quinta-feira, 30 de julho de 2009

Pergunta cretina em um quadro imbecil



Fazer quadros imbecis dá nisso. The Kyle and Jackie O Show é um programa de rádio ao vivo que rola todas as manhãs na 2Day FM, em Sydney, e em diversas cidades australianas. Eu nunca ouvi e só sabia da existência porque eles anunciam em todo lugar, incluindo no topo de um prédio perto da minha escola através de um painel gigante que faz da tal da Jackie O uma loiraça de 5 metros de altura.

E se eles já estavam em todo lugar, desde ontem se tornaram notícia em todas as publicações, emissoras e sites do país.



No programa, os apresentadores Kyle e Jackie têm um quadro que conta com a presença dos ouvintes e a participação especial de um detector de mentiras (isso mesmo!). Ontem, Michelle, uma mãe preocupada com o comportamento da filha de 14 anos, teve a brilhante idéia de levá-la para passar pelo detector.

Quando a mãe perguntou se a filha era sexualmente ativa, a adolescente respondeu:

- Eu já te falei sobre isso... e não olha pra mim e ri pois não é engraçado.

A menina aumentou a voz e, nervosa, continuou:

-
Oh, okay, eu fui estuprada quando eu tinha 12 anos.

Silêncio de quase 3 segundos no estúdio (em rádio e ao vivo isso é uma eternidade). Pra piorar, na sequência o tal do Kyle ainda saiu com essa:

- Certo, essa foi a sua única experiência?



Não preciso dizer que virou caso de polícia e boa parte da opinião pública quer tirar o programa do ar. No melhor estilo da saudosa revista MAD, que tinha a seção “Respostas Cretinas para Perguntas Imbecis”, ontem foi o típico “Pergunta Cretina em um Quadro Imbecil”. E que mãe!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O primeiro dia do resto da vida do Patrick



Hoje é um dia importante para o meu sobrinho Patrick. Na verdade, um divisor de águas, que vai decidir se ele é vermelho e verde, ou azul, branco e vermelho. Aqui em Sydney temos alguns times de Rugby League, sendo que dois nos eastern suburbs, onde moramos. Um é o South Sydney Rabbitohs, time do Russel Crowell que não vem bem na tabela (é o 11º). O outro é o Sydney Roosters, time daqui de Bondi Junction que está ainda pior, segurando a lanterna na 16ª posição, pois os jogadores, a cada semana, se superam nas lambanças dentro e, principalmente, fora de campo.



Mas como são os times mais próximos, Patrick precisa “escolher” um, e aproveitando que hoje à noite teremos o derby local, chegou a hora.



Prestes a completar 9 meses, é óbvio que o nosso “Little Man” não escolherá por livre e espontânea vontade, e como o meu cunhado é muito mais ligado em futebol do que em rugby, ou seja, não tem um time de coração (ele torce em quem ele aposta), a coisa funcionará mais ou menos assim.

Eu, o cunhado Rob e o Kevin, amigo dele apaixonado por qualquer esporte, compraremos quantidades industriais de cerveja, enquanto a minha irmã encomendará algumas pizzas. O jogo está marcado para às 19h30, e às 18h30 provavelmente o Patrick estará dormindo (não, ele não participará do próprio batismo). Kevin e Rob, como de costume, farão apostas esquisitas do tipo Roosters vão perder por mais de 30 pontos, Rabbitohs terminarão o primeiro tempo com 16 pontos à frente ou David Fa'alogo fará o primeiro try. Apostas simples como o time tal vai vencer, nem pensar!

E no final da noite, quem vencer a partida será oficialmente eleito o time de coração do Patrick para o resto da vida. Em caso de empate, teremos outra ótima desculpa para tomar mais cervejas em quantidades industriais no próximo derby - o pretexto do batismo do nosso “Little Man”. Que vença o menos pior!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Só pra constar



Hoje tivemos o dia de julho mais quente dos últimos 19 anos. Não sei exatamente quantos graus fez e na verdade não estava tão quente assim, mas quando o relógio apontou meio-dia e um, desci para a praia e dei algumas braçadas. O problema é que até agora estou com o queixo trincando, os olhos verdes e o lábio transparente, pois nunca havia entrado numa água tão gelada na minha vida.



