gold, os excelentes apês e condomínios, grandes e novos, por preços totalmente acessíveis.

Voltando à questão da falta de chapas, no domingo Mirela surgiu com a luz. Na verdade, quem trouxe foi Dave, marido dela e um dos caras mais gente fina que conheci desde que cheguei na Austrália. A família, a bordo do Lady Angela, barco batizado em homenagem a irmã, passaria o dia em alto-mar.



E assim, no melhor estilo Jéssico Watson (sim, Jessica Watson é de Queensland e já velejou muito por aquelas águas), passei O DOMINGO não apenas fotogrando a Gold de um ângulo, no mínimo, inesperado, como também sapecando várias vevejinhas enquanto ouvia algumas baleias e tirava mal tiradas chapas de golfinhos.

Em resumo: não tinha como não gostar da Gold!




segunda-feira, 26 de julho de 2010

I Exposição de Fotos do Blog

No início do mês, convidei quatro fotógrafos brasileiros que vivem na Austrália para participarem da I Exposição de Fotos do Blog. O tema era Julho em Sydney, e em cima disso cada um poderia fazer o que bem entendesse, abrangendo não somente Sydney-City mas os principais subúrbios dos arredores. Pois bem, eles fizeram.

A seguir, vocês conferem cinco trabalhos de cada, com o respectivo email para contato. Para ver as fotos ampliadas, basta clicar sobre elas. Aos fotógrafos, muito obrigado por terem participado. Aos visitantes, espero que apreciem e, também de certa forma, se inspirem com essas diferentes visões dessa bela cidade que escolhemos para viver.

São os fotógrafos: Dudu Kikko, Eduardo Castro, Guilherme Infante, Thiago Siqueira e... eu, claro, que também entrei na onda e tirei as minhas chapas.

Dudu Kikko - Cronulla
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Eduardo Castro - Narrabeen
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Guilherme Infante - Paddington e Bays
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Thiago Siqueira - Sydney
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Pablo Nacer - North Bondi
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