Coincidência ou não (claro que não), no dia de julho mais quente dos últimos 19 anos, 5 barcos de luxo pegaram fogo nas praias do norte de Sydney. Ainda não se sabe o motivo, mas a certeza é de que o prejeízo foi grande, pois algumas das embarcações flambadas valiam cerca de 2 milhões de dólares.



E agora à noite, a temperatura esquentou no Australia’s Perfect Couple. Como disse num dos posts anteriores, detesto reality show e televisão em geral, mas como o meu chapa Rafael está participando com a mulher, Gemma, estou prestigiando.



Numa das provas, a esposa tinha que passar um sei-lá-o-quê em um também não-sei-o-quê. Cada vez que ela encostava o sei-lá-o-quê no não-sei-o-quê, o marido tomava choque. Juro! Foi uma das coisas mais cretinas que já vi na TV, mas como Rafa e Gemma estão concorrendo a nada menos do que 250 mil dólares, assistirei e torcerei para que tenham um final feliz.

Apelo urgente de uma mãe

Galera, o blog é leve, descontraído, mas acabei de receber um email da editora da revista que escrevo e a causa é ralmente importante. Segue email da mãe que está no Brasil:

Oi meu amigos,
A minha filha do meio Lilian Leiva que está na Austrália estudando e trabalhando, teve um derrame cerebral hemorrágico. O caso é extremamente delicado, além de ter paralisado o lado direito dela e prejudicado a fala, ela precisa ser operada imediatamente. Ela está no hospital em Sydney (Dalcross) e sua cirurgia será na próxima segunda-feira. Por favor rezem por ela.

Como a cirurgia é muito cara, e eu não tenho vergonha de pedir ajuda, estou pedindo a todos os amiguinhos dela daqui e da Austrália, a todos os amigos da Vivian e da Luciana, a todos os meus amigos e parentes, vou na mídia se precisar, vou em algumas empresas que eu trabalhei, vou em estações de rádio e em canais de TV. Faço qualquer coisa para salvar a minha filha!

Quem puder ajudar é só entrar no meu e-mail e eu respondo passando o número da conta. Vou tentar levantar esse dinheiro com todas as forças do meu amor que eu tenho por ela. Desculpem, mas não vou medir esforços para salvá-la. Quem quiser meu telefone: 5523-5347. Não é vírus. Fiquem com Deus!! A Lilian vai sair dessa!!!!!

Se Deus quiser! e ELE quer!

Malu

maluleiva7@hotmail.com

terça-feira, 21 de julho de 2009

Um pequeno telescópio de um australiano, uma grande decepção para os norte-americanos


Detalhe da roupa espacial de astronauta.

Exatos 40 anos após o homem ter pisado na lua pela primeira vez (se é que pisou), um australiano de Murrumbateman, vilarejo ao norte de Canberra, nossa capital (não, a capital da Austrália não é Sydney nem Melbourne), acaba de colocar o mundo da astronomia de pernas para o ar (sem trocadilhos).


Detalhe do moleton de tiozão domingueiro.

Anthony Wesley, programador de computador e astrônomo amador nas horas vagas, ao observar o planeta Júpiter do quintal de sua casa com um telescópio de pouco menos de 37 cm, detectou um raro cometa, asteróide, nave do Darth Vader, Ra-nal-do ou seja lá o que for, colidindo com Jup (pra dar um ar mais intimista ao texto). Detalhe: o raro cometa, asteróide, nave do Darth Vader, Ra-nal-do ou seja lá o que for era quase do tamanho da Terra.



Mas as coincidências não param por aí. A colisão foi exatamente 15 anos após o cometa Shoemaker-Levy 9 ter se chocado com o mesmo Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar. Os cientistas da NASA, provavelmente frustrados por não terem visto primeiro, já encontraram evidências do impacto, confirmando que o nosso glorioso Anthony Wesley não viu coisas a mais após algumas VB’s com os “mates”.



20 de julho de 2009
Um pequeno telescópio de um australiano, uma grande decepção para os norte-americanos.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Canarinhos x Astros - Rodada 16


Agenor Muniz, o homem, a lenda. Defendeu a Austrália por 3 anos.

Domingão, 3 da tarde, o circo estava armado no campo 10 do Centennial Park. No gramado, o Sydney Brazilian Social Club, o popular Canarinhos, enfrentaria os Astros (que de astros não têm nada), pela 16ª rodada do campeonato da Inner City Football Association (ICFA).



Com os Canários é assim, quando não tem ninguém da torcida ou do próprio time enchendo o saco do lado de fora – o que é raro – o jogo começa meio a zero para os brasileiros. E, ao contrário das últimas 3 partidas, quando rolaram lambanças históricas extra-campo, ontem a situação estava tranquila. Era só entrar, jogar futebol e ganhar. O time, que coincidentemente não vencera nos últimos 3 jogos, precisava da vitória de qualquer maneira.

O adversário era aquela coisa de sempre: chutões pra frente, porrada lá trás e o apoio incondicional do juiz, o 12º jogador. Destaque para um velho conhecido da torcida brasileira, o atacante Freddy Rincón/ À Espera de um Milagre, uma muralha de 2 metros.



O primeiro tempo foi fraco. Apesar de manter o jogo sob controle, encurtando os espaços do campo, não deixando a defesa exposta e com muito mais posse de bola (74.3% segundo o DataOzzyland), os Canarinhos pouco chegaram ao gol adversário. O setor de criação não funcionou e faltou um centroavante para trabalhar a bola na área, fazer o pivô e prender uns zagueiros.

Os únicos lances de perigo – que nem foram tão perigosos assim – surgiram de chutes de meia distância. O primeiro do volante Balu e o segundo do zagueiro Junior, que com muita raça, vontade e fazendo boas jogadas, foi o melhor do time nas últimas duas partidas. Já o que tirou todos do sério foram as 3 reversões em cobranças de lateral e os 7 escanteios cobrados baixos no primeiro pau.

O primeiro tempo parecia que acabaria meio a zero para os Canários, quando aos 43 minutos, em um dos famosos bicões pra frente, a bola encontrou a cabeça do Rincon na entrada da área. O goleiro Liminha apostou no golpe de vista, pulou sem erguer os braços e foi encoberto. Um a meio para os Astros, com direito a bolinho no Freddy.


Cigarrinho e celular após substituição.

O segundo tempo começou igual. Os brasileiros com mais posse de bola, mas sem presença na área. Precisando da vitória, a torcida empurrou os jogadores, que partiram pra cima. Alguém tirou a placa de “Proibido pisar na grama” que estava dentro da área e o time começou a chegar com perigo. Até que num cruzamento da esquerda, a bola sobrou para o meia Beto que mandou para o fundo da rede. Um e meio a um para os Canários.



Com a torcida em cima e os jogadores mostrando a disposição que faltou nos últimos jogos, a virada era questão de tempo. O time chegou a perder algumas boas chances, até que num lance na ponta esquerda, o tempo fechou e o pau comeu. Sem clima para continuar, o juiz terminou a partida e, como envolveu o extra-campo, perdemos o meio ponto. Placar final: 1 a 1 e a comprovação de que a fase dos Canários, definitivamente, não está das melhores.



Próximo jogo
Domingo, 26 de julho, Campo 10
15h – Phantoms x SBSC

Classificação (por ora, sem os últimos resultados)

Pts V D E
1. La Ciccolina 38 12 0 2
2. Casuals 36 11 0 3
3. Tigers 32 10 2 2
4. SBSC 30 9 2 3
5. Phantoms 26 8 4 2
12. Astros 4 1 12 1

sábado, 18 de julho de 2009

Vira casaca no Tour de France

Depois de Mark Webber, piloto australiano de Fórmula 1 que fez história no domingo passado, agora foi a vez do ciclista Heinrich Haussler, vencedor da etapa 13 do Tour de France.



O cara, nascido aqui no estado de New South Wales filho de pai alemão e mãe australiana, na verdade defende as cores da Alemanha, onde mora desde os 14 anos. Porém, já avisou que em 2010 passará a pedalar pela Austrália (o que em bom português chamamos de “vira casaca”).

Problemas do Departamento de Imigração à parte, o fato é que Haussler foi o primeiro nos 200 km de Vittel a Colmar, e chorou um bocado na chegada, provando que ele, definitivamente, é muito mais australiano do que alemão.



Importantíssimo: Colmar é a cidade natal de Auguste Bartholdi, o criador da Estátua da Liberdade (aquela grande, da tocha, que fica numa ilhota).



Haussler, que se mudou para a Alemanha justamente para se dedicar ao ciclismo, está em 83o na colocação geral. Cadel Evans, 17o, é o australiano – 100% australiano – melhor colocado.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O meio da estação

Meia-estação, apesar de levemente gay, é uma palavra que eu gosto. Não define nada mas diz absolutamente tudo. E ontem, 15 de julho, estávamos, literalmente, no meio da estação, o que não tem nada a ver com meia-estação.

Seguindo a lógica racional anglo-saxônica, na Austrália as estações do ano começam no primeiro dia do respectivo mês, e não lá pro dia 22, 23, como estamos acostumados no Brasil.



Assim, ontem à noite, 15 de julho, estávamos, literalmente, no meio da estação, como podem ver nessas imagens de duas pobres árvores numa noite que beirava os 16º C.

Por sorte, seguindo a lógica racional anglo-saxônica, por aqui o governo está muito mais preocupado em trabalhar para o povo do que contra o povo, como estamos acostumados no Brasil.



E esta manhã, ao abrir a caixa de correio, recebi um simpático e lúdico folder da nossa EnergyAustralia, dando algumas dicas de como aquecer a casa no inverno. Mais! Preocupados em economizar energia, eles nos deram um simpático e nada lúdico termômetro para mantermos a temperatura da casa sob controle, não deixando os aquecedores elevarem a temperatura para mais de 21º C, o que significaria desperdício e conta alta no final do trimestre (tchu-tchin!).



Resumindo: com o termômetro, a gente controla a temperatura, mantém a casa aquecida e ainda economiza, o que significa que sobra mais dinheiro para tomar mais vinho, mantendo o corpo aquecido e a temperatura lá em cima no inverno. Isso que é governo!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

De domingo a domingo – Uma nova cena pintando


Samba Mundi

Primeiro foi no domingo, 28 de junho, no RSL de Coogee, com a festa de despedida do Rodrigo Galvão, batera do Samba Mundi, excelente banda formada por brasileiros e um baixista japonês que tocam bossa nova com samba com jazz com etc etc etc.

A festa atraiu muita gente bacana, incluindo aí vários músicos, que fizeram uma jam session de altíssima qualidade com muita sonzeira brasileira.



Estiveram no palco músicos como a cantora e compositora Tina (valeu, Julião), décadas de Austrália e que toca um violão lascado; novos talentos como o recém-chegado Gabriel Nascimento, o Bizu, moleque de 25 anos que não sai de casa sem o violão, e passeia por Noel Rosa a Lenine com uma naturalidade assustadora; figuraças como o baterista e percussionista Julio Araujo, dono de uma batida potente, que toca na Vote For Mary, banda com mais dois brasileiros e um baixista australiano; e talentos como o percussionista Sandro, craque que, além de tocar muito, é ótimo professor.


Vote For Mary

Um pouco desta noite poderá ser visto em breve no programa 4U Brasil, que rola na internet e mostra um pouco do dia-a-dia de alguns brasileiros na Austrália. O projeto, capitaneado por Anderson Miranda, o popular Cipó, é dividido em capítulos, cada um sobre um personagem diferente. A idéia é ótima e a evolução do piloto para o primeiro episódio é grande. Tem tudo pra ficar cada vez melhor!



E ontem à noite, no Coogee Bay Hotel, rolou o Beach Samba Rock, festa organizada pela Fibra Entertainment, da dupla Fernando e Igor, e pela BO3 Baluart Productions, do volante e capitão dos Canarinhos Balu Gimenez. A atração principal foi o Toca Jorge, banda que manda um samba-rock de primeira e tem nos vocais e no violão elétrico o talentoso Fernando Aragones, que paralelamente é baterista da Dubbly, excelente banda de reggae com dois australianos. Nos intervalos, o DJ Fabricio Alves misturou um pouco de música brasileira com hip hop e electro house e manteve o astral da festa, que já estava ótimo, lá em cima.


Dubbly

Para quem não sabe, a Fibra foi a responsável pelas apresentações do Marcelo D2 por aqui, que rolaram em maio deste ano, e a BO3 tem feito ótimas festas sempre com bons shows. Para agosto, as duas empresas prometem um festival de bandas brasileiras e australianas que, na minha opinião, vai ser o marco de uma nova cena que está pintando por aqui. Falo sobre isso assim que eles anunciarem o festival.

Por ora, não percam duas ótimas apresentações que acontecem esta semana:

Gabriel Nascimento (Bizu) - Amanhã, 14/7, no Manhattan Lounge Sydney (50 Elizabeth St, perto de Martin Place), a partir das 20h.

Vote For Mary - Quarta, 15/7, no Excelsior Hotel (64 Foveaux St – Surry Hills), a partir das 20h15. Entrada: $10.

Mark "Uéh-ber" fez história


Alan Jones foi o primeiro e único australiano a vencer uma temporada da Fórmula 1. Isso aconteceu em 1980. E até ontem à noite, ele mantinha a escrita de ter sido o último piloto australiano a vencer um GP, quando conquistou o de Las Vegas em 1981.



Mas ontem, Mark Webber (eu gostaria de ouvir um sapo pronunciar o sobrenome dele: uéh-ber) acabou com 27 anos de espera. Correndo na Alemanha o seu GP de número 130, em seu oitavo ano na categoria, Uéh-ber (como diria o sapo) terminou na frente pela primeira vez e comemorou como poucos, ainda na pista, conforme ouvimos pela televisão. Foi até emocionante.

De quebra, assumiu a terceira posição na classificação geral com 45.5 pontos (como parei de acompanhar F1 quando o Mansell saiu, não entendo o meio ponto), ficando atrás do líder Jenson Button (68 pontos) e do seu companheiro de Red Bull Sebastian Vettel (47), e à frente do nosso glorioso Rubens Barrichello (44), que chegou a liderar a prova, mas depois... bem, vocês sabem.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O cara e as cinzas

Se tem um esporte que o australiano ama é o cricket. E se tem uma competição que ele quer vencer de qualquer maneira é a série The Ashes, que acontece desde 1882 e envolve somente Austrália e Inglaterra.



Como ocorre apenas de dois em dois anos, cada vez em um dos países durante o verão no respectivo hemisfério (sim, o cricket é um esporte de veraneio), a ansiedade nos meses que antecedem é descomunal.

E ontem, pouco antes de iniciar a primeira partida em Cardiff, na Grã-Bretanha, Richard Branson, o bilionário inglês dono da Virgin, fez uma iluminada aparição na torre sul da Harbour Bridge, em Sydney.

Através de uma projeção de 25 metros, ele provocou nosso capitão Ricky Pontin e, consequentemente, o resto do país ao desejar sorte e dizer que ele precisará. Mais! Vai doar mil libras para cada rebatedor inglês que fizer 50 pontos.



O cara, além de gênio, excêntrico e chapa do Rubinho, é um tremendo de um marketeiro!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Australia's Perfect Couple e São Firmino



Enquanto aguardo o início do reality show Australia's Perfect Couple, vou acompanhando o festival de São Firmino, em Pamplona, na Espanha.



Explico: não sou muito chegado em televisão, muito menos em reality shows, mas no referido programa teremos a participação do nosso glorioso Rafael, chapa brasileiro, e de sua mulher neozelandesa Gemma (foto acima). A competição começa em breve, eles disputarão prêmio de 250 mil dólares e estarei torcendo. Quanto ao festival, como é uma tremenda sacanagem com os famigerados touros, ficarei aqui contabilizando quantos australianos se estouram por lá.



E já tivemos um! O nome dele ainda não foi divulgado, mas o cara tem 24 anos e teve o maxilar quebrado em uma daquelas correrias. O australiano médio já não é muito chegado em abrir a boca pra falar, no caso deste, vai ficar praticamente impossível entender o que fala.



E, claro, também acompanharei o festival pra ficar de olho nos modelos "irados" das camisetas comemorativas desta edição.

terça-feira, 7 de julho de 2009

E continuam afundando!



A capa do Wentworth Courier, nosso simpático jornal do bairro, trouxe, na semana passada, a seguinte manchete na capa: Roosters em desgraça... de novo.

Rooster, pra quem não sabe, é o Sydney Roosters, time de Bondi Junction que disputa a liga mais importante de Rugby League da Austrália.

Ainda na capa, 4 fotos de 4 momentos recentes do time, entre 29 de março e 29 de junho, envolvendo jogadores e o próprio técnico que, entre outras coisas, se meteram em confusão por beberem em dia que não podiam, por beberem e assediarem sexualmente uma mulher em uma boate, por beberem e tentarem invadir o quarto de duas mulheres em um hotel, ou simplesmente por beberem e dirigirem embrigados.

O olho da matéria dizia:

Outra semana, outro incidente. Fans dizem que estão perdendo a paciência com o time que tem coinstruído reputação por perder jogos e ficar bêbado.



E anteontem, domingo, Nate Myles, jogador dos Roosters, não contente em ficar bêbado e andar pelado em um hotel, também defecou nos corredores. Isso mesmo, fez "to-tô" no corredor de um hotel na Central Coast. Detalhe: na noite anterior, ou seja, na origem da bebedeira, ele estava em um evento de jogadores de rugby... juniores.

O cara, que seria hoje convocado para disputar o próximo jogo do State of Origin, um dos mais importantes daqui, foi banido da partida e suspenso por 6 jogos. Já o time, que vinha nesta ótima sequência de problemas alcoólicos, recebeu uma multinha de $50 mil. Não por acaso são os lanternas do campeonato com 4 vitórias e 12 derrotas.

Pior: estão afundando e, literalmente, cagan%$ e andando.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

VB - Perdemos 1%!



Victoria Bitter, a popular VB, é a cerveja favorita da Austrália. Eu gosto, já tomei um bocado, principalmente quando cheguei por aqui, mas das cervejas do dia-a-dia, prefiro a Tooheys New e a Carlton. Especialmente as negras delas, Old e Black, respectivamente.

Mas hoje levei um baque ao ver que por uma questão puramente econômica, a VB, a cerveja número 1 do meu novo ídolo local, Todd Farrawell, vai perder 0.1% de álcool. Isso mesmo, de 4.7%, vai para 4.6%, 0.3% a menos em relação ao valor original de 4.9%, quando foi criada há 50 anos.



Segundo a Foster's Group Limited, dona da VB e de várias outras marcas como Carlton, Pure Blond e Cascade, com a redução de 0.1% do álcool a companhia economizará cerca de 20 milhões de dólares por ano.

Entenderam como funciona a coisa? É igual a banco, que de centavo em centavo pego da gente, faz lucros exorbitantes. No caso da VB, de 1% em 1% que tira da cerveja nossa de cada dia, vai economizar milhões. O mundo, definitivamente, está perdido.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Afundando (e não são poucos)

No início de maio foi o ex-jogador de rugby e comentarista Matthew Johns. No começo de junho foi a vez do polêmico jogador de cricket Andrew Symonds. E hoje, mal iniciou julho e já tivemos 3 naufrágios.



O primeiro foi literal e aconteceu na cidade de Scarborough, em Perth, quando um motorista perdeu o controle do carro, invadiu a casa do simpático Don Robins e afundou na piscina do homem. Era só o começo.

No final da tarde, Lote Tuqiri, jogador de Rugby Union que por muitos anos foi o jaqueta 10 da seleção australiana, os famosos Wallabies, teve o seu lucrativo contrato encerrado pela Australian Rugby Union. Ao que tudo indica, a exemplo de Symonds, ele também quebrou o código de conduta dos jogadores em alguma fanfarra envolvendo álcool. Não foi a primeira dele.



E no time de Rugby League Cronulla Sharks, que há meses vem afundando no melhor estilo Titanic (sem uma intervenção divina vai desaparecer em breve), anunciou que o jogador Brett Seymour quebrou pela terceira vez este ano o código dos jogadores – problemas com álcool, claro – e teve o seu contrato de AU$150 mil anuais também cancelado. Já tomei alguns porres que me custaram caro, mas este...



Com tudo isso (e antes de abrir uma cerveja), preciso fazer a pergunta que não quer se calar:

Estaria o nosso motorista/náufrago de Perth, provavelmente mais um australiano fanfarrão, submergido em álcool no momento em que afundou na piscina